Woody
Allen, Um Documentário. Excelente Radiografia De Um Grande Talento.
E temos um documentário
sobre Woody Allen. “Woody Allen, Um Documentário”, dirigido por Robert Beide, é
um deleite para os fãs do grande diretor americano. Temos aqui uma radiografia
fiel de sua carreira, que se preocupa igualmente com a parte artística, profissional
e pessoal, sem exageros ou apelações. Uma cara de biografia autorizada sem
esconder, tirar nem pôr. Temos aqui acesso a raras imagens de Allen em sua
infância, assim como a grande oportunidade de ver o cineasta andando pela
vizinhança de seu bairro de infância, mostrando a nós a casa onde nasceu e o
local onde ficava o cinema de bairro que ele frequentava. Outro momento
marcante foi ver seus primeiros shows de stand-up na tv, assim como suas
entrevistas em talk-shows. A partir daí, o filme faz uma análise de suas
principais obras cinematográficas. Devemos nos lembrar que Allen tem uma
filmografia vastíssima, já que ele tem por hábito rodar um filme por ano,
primando pela quantidade, pois assim, segundo suas próprias palavras, de vez em
quando pode sair uma coisa boa.
Suas relações pessoais
também são destacadas. É delicioso ver detalhes de seu relacionamento com Diane
Keaton, assim como todos os filmes que fizeram juntos, com destaque todo
especial para “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, (“Annie Hall”). Houve, ainda, a
coragem de se enfocar todo o problema ocorrido com Mia Farrow. Devemos nos
lembrar aqui que Allen começou um relacionamento com a filha adotiva do casal,
de origem asiática, o que magoou Farrow profundamente, não perdoando o cineasta
até hoje. É curioso notar que o filme trata esse tema delicado de forma bem
sóbria e respeitosa, sem emitir qualquer juízo de valor para ambas as partes.
Outro grande trunfo do
filme é todo um conjunto de depoimentos de atores consagrados que trabalharam
com o grande mestre. Temos a óbvia presença de Diane Keaton, mas ainda Scarlet
Johansson, Penélope Cruz, Owen Wilson, Josh Brolin, Naomi Watts, John Cusack,
Sean Penn, entre outros. Mia Farrow, obviamente, não deu qualquer depoimento. A
relação dos atores com Allen era um tanto quanto curiosa, pois alguns deles,
como Josh Brolin, queriam mostrar o seu melhor, por estar justamente
trabalhando com Allen, algo considerado por eles mesmos um ponto alto de sua
carreira. Por outro lado, Allen mostrava sua preocupação em deixar os atores à
vontade, dando-lhes uma certa liberdade e fazendo-lhes pequenos elogios ou
pequenas observações, sempre cheio de dedos, de onde os atores poderiam
melhorar. É muito engraçado perceber como a dimensão mítica de Allen provocava certo
desconforto nos atores como também no próprio diretor.
Aliás, outro
desconforto de Allen é explorado no filme. Inicialmente um grande comediante,
onde seus primeiros filmes eram comédia pura, Allen toma um novo rumo em sua
carreira ao dar aos seus filmes algumas reflexões mais profundas que os amantes
de suas comédias nem sempre entenderam. Assim, Allen começa a encarar as
opiniões contraditórias sobre seus filmes, sendo esse um dos motivos pelos
quais ele deixou de ler as críticas sobre suas obras. O fato de nem sempre
Allen ser uma unanimidade fez com que ele abominasse todo o clima festivo dos
festivais como o de Cannes e o Oscar. Ele deixa bem claro que acha todo esse
ambiente surreal e irreal, e que só vai a Cannes pois sua mulher e seus filhos
gostam do famoso balneário, além do fato de que os produtores de seus filmes
gostam de sua presença nos festivais.
Definitivamente, é um
documentário que tem grande qualidade e que mostra a vida de Allen de forma
respeitosa e fiel. Talvez a única coisa que tenha faltado foi a sua carreira
como clarinetista nas casas de Jazz da vida, citada somente de forma muito
rápida e passageira. Mas, ainda assim, o documentário é muito bom e vale ver e
comprar o DVD para guardar. Esse filme mais o livro “Conversas Com Woody Allen”
são as melhores fontes de informação sobre o famoso cineasta americano que
estão disponíveis nos últimos tempos. Por essas e por outras, quem é (e não é)
fã de Woody Allen tem esse documentário como programa obrigatório.
Cartaz do filme
Um gênio sempre inseguro...
Ele escreveu seus primeiros textos ainda na escola...
Relacionamento turbulento com Mia Farrow...
A irmã de Allen deu vários depoimentos...
...e Scorsese também!!!
Clarineta e jazz como paixões.
Diane Keaton, uma grande amiga.
Keaton tem boas lembranças...
"Annie Hall". Pavor por lagostas...
Com Penelope Cruz...
...Naomi Watts...
... e Scarlet Johanssom, que trabalhou em "Match Point", que Allen considera um de seus melhores filmes.
Engraçado sem deixar de ser sério...
Nenhum comentário:
Postar um comentário