Sangue
Azul. Retorno Às Origens.
Uma boa história que
fala do “bom filho que a casa torna”, usando a magia do circo como pano de
fundo e amparada por um bom elenco, além de um caso de incesto mal resolvido.
Essa é a impressão rápida que temos do bom filme brasileiro “Sangue Azul”. Dirigido
por Lírio Ferreira, com o roteiro escrito por Felipe Barbosa e Sérgio Oliveira,
“Sangue Azul” nos conta a história do Circo Netuno e sua trupe, que chega a
Fernando de Noronha para uma temporada. Um dos membros do circo, Zolah
(interpretado por Daniel de Oliveira) era natural da ilha e volta depois de
muitos anos, sendo recebido de braços abertos. Zolah, na infância era Pedro. E
ele mata as saudades da população local, tendo casos com várias mulheres, o que
rende ao filme muitas e sensuais cenas de sexo. O líder da trupe é Kaleb
(interpretado por um sempre bom Paulo Cesar Pereio), homossexual de
carteirinha, que tem um caso com o “homem forte” Inox (interpretado por Milhem
Cortaz). O atirador de facas é Gaetan (interpretado por Matheus Nachtergaele) e
Teorema, sua deliciosa assistente (interpretada pela lindíssima Laura Ramos). Um
dos nativos da ilha, Mumbebo, é interpretado pelo lendário Ruy Guerra. Dá para
perceber que o elenco realmente bate um bolão. E a história não fica atrás.
Pedro teve que ir embora da ilha muito jovem, pois seu relacionamento com sua
irmã Raquel estava, digamos, passando dos limites. Mas agora, Pedro retorna
como Zolah, e Raquel (interpretada por Caroline Abras) está noiva do melhor
amigo de Pedro, o escultor Cangulo (interpretado por Rômulo Braga). Essa volta
do circo vai virar as mentes e nervos da comunidade ao avesso, assim como os
membros do circo. E o filme se desdobrará em todo esse pequeno Universo de
conflitos.
“Sangue Azul” é um
drama com D maiúsculo, muito bem escrito, que não deixa desgrudar nossos olhos
da tela um segundo. A cadência chega a ser lenta em alguns momentos, mas isso é
compensado pelas lindíssimas paisagens de Fernando de Noronha e pelos números
altamente lúdicos de circo. As lindas mulheres do filme e as cenas de sexo
fazem com que a película transpire sensualidade, sem se perder no mau gosto. O
bom elenco apoia muito bem a história, mesmo quando seu ritmo fica mais lento e
maçante. Como um exemplo, é cativante ver uma explicação mitológica das origens
da ilha dada as crianças por Mumbebo. O filme ainda tem curiosidades marcantes
como a cena em que Milhem Cortaz, que só faz papéis de machões em sua maioria
das vezes, ser flagrado numa cena de sexo homossexual. Mas, curiosidades à
parte, a história realmente gira em torno de Pedro e Raquel, onde a tentação
incestuosa coloca os nervos à flor da pele. O que vai sair daí? Só indo ao
cinema para conferir.
Dessa forma, “Sangue
Azul” é mais um bom filme brasileiro que merece muito ser visto e passa mais
uma vez quase que despercebido por uma divulgação pouco satisfatória. Todos nós
sabemos que haverá um novo “Exterminador do Futuro” daqui a algum tempo. Por
que não saber dos bons filmes brasileiros exibidos hoje mesmo? Assim fica
difícil criar uma cultura cinematográfica nacional. Enfim...
Cartaz do filme.
Bela paisagem de Fernando de Noronha como atração
O Circo Netuno
Pedro (ou Zolah). Acertando contas com o passado.
Gaetan, o atirador de facas e a sensual Teorema
Inox, um machão nem tão machão assim
Paulo Cesar Pereio e Brenda Lígia também fizeram parte do elenco
Ruy Guerra de barba branca) nas filmagens
Irmãos indo além do limite
Coletiva de imprensa.
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