Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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terça-feira, 14 de julho de 2015

Resenha de Filme - Samba

Samba. Mas Sem Ziriguidum Ou Carnaval.
Outro bom filme francês nos cinemas. “Samba”, ao contrário do que pode parecer, não é um documentário sobre o carnaval ou sobre danças de origem africana. É um divertido filme feito pelo mesmo pessoal que produziu o excelente “Os Intocáveis” há alguns anos (direção de Eric Toledano e Olivier Nakache). Mas um filme divertido que aborda uma questão extremamente séria: a imigração na Europa.
Vemos aqui a história do imigrante senegalês Samba (interpretado pelo ótimo Omar Sy), que se vira fazendo todo o tipo de bico e vive com o tio em Paris. Ambos trabalham na cozinha de restaurantes. O tio já como um dos cozinheiros. E Samba, responsável por limpar a louça, uma tarefa que cabia aos negros vindos de outros países. Apesar de estar na França há vários anos e de ter um emprego fixo, ainda assim Samba foi capturado pela polícia e colocado na condição de abandonar a Europa imediatamente, sob pena de expulsão caso fosse pego. Para poder regularizar sua situação, ele recorre a uma ONG que ajuda imigrantes ilegais e irá conhecer Alice (interpretada por Charlotte Gainsbourg), uma voluntária que está de licença médica de seu emprego numa grande empresa, já que sofreu um esgotamento nervoso após tanta pressão por resultados lucrativos. Alice e Samba se aproximarão paulatinamente e os dois levam suas vidas aos trancos e barrancos. Alice precisa se recuperar de seu problema emocional e Samba precisa desesperadamente trabalhar e regularizar sua situação. Samba ainda conhecerá o “brasileiro” Wilson (interpretado por Tahar Rahim), uma espécie de “super safo” mulherengo e incorrigível, que vai ajudar Samba a se virar  nas mais escabrosas situações.
Como podemos perceber, o tema abordado é altamente sério e delicado. Mas o humor é usado de forma inteligente e refinada, bem ao estilo do que foi visto em “Os Intocáveis”. A dupla Omar Sy – Charlotte Gainsbourg funcionou muito bem como par romântico, assim como a dupla Omar Sy – Tahar Rahim, que mostrou excelente viés cômico. Assim, o filme mostrou ser muito eficiente em questões de entretenimento. Mas ele foi mais a fundo. Sua grande virtude é a denúncia da situação deprimente pela qual passam os imigrantes estrangeiros na Europa. Ficam claras e explícitas todas as dificuldades pelas quais os estrangeiros passam, sobretudo pela questão do preconceito. Mas o mais triste era a quantidade de carteiras de identidade falsas que eles precisavam comprar e usar para obter bicos aqui e ali, onde praticamente perdiam qualquer resquício de sua identidade original. As dificuldades de comunicação com os europeus também apareceram de forma latente, sobretudo na ONG onde Alice trabalhava, e que tinha várias situações onde os atendentes não conseguiam se comunicar com os imigrantes em virtude da barreira linguística, provocando situações até engraçadas e um tanto surreais.
O mais lamentável era perceber que tais imigrantes, tratados como cidadãos de segunda categoria na Europa, tinham vidas normais em seus países de origem e buscavam sonhos materiais como ter uma casa à beira de um lago em suas pátrias. Mas a dura realidade de exclusão total desses imigrantes na Europa os colocava numa situação de marginalidade total no Velho Continente.

Dessa forma, se “Samba” ainda se atreve a tocar umas músicas brasileiras já gravadas há muito tempo, não podemos dizer que é um filme sobre desfiles carnavalescos. Os únicos desfiles aqui são da nefasta questão da imigração, onde um preconceito para com os imigrantes tem alguns momentos de arrefecimento como, por exemplo, na festa promovida pela ONG que ajuda os imigrantes, onde funcionários da ONG mais os imigrantes dançam ao som de músicas mais terceiro mundistas, criando um caldo de diversidade cultural. O outro desfile aqui é o do humor altamente inteligente, que dilui toda a acidez do tema abordado na película. E, de quebra, as ótimas atuações de Omar Sy, Charlotte Gainsbourg e Tahar Rahim, todos sobre a batuta dos excelentes diretores Olivier Nakache e Eric Toledano. Um programa imperdível.

Cartaz do filme.

Samba. Vivendo na corda bamba.


Precisando da ajuda de uma ONG.

Grande amizade com o "brasileiro" Wilson.

Samba e Alice. Bom par romântico.


Logo irão começar um relacionamento.

Dança com imigrantes ilegais para descontrair...


Os diretores Eric Toledano (de barba) e Olivier Nakache...


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