Snoopy & Charlie Brown:
Peanuts, O Filme. Volta
Aos Tempos de Pré-Adolescência.
E finalmente saiu o tão
esperado “Snoopy & Charlie
Brown: Peanuts, O Filme”. Fui correndo ao cinema ver e qual não foi a minha
surpresa ao descobrir que só havia um lugar para a sessão que eu havia
escolhido no São Luiz. Isso mesmo, a sessão lotou. Tudo bem, era a estreia,
época de férias, mas mesmo assim, me causou espanto que uma animação tão
antiga, mesmo que recauchutada com a computação gráfica, fizesse tanto sucesso
entre as crianças de hoje. Descontando as maciças campanhas de “marketing”,
ainda assim eu acho que muitos pais devem ter levado seus filhos para curtir o
desenho de novo, ensinando as novas gerações a gostarem de Snoopy, o que é
muito bom, já que esse é um dos melhores desenhos animados de todos os tempos,
na minha modestíssima opinião.
Tudo o que a gente
adora está lá. A trilha sonora carregada num jazzinho meio “sixty” com o piano
iradinho, as crises existenciais de Charlie Brown, sua paixão (e medo) pela
garotinha ruiva, os conselhos psiquiátricos da Lucy (e o medo dos germes das
lambidas do Snoopy), Lino e seu cobertor azul, Schroeder e sua paixão por
Beethoven (ele toca a vinheta de abertura da Fox!), Paty Pimentinha e seu amor
enrustido por Charlie, Chiqueirinho literalmente levantando poeira, Woodstock
em seus voozinhos tresloucados, a professora (ou qualquer adulto) com aquela voz
de trombone desafinado. E, principalmente, o grande astro, Snoopy, o cachorro
mais versátil da História. Ele queria ir para a escola e tentava de todas as
maneiras entrar lá, só que sempre era expulso. Até que encontrou uma máquina de
escrever no lixo e começou a escrever as suas aventuras do ás voador contra o
Barão Vermelho na Primeira Guerra Mundial. E agora, ele terá que salvar sua
namoradinha Fifi.
Apesar da computação
gráfica, ainda assim o espírito do desenho original permaneceu, muito
provavelmente pelo fato de que o roteiro foi escrito por membros da família
Schulz, Bryan e Craig. Não devemos nos esquecer que Snoopy nasceu das tirinhas
cômicas de Charles Schulz, cujo personagem Charlie Brown é seu alter ego
(Charles Schulz era realmente muito tímido e apaixonado por uma garotinha ruiva
quando era pequeno na escola). E, ainda, Bill Melendez, que produzia e dirigia
os desenhos animados antigos, faz as vozes de Snoopy e Woodstock, ou melhor, as
suas vozes gravadas, pois Melendez já é falecido. Eu assisti uma cópia dublada
e percebi que ela foi influenciada pela dublagem que era usada no SBT. Dessa
forma, a Márcia, por exemplo, não falava “senhora” para a Paty Pimentinha, e
sim “meu”. Assim, era como se a gente visse um dos desenhos que passavam no SBT
lá na longínqua década de 80, quando toda a família via reunida e morria de
rir. Nunca me esqueço do especial de Natal que vimos na televisão, onde Charlie
Brown arrumou uma árvore de natal toda tronxinha, desprezada por todos no início,
mas que depois foi toda bem decorada, mostrando que o espírito de natal é algo
que está acima das aparências e do espírito comercial. E, na encenação do auto
de natal, Snoopy teria que fazer todos os bichos da manjedoura. E aí, Lucy
perguntava para ele: “você sabe interpretar um boi?” e ele respondia: “muuuu”.
“E um carneiro?”, “béééé´”. “E um pinguim?”, e aí ele saía andando igual a um
pinguim. Ou o dia em que ele estava muito atacado e chutava o Lino por trás. Ou
quando ele corria e arrancava o cobertor do Lino. Era demais! E tudo isso está
nesse desenho novo. Confesso que as lágrimas brotaram dos olhos um pouco.
Saudades de um tempo e de pessoas que não voltam mais...
Então, se você tem mais
de quarenta e tem filhos (ou não), não deixe de aproveitar essa oportunidade de
ver um filme infantil no cinema. Te garanto que você não vai se arrepender. A
prova disso é que um pai e sua filhinha sentaram do meu lado e a menina havia
lhe perguntado se ele gostava de ir ao cinema, ao que ele respondeu mais ou
menos assim: “Gosto, filha. Mas hoje é o desenho do Snoopy, né?”. Só que,
durante a exibição da película, ele ria junto com a sua filha. Devia estar
gostando, não,? Então, relaxe e aproveite. E não deixe de ver o trailer depois
das fotos, além do desenho de Natal que eu mencionei.
Cartaz do Filme.
A velha turminha está de volta!
Muito fofo!!!
Conselhos psiquiátricos
Salvando a mocinha
A eterna paixão de Charlie Brown, a garotinha ruiva
De novo???
Soltando uma pipa
Escrevendo suas histórias
Cabeça nas nuvens.
Numa investigação...
Imagem imortalizada
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