Mad Max, Estrada Da Fúria. Guerra
Pelo Volume Morto.
Um
“remake” em nossas telonas. “Mad Max, Estrada da Fúria”, é inspirado na série
de longas estrelados por Mel Gibson em meados da década de 1980. Confesso que
essa trilogia nunca me atraiu muito, pois quando eu começava a ver um trecho de
alguns daqueles filmes, logo ficava de saco cheio daquela perseguição
automobilística aparentemente sem qualquer fundamento, com cenas de extrema
violência, e a trama não ia mais além daquilo. Mas aí fizeram o tal “remake”.
Estaria eu equivocado então? O filme tinha lá suas virtudes? Bom, como as
coisas não podem ser do tipo “não vi e não gostei”, me aventurei a assistir no
cinema o tal “remake”.
E
o que podemos falar do filme? É mais uma daquelas películas onde uma boa ideia
foi mal aproveitada. O mundo no futuro enfrenta uma escassez gritante de
combustível e água, a ponto de as pessoas entrarem em guerra por estes recursos
e, simplesmente, surtarem. Gasolina, água, vegetais de qualquer espécie e
até... leite materno (credo!) eram disputados como ouro em guerras entre clãs
que sobreviveram à tragédia nuclear. E aí, nosso tal de Max (interpretado por
Tom Hardy), um ex-policial das estradas, era também uma espécie de recurso
natural, por possuir sangue tipo O negativo, considerado raro até nos dias de
hoje. Nem todos os humanos dessa época nascem com a saúde perfeita. Vários
deles tem a expectativa de vida que é a metade de um ser humano normal e são
mais branquinhos do que um pacote de açúcar. Surtadíssimos e suicidas, diga-se
de passagem. Numa dessas comunidades, governada por um Immortan Joe
(interpretado por Hugh Keays-Byrne), muitos recursos são produzidos, mas o tal
líder é uma figura extremamente autoritária e sinistra. Há também a Imperatriz
Furiosa (interpretada por uma Charlize Theron masculinizada para o papel e maneta
graças ao CGI), que irá coordenar um ataque motorizado contra uma comunidade,
mas desvia-se da cidade, contrariando as ordens de Immortan Joe, que passa a
persegui-la, com a ajuda de outro clã. E nosso Max no meio de toda essa
confusão. Por que a nossa Furiosa faz isso? Aí vocês deem um pulinho ao cinema
para eu não estragar a surpresa.
Parece
uma boa trama, não? E é, muito mesmo. Tem tudo a ver com a nossa realidade de
hoje, onde cidades como Rio de Janeiro e São Paulo usam o tal volume morto de
suas represas. A crise da água chegou antes da crise do combustível, apesar dos
preços baixos atuais do petróleo. Mas uma coisa é a boa ideia. Outra coisa é o
roteiro que se faz com ela. E aí, é aquela impressão que eu tinha dos “Mad Max”
antigos quando eu tentava ver. Somente as perseguições com muitos tiros,
porradas, explosões e violência aos borbotões. Um filme que tinha tudo para ser
uma boa história de ficção científica distópica se transforma num filme de ação
repetitivo e maçante. E sem a Tina Turner, o que é pior. Toda vez que vejo um
filme com esse problema, eu penso no famoso desperdício de celulóide. E pensar
que tem tanta gente aqui no Brasil com boas ideias, roteiros e imensa falta de
recursos para concretizar tudo isso num bom filme. Lamentável.
Agora,
não se pode negar que, para quem gosta desse gênero, o filme é um prato cheio.
Mas somente isso, nada mais. Um entretenimento pirotécnico de ação puro. Nada
mais que isso. E a trama tem potencial para ser algo maior. Vamos ver se há uma
continuação e quais serão os rumos de um segundo filme...
Cartaz do filme.
Max, vivendo num mundo desorganizado e distópico
Escravizado e amordaçado
Uma imperatriz maneta.
Immortan Joe (credo!)
Um grupo de fugitivos.
As porradas e explosões de sempre...
... sem falar de um certo exotismo insano...
Elenco nas coletivas de imprensa...
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