Deadpool.
E A Marvel Extrapolou A Porralouquice.
Mais um super-herói da
Marvel em nossas telonas. Quer dizer, super-herói??? Até agora, tenho minhas
dúvidas, já que o próprio protagonista não se sente tão herói assim. “Deadpool”
é um filme que já vinha sendo esperado há algum tempo. E a espera valeu a pena.
É um personagem para lá de hilário. Ninguém escapa das zoações do sujeito que,
cá para nós, não é flor que se cheire. Mas que tem um baita de um carisma e
conquista a todos com seu senso de humor e sarcasmo, digamos, muito peculiares.
Vemos aqui a história
de Wade Wilson (interpretado por Ryan Reynolds), um carinha com um senso de
justiça um tanto “sui generis”, que ameaça entregadores de pizzas que flertam
com menininhas. O diálogo entre Wade e seus demais conhecidos é carregado de
ofensas e palavras de baixo calão, mas é tudo numa boa. Um belo dia, conhece
uma deslumbrante mulher, Vanessa (interpretada pela atriz carioca Morena
Baccarin, que é sobrinha do falecido ator Ivan Setta). Tudo vai muito bem, até
que ele descobre que sofre de um câncer terminal. Desenganado, recebe a
proposta de uma misteriosa organização para não só se curar de sua doença, mas
também adquirir poderes nunca vistos para um humano. Só que o tal processo de
cura não será algo tão fácil e era, na verdade, uma tremenda de uma armadilha
que pode até ter curado Wade, mas o desfigurou completamente. Para cobrir seu
rosto, Wade adotou um uniforme e um pseudônimo, Deadpool, buscando sua vingança
contra o “médico” que provocou todas as mudanças em seu corpo.
O grande ingrediente
dessa película é o seu humor, em muitos momentos um humor que se pode dizer
muito negro. Existem coisas no filme que agridem frontalmente a moral WASP
americana e, confesso que em alguns momentos, guardadas as suas devidas
proporções, parecia que eu via uma pornochanchada brasileira daquelas bem
escrachadas da década de 70, com o diferencial de que o protagonista usava uma
roupa vermelha e preta. Havia algumas cenas de sexo (inclusive anal!), até mais
pesadas que as pornochanchadas e uns nus frontais, menções livres e
despudoradas sobre masturbação, etc. Devemos confessar que isso não é visto em
filmes da Marvel todo o dia. Apesar de todo o tom escrachado, o filme não fica
vulgar, principalmente pelo carisma de Deadpool e suas falas rápidas, numa
torrente de piadas infames que rapidamente nos faziam esquecer de qualquer
coisa que parecesse mais ofensiva, o que foi uma boa estratégia para falar de
muita baixaria sem agredir.
Mas o grande detalhe
cômico do filme era que o personagem nada perdoava com suas piadas, nem ele,
nem o Universo Marvel, nem o seu próprio filme. Ele sacaneava a tudo e todos e
temos que tirar o chapéu para os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick, que
acertaram na mosca, fazendo um baita de um trabalho. Até nos pós créditos o
homem zoa com a nossa cara. E já esperamos que esse personagem apareça por aí
nos próximos filmes da Marvel, pois ele é muito diferente do que é visto nos
demais filmes de super-herói. Aliás, essa componente cômica na Marvel é muito
bem-vinda, pois os filmes já estavam caindo numa mesmice. Se rimos muito com “O
Homem Formiga”, agora chegamos às gargalhadas com “Deadpool”. Para se ter uma
ideia, a gente ri com o filme até na hora de sair da sala. Ao fim da sessão, lá
no Espaço Itaú 6, em Botafogo, eu passava pelo pessoal da limpeza do cinema e
uma senhora comentava para os colegas mais novos que o Deadpool era um chato,
que parecia um “Homem Aranha boiola”. Definitivamente, um bônus para o filme,
tipo pós-pós-créditos.
Agora, não podemos nos
esquecer que “Deadpool” ainda é um filme da Marvel, com direito a muitas cenas
de ação imersas em CGIs, participações de outros heróis e aquela tradicional
ponta do Stan Lee, aparecendo no lugar mais inusitado que se possa pensar. Mas
só que desta vez, o filme teve um tempero de malandragem, de sacanagem que é
muito conhecido aqui abaixo da linha do Equador, mas um tanto exótico lá no
hemisfério de cima. Isso é que é o grande atrativo dessa película. E,
independentemente do filme ter sido fiel aos quadrinhos ou não, a coisa ficou
muito legal.
Assim, “Deadpool” é um
filmaço da Marvel, que está mostrando que pode se renovar e se reciclar, saindo
de uma mesmice que já ficava perigosa para a franquia. Apesar do comportamento
esquisito e pouco ortodoxo de nosso herói, vá sem medo. Você não vai se
arrepender. E não deixe de ver o trailer depois das fotos.
Cartaz (?) do Filme.
Um herói muito inusitado...
Tudo parecia que ia bem para Wade
Mas, como sempre se sabe, a vida dá muita merda
Assim, Wade buscará sua vingança...
Ele gosta de desenhar... que fofo!!!
Convocado pelos X-Men...
Um humor muito negro...
Encontre Deadpool no cinema. Opa...
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