O
Cidadão do Ano. Ação E Muita, Muita Neve.
O ator sueco Stellan
Skarsgard já é um nome bem conhecido de todos nós. Ele fez o virgem Seligman de
“Ninfomaníaca”, além de também interpretar o papel do astrofísico Erik Selvig no
filme “Thor”, dentre outros papéis. Mas agora, temos a excelente oportunidade
de vê-lo atuar em sua região de origem, ou seja, as terras nórdicas, no
excelente “O Cidadão do Ano”.
Vemos aqui a história
de Nils (interpretado por Skarsgard), o tal cidadão do ano, que recebeu esse
título por seu serviço de desobstruir as estradas com um enorme caminhão que
tira a neve acumulada nelas. Como o filme se passa na Noruega, Nils tem
realmente muita neve para limpar (só de ver aquela paisagem toda branca nos dá a
impressão de que a sala de cinema está muito fria e de que saímos com neve até
os ouvidos ao final da película). Mas a pacata vida de Nils irá por água (ou
neve) abaixo, quando seu filho será encontrado morto por overdose. Revoltado e
indignado com a polícia, que nada faz para investigar a morte do rapaz, e ainda
disse em sua cara que seu filho é drogado, Nils resigna-se e vai tentar o
suicídio, colocando um rifle em sua boca. Mas o amigo de seu filho, Finn, irá
lhe dizer que a culpa foi dele, pois roubou um pacote de cocaína de um grupo de
traficantes, e o filho de Nils, que nada tinha a ver com isso, foi envolvido,
sendo assassinado, e os traficantes ainda forjaram uma overdose para encobrir o
crime. Nils perguntou o nome dos capangas a Finn e ele só sabia do nome de um deles.
Foi o suficiente para Nils começar a sua caçada, sedento por vingança.
Dá para notar que o
roteiro é algo bem hollywoodiano, o que vai agradar aos fãs de blockbusters. Mas
o filme é mais do que isso, pois seu roteiro é muito envolvente e tem toques de
um humor altamente inteligente, que brinca com todas as benesses do estado de
bem estar social dos países nórdicos, em contraposição ao verdadeiro banho de
sangue praticado no filme pelos próprios nórdicos. Um humor na medida certa que
até nos cutuca um pouco, onde alguns gângsters vão dizer que, onde não tem sol,
há o estado de bem estar social e, onde há sol, esse bem estar social não existe...
basta dar uma banana e pronto, todo mundo fica feliz. Essa fala preconceituosa
é encaixada no filme sob o pretexto de que quem a diz não tem qualquer caráter,
ou seja, um bandido. Mas que a marca da alfinetada ficou, ah isso ficou. De
qualquer forma, o filme tem outros momentos engraçados com relação a esse tema,
que não desvia a atenção da trama principal, que é a vingança de Nils.
Quanto aos atores,
Skarsgard estava sensacional como o pai que deixa de ser tranquilo e pacato
para se tornar rude e violento ao assassinar os capangas. Temos que destacar,
também, a ótima presença de Bruno Ganz (que interpretou Hitler em “A Queda, As
Últimas Horas de Hitler”). Aqui, ele interpreta o papel de patriarca de uma
quadrilha de mafiosos sérvios, que entram na trama do filme num momento
posterior. A presença de Ganz poderia ter sido mais aproveitada, já que sempre
é bom ver esse ator de volta nas telonas. Ele também atuou na medida certa, ora
parecendo ser um velhinho fragilizado, ora sendo um assassino em potencial.
Dessa forma, “O Cidadão
do Ano” é mais um filme que está nos cinemas da cidade e que merece a atenção
dos cinéfilos de plantão, pois nos dá uma visão nórdica dos filmes de ação
hollywoodianos, conciliando uma ação um tanto comportada e muito menos pirotécnica
a um humor inteligente e sagaz que contrasta toda a “civilidade” nórdica à
violência, como se houvesse a intenção de lembrar que nem tudo são flores na
porção europeia ocidental já próxima ao Círculo Polar Ártico. E, sempre é bom
ver a dupla Stelan Skarsgard e Bruno Ganz, ainda por cima atuando juntos. Vale
a pena dar uma conferida.
Cartaz do filme
Nils, um homem em busca de vingança
Um traficante extremamente sádico
Finn conta a verdade a Nils
Violência atrelada a humor negro.
Implacável com seus inimigos
Skarsgard e Ganz. Dois superatores!!!
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