Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!
Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Resenha de Filme - A Menina dos Campos de Arroz

A Menina Dos Campos De Arroz. Mais Uma Vez O Diálogo Entre A Tradição E A Modernidade.
Uma produção do longínquo ano de 2010 só agora chega às nossas telas. “A Menina dos Campos de Arroz” é um belo exercício de mesclagem de ficção com documentário, embora a intenção tenha sido fazer um bom filme de ficção. A diretora Xiaoling Zhu não utilizou atores profissionais, mas sim moradores reais de um vilarejo no interior da China, pertencente à etnia Dong, que não fala chinês mandarim, a língua oficial do país. Zhu acreditou que os atores não conseguiriam reproduzir de forma natural o cultivo de arroz que os camponeses faziam com tanta habilidade. Assim, repete-se a velha fórmula do neorrealismo italiano e do cinema iraniano de usar pessoas do povo para as filmagens.
Outra característica marcante do filme é o velho diálogo entre tradição e modernidade. O filme enfoca muito mais uma China rural, que resiste à passagem do tempo, onde tudo gira em torno do árduo trabalho anual de plantio e colheita do arroz. Mas a China moderna, do capitalismo que se desenvolve cada vez mais, transformando as cidades em verdadeiros canteiros de obras, aparece também em cores vívidas.
A história se passa através do olhar da jovem A Qiu, de apenas doze anos, uma menina muito estudiosa que quer concretizar seu sonho de levar seus estudos adiante, saindo de sua aldeia natal para estudar o ensino médio e a faculdade num grande centro como Pequim ou Shangai. A menina tem como objetivo principal fazer a carreira de escritora e já ensaia suas primeiras linhas num diário onde ela coloca suas impressões sobre a vidinha tradicional do vilarejo. Os pais de A Qiu trabalham na cidade grande, num dos muitos canteiros de obras que constroem grandes prédios modernos. O pai dirige caminhões e a mãe trabalha na cozinha desse canteiro de obras. Eles retornam às pressas para o vilarejo, já que a avó de A Qiu falece. O avô da mocinha é um arquiteto que constrói casas tradicionais e pagodes. E assim, o cotidiano dessa pequena vila na etnia Dong vai sendo retratado, onde a família de A Qiu precisa sobreviver perante todas as dificuldades financeiras que surgem pela frente.
Alguns críticos especializados não gostaram muito do fato de moradores da vilazinha serem usados como atores, nem do roteiro. Mas pelo ritmo do que era exibido no filme, o roteiro não podia deixar de ser do jeito que era. Ao retratar uma comunidade rural altamente tradicional do interior da China, pouquíssima afeita a mudanças, a cadência do roteiro só pode ser lenta. O elemento novo e aglutinador da trama aí é a narração de A Qiu, que nos apresenta todos os procedimentos da colheita de arroz e suas opiniões altamente questionadoras sobre as mentalidades da população local, embora ela fosse uma filha muito obediente, a ponto de abrir mão de suas próprias aulas para ajudar a família num momento crítico do cultivo de arroz, que necessitava da ajuda de muitas pessoas.
Uma coisa da qual não se pode reclamar do filme é a sua fotografia, onde a encosta que é forrada pela aldeia e as piscininhas de água barrenta onde se cultiva o arroz aparecem como verdadeiras obras de arte, sendo o grande atrativo do filme do ponto de vista da plasticidade das imagens. É algo muito bonito de se ver.

Dessa forma, “A Menina nos Campos de Arroz” é um filme que, se tem um ritmo muito lento e interpretações até certo ponto questionáveis de atores amadores, merece ainda uma conferida, muito pela plasticidade das imagens, um pouco pela curiosidade de como vive uma cultura muito diferente da nossa, até para os padrões chineses atuais, e bastante pelo diálogo entre tradição e modernidade, principalmente em torno da personagem A Qiu. Só fiquei com pena do personagem do búfalo, muito maltratado, tadinho. Mas, como hoje em dia “nenhum animal foi maltratado no filme”... Brincadeiras à parte, vale a pena dar uma conferida. 

Cartaz francês do filme


A Qiu tem o sonho de ser escritora.

Mas seu futuro é incerto.



Ela precisa trabalhar na lavoura para ajudar a família.


Pais de A Qiu às voltas com dificuldades financeiras.


Cultivo de arroz. Tradição

Uma família vivendo de forma muito simples e prosaica.


O filme capricha na fotografia

Show!!!

Deslumbrante!!!

Fiquei com pena do búfalo!!!



Nenhum comentário:

Postar um comentário