Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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domingo, 17 de janeiro de 2016

Resenha de Filme - Diplomacia

Diplomacia. Negociando O Apocalipse.
Uma interessantíssima co-produção francesa e alemã nas telonas. “Diplomacia”, dirigido por Volker Schlondörff, é mais uma daquelas histórias baseadas em fatos reais. E, ainda por cima, é uma adaptação de uma peça de Cyril Gely (que também assina o roteiro junto com o diretor). Um filme realmente com a cara de palco, pois a ação se passa a maior parte do tempo em um mesmo cenário. Mas nem por isso digno de desmerecimento.
Qual é o contexto da trama? Estamos na França tomada pelos nazistas prestes a ser conquistada pela resistência. O governador de Paris, general von Choltitz (interpretado por Niels Arestrup), tem a difícil tarefa de barrar o avanço da resistência. Mas essa tarefa parece cada vez mais impossível com o tempo. Com a derrota iminente, logo lhe chega uma ordem: destruir a cidade de Paris, com população e tudo. Bombas foram colocadas nas pontes sobre o rio Sena. Quando elas explodirem, o curso do rio será interrompido, o que provocará grandes enchentes. Monumentos e construções do centro de Paris também estão cheias de bombas, o que destruirá o centro. Tudo parecia que ia acontecer, sem qualquer sentimento de culpa ou remorso, quando aparece do nada no quarto de hotel do general (os nazistas estão instalados num hotel de luxo), o cônsul da Suécia em Paris, Raoul Nording (interpretado por André Dussollier). O cônsul, que é de um país neutro na guerra, mas que morou em Paris por muitos anos de sua vida, inicialmente tenta negociar uma rendição, mas depois, vista a forte recusa do general, procura dissuadi-lo da ideia de destruir Paris. Vai começar então um intenso debate entre esses dois homens cujo desfecho pode selar o destino da cidade-luz.
O filme é excelente em vários aspectos. Na reconstituição de época, nos cenários, nos figurinos mas, principalmente, na atuação dos dois protagonistas. O duelo verbal entre o cônsul e o general é magnífico. De um lado, um homem que segue uma hierarquia militar e que precisa cumprir o seu dever. De outro lado, um humanista que quer defender não só milhões de pessoas, mas também uma cidade que pode ser considerada um patrimônio da humanidade e uma joia da civilização ocidental. A forma apaixonada como Nording se refere à Paris é comovente. Esses momentos do filme são inesquecíveis, pois suas falas afetuosas para com a cidade geralmente acontecem com uma bela imagem panorâmica de Paris na tela, e que já valem o ingresso. Por outro lado, o general irredutível e insensível, que usa de muito autoritarismo e sarcasmo para rebater os argumentos do cônsul, mas que, com o tempo, dá sinais de que pode ceder. Quem vai vencer esse duelo? E como o nosso cônsul adentrou o quarto do general sem  passar pelos nazistas? Aqui tem um detalhe muito divertido. Mas não vou contar. Sem spoilers...
E os atores? Os protagonistas estavam simplesmente demais! Se André Dussollier (“Amelie Poulin”) fez um grande humanista apaixonado por Paris, sendo contido (como todo um diplomata deve ser) mas também com lampejos de exaltação, Niels Arestrup (“A Chave de Sarah”, “Cavalo de Guerra”) também não ficou atrás. Ele, que, sem ser Papai Noel, já interpretou “bons velhinhos” no cinema, agora faz um nazista que é autoritário nos momentos certos, mas também mostra o seu lado humano em outros, quando tem suas crises de asma e fala da família, em horas que parece que vai ceder à lábia de Nording. É um ator que a gente já viu em muitos filmes por aí e que aprendeu a gostar de ver atuar.

Dessa forma, “Diplomacia” é mais um excelente filme histórico que aborda a temática da Segunda Guerra Mundial e que merece a atenção do grande público e dos cinéfilos em geral, principalmente pela atuação “teatral” dos dois protagonistas e pelo texto muito bem escrito. Programa imperdível! E não deixem de ver o trailer após as fotos...

Cartaz do filme

Um diplomata tentando evitar uma catástrofe

Um general que deve cumprir seu dever

Um debate interminável

Momentos de relutância

Tentando, desesperadamente, convencê-lo de cometer tamanha insanidade

Bombas instaladas...

André Dussollier e Niels Arestrup com o diretor Volker Schlondörff



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