Dois
Amigos. Mulheres Ou Amigos?
Um interessante filme
francês passa em nossas telonas. “Dois Amigos”, que marca a estreia de Louis Garrel na direção, é um
verdadeiro estudo sobre as relações humanas, levantando uma série de questões: o
que é melhor, o amor de uma grande mulher ou uma verdadeira amizade? Ou, até
que ponto uma amizade se torna um amor? Garrel desenvolve com maestria todas
essas questões ao longo do filme.
No que consiste a
história? Vemos aqui a trajetória de Mona (interpretada pela deslumbrante
Golshifteh Farahani), que passa o dia trabalhando numa lanchonete e, à noite,
volta para uma prisão onde cumpre pena. Mona fez completamente a cabeça de
Vincent (interpretado por Vincent Macaigne), que ficou loucamente apaixonado
pela moça. Mas Mona não podia manter um relacionamento com Vincent, porque
somente o tinha como um amigo e ainda havia o problema da prisão, que a bela
jovem não deixava Vincent saber. Só que Vincent estava tão desesperado em
conquistar Mona que ele pediu ajuda ao seu amigo de longa data, Abel (interpretado
por Louis Garrel) para conquistá-la. Essa “ajudinha” que Abel dará vai levar a
uma série de problemas e confusões que vão cada vez mais entrelaçar as vidas
desses três personagens.
Sem querer estragar a
surpresa e fazer um mapeamento de todas as nuances dos relacionamentos humanos
apresentados no filme, pode-se dizer que a história é cativante e muito bem
escrita, conciliando drama com uma leve comédia. Os três personagens tinham
suas virtudes, fraquezas e sabiam, simultaneamente, ser solidários uns com os
outros, mas também havia uma crueldade explícita. Se havia um carinho entre
eles, também machucavam uns aos outros. É o tipo de filme que confirma uma
máxima já presenciada em muitos outros: somos nós lá no fundo seres sensíveis e
frágeis e temos, ao fim das contas, apenas a nós mesmos. Se Vincent
inicialmente aparentava ser o personagem mais frágil emocionalmente, com o
tempo percebemos que Mona e Abel também têm suas fraquezas. É um filme
totalmente centrado nos personagens e no diálogo entre eles, com um sentimento
nosso de empatia muito pronunciado para com os três protagonistas. Nós não
torcemos especificamente para que um ou outro personagem se dê bem, mas sim
para que os três personagens se entendam. O problema é que, para cada
relacionamento entre dois personagens, há um abalo no relacionamento com o
terceiro. E assim acompanhamos atentamente como esses protagonistas se ferem e,
simultaneamente, se amparam. Realmente, foi um bom trabalho de Louis Garrel e
Christophé Honoré, que assinaram o roteiro, e que tem um desfecho muito adequado para a situação, ou
seja, com uma tremenda cara de anticlímax, onde ficamos soltos e desamparados
no ar, assim como os personagens. Algo cru e insensível como a vida.
Dessa forma, “Dois
Amigos” são um filme que é digno de atenção, pois se baseia num roteiro bem
escrito onde os protagonistas deixam expostas todas as suas fragilidades e,
apenas eles podem se ajudar para superar todas as suas fraquezas. Um
interessante filme francês que merece nossa atenção. E não deixe de ver o trailer acima.
Cartaz do filme
Mona trabalha numa lanchonete...
Vincent, apaixonado e sensível...
Abel, o amigo de Vincent
Tentando ajudar um amigo...
Um forte companheirismo entre os dois, até na cadeia...
Abel e Vincent (de boné) se envolverão profundamente com Mona.
Muitas vezes, houve conflitos...
Situações extremas...
Três personagens sensíveis...
Garrel e sua opinião sobre o filme...
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