Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Resenha de Filme - A Viagem de Meu Pai.

A Viagem De Meu Pai. Uma Angustiante Comédia.
Um filme francês muito inquietante estreou por aqui. “A Viagem de Meu Pai” (“Floride”), dirigido por Philippe Le Guay (o mesmo de “As Mulheres do Sexto Andar”) é classificado como comédia e drama. Mas, cá para nós, na minha modesta opinião, de comédia esse filme não tem nada, embora a plateia tenha dado boas gargalhadas. Por isso que eu o classifiquei como comédia angustiante. Agora, por que não achei essa comédia uma comédia? Porque ela brinca com um tema que é altamente perturbador para todos nós, já que podemos estar vulneráveis a ele no futuro: o mal de Alzheimer.
Vemos aqui a história de Claude Lherminier (interpretado admiravelmente por Jean Rochefort), um industrial que foi compulsoriamente aposentado pelo Alzheimer, vivendo retirado em sua casa no campo. Por causa de sua doença, a filha Carole (interpretada pela loura e esguia Sandrine Kiberlain) precisa contratar cuidadoras para ficar com o pai, que se mostra de difícil comportamento. Claude tem fixação por uma filha que mora na Flórida, mas que já morreu num acidente de carro há nove anos. Carole teme que o conhecimento da morte da filha abale demais Claude. E assim, na base de uma paciência extrema, que nem sempre pode ser mantida, Carole vai tratando de seu pai como pode, já que ela não quer levá-lo a viver num asilo. Dá para imaginar como essa situação vai render muitos problemas e confusões.
Dizer que a película não é engraçada é ser injusto. Jean Rochefort teve uma atuação soberba exibindo de forma nua e crua todas as violentas oscilações que um paciente dessa terrível doença tem, sendo numa hora extremamente afetuoso, noutra hora muito agressivo e em outros momentos muito inconveniente. As piadas de forte apelo sexual eram as mais engraçadas, pois o velhinho tinha uma fixação pelo sexo oposto, o que era incômodo sério, principalmente para suas cuidadoras, que tinham uma alta rotatividade. Mas essa graça foi muito pouco para contrabalançar todo o mal que essa doença provoca não somente para o paciente, mas também para todos os que estão à sua volta. E ela é cruel o suficiente para alternar momentos de sanidade e insanidade no indivíduo. Realmente, confesso que não vejo como feliz a tentativa de se fazer graça com esse tipo de situação. Entretanto, é apenas uma opinião.
E para aumentar ainda mais a angústia da coisa, lançou-se mão na película de um recurso que achei genial. Se num momento inicial, a gente via o paciente de um ponto de vista mais externo a ele, ou seja, do ponto de vista dos personagens que o cercavam, e tínhamos consciência de situações que Claude não conseguia perceber, a parte final da película foi montada de acordo com as visões de mundo de Claude, ou seja, nós éramos, juntamente com o personagem protagonista, informados pela filha sobre o que tinha acontecido em algum trecho da história que não fora exibido para nós, dando-nos a experiência de compartilhar com Claude as sensações que essa doença nos provoca. Foi um lance muito bom que aumentou a angústia e afastou ainda mais a sensação de que esse filme de comédia não tem quase nada.

Assim, “A Viagem de Meu Paí” não deixa de ser um importante filme, pois ele propõe uma reflexão sobre um tema muito sério – o mal de Alzheimer – mas o vejo muito mais como um drama do que como uma comédia. O filme vale realmente pela atuação de Rochefort e pela dolorosa experiência sensorial que ele nos impõe na sua segunda parte. Vale a pena dar uma conferida, embora você saia com sua alma doída da sala. E não deixe de ver o trailer após as fotos.  

Cartaz do Filme

Claude, uma vítima indefesa de uma terrível doença

Carole tenta cuidar de Claude da melhor forma possível

Várias anotações para não se esquecer.

Ele se ocupa consertando abajures. 

Cuidadoras. Alta rotatividade

O diretor Philippe Le Guay e Jean Rochefort



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