Joy.
Cinderela Moderna.
Mais um filme que
concorre ao Oscar. “Joy” luta por apenas uma estatueta (melhor atriz) e ganhou
o Globo de Ouro de melhor atriz em comédia ou musical para Jennifer Lawrence. E
é justamente a queridinha da Academia Jennifer Lawrence o trunfo principal da
película. Bradley Cooper, que já fez dupla com ela em outras ocasiões (leia-se
“O Lado Bom da Vida”), está de volta. E o elenco ainda traz um reforço de peso:
Robert De Niro. E Isabella Rossellini como uma presença para lá de especial.
Mas tudo isso não ficaria legal se não fosse contada uma boa história...
E do que se trata essa
película? Vemos aqui a vida de Joy (interpretada por Jennifer Lawrence), uma
menina que nasce numa família americana, à primeira vista, convencional. Ela
era cheia de planos e sonhos para o futuro. Mas o divórcio dos pais degringolou
tudo. A mãe, Terry (interpretada por Virginia Masden), passou a ficar sentada
na cama vendo novelas. O pai, Rudy (interpretado por Robert de Niro), colecionava
relacionamentos fracassados e voltava para casa. Joy ainda tinha um ex-marido,
Tony (interpretado por Edgar Ramirez), que vivia no porão. Joy tinha um emprego
no aeroporto e trabalhava em dupla jornada, pois sua família era um caos e ela
tinha que administrar todos os problemas da casa. Joy tinha uma vocação para
ser inventora e desenvolveu de sua cabeça um revolucionário... esfregão. Como
ela havia perdido o emprego no aeroporto, decidiu colocar sua ideia em prática,
para provar que podia ser uma pessoa que venceria na vida, apesar do descrédito
geral da família (com exceção de sua avó, Mimi, interpretada por Diane Ladd,
que também narra o filme).
Não é nenhum exagero
dizer que a película é uma espécie de Cinderela moderna, que tem filhos,
ex-marido, pais divorciados e precisa com destreza administrar isso tudo, sendo
pouco valorizada pelos seus. Esse talvez tenha sido um dos melhores papéis
dramáticos da carreira de Jennifer Lawrence, pois a gente sente uma simpatia
pela personagem logo de cara. A mulher passa por tantas dificuldades que a
gente se lembra dos nossos perrengues do dia a dia e acaba se identificando com
a moça. Esse é o tipo de filme em que o público abraça o personagem. E a danada
da Lawrence fisga nossos corações, sobretudo nos momentos de maior sofrimento
da personagem. A gente realmente torce por ela, fica vidrado na saga da moça o
tempo todo. E se simpatiza com quem a ajuda e repudia quem a tenta colocar para
baixo.
Esse é outro filme em
que o onírico está presente. Mas os sonhos de Joy, apesar de ilógicos como
todos os sonhos são, mostram a nós que eles são uma espécie de compilação de
todas as suas angústias, reflexo de todas as pressões que a moça sofria com
tanta responsabilidade jogada em suas costas.
Os outros atores também
não deixaram a desejar. Robert De Niro conseguiu oscilar entre o personagem
odioso e o pai que estava ao lado da filha, mesmo que metesse os pés pelas mãos.
Isabella Rossellini, por sua vez, mostrou-se simpática, mas ela tinha que ser
um contraponto à personagem de Joy, pressionando-a para que ela pudesse
crescer. Não que a senhora fizesse isso por bondade, mas essa personagem, com
toda a sua pressão, ajudou Joy a se tornar mais forte. Já Bradley Cooper
apareceu muito pouco, mas ele fez um bom papel de diretor de vendas de uma
Polishop da vida e os momentos com Lawrence foram muito bons, reeditando uma
parceria que já deu muita química.
Essa é a típica história
da “self made woman”, que se esforça para conseguir seus objetivos mas, para
isso, precisa lutar contra um meio mundo altamente injusto. E é essa luta que dá
graça à coisa, principalmente quando vemos o espírito safo de Joy, que enfrenta
as piores adversidades sempre com a cabeça erguida, sem perder a sua delicadeza
e até algumas exposições de fragilidade. A indicação ao Oscar de melhor atriz
foi merecida, embora um pouco repetitiva. Muita gente tem reclamado ultimamente
da mesmice dos últimos Oscars (principalmente os atores negros que vão boicotar
solenemente a festa do dia 28 de fevereiro). Por isso, é uma questão a se
pensar, mesmo que Lawrence tenha ido muito bem nesta película.
De uma forma ou de
outra, ainda assim “Joy” é um excelente filme, com ótima presença de Jennifer
Lawrence e com um excelente elenco, que conta uma história típica de sucesso,
mas que tem o molho especial da jovem atriz que é uma espécie de nova
“namoradinha da América”, não sem razão. Vale a pena se emocionar com essa película
no cinema. E não deixe de assistir depois das fotos o trailer.
Cartaz do filme
Joy. Seus sonhos desmoronaram como um castelo de cartas.
No início, tudo parecia que ia às mil maravilhas...
Administrando os problemas de casa...
Dupla jornada...
Reinventando o... esfregão!!!
Buscando uma oportunidade...
Muitos desgostos...
Descontando sua raiva
Essa danada fisga o coração da gente!!!
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