O
Monstro De Mil Cabeças. Sem Carência.
Uma produção mexicana
muito curtinha, mas também muito interessante, passa em nossas telonas. “O
Monstro de Mil Cabeças” é um daqueles filmes que a gente pode chamar de
catarse, pois mostra uma daquelas coisas impossíveis que, volta e meia, a gente
tem muita vontade de fazer. E que coisa é essa? Ir às últimas consequências na
luta por seus direitos quando você paga um seguro ou plano de saúde. Quando
digo últimas consequências é você pegar um revólver mesmo e arrancar dos caras
graúdos que te sacaneiam seu direito na marra.
O filme fala da saga de
Sonia Bonet (interpretada por Jana Raluy), que tem seu marido fazendo um
tratamento contra o câncer e paga um seguro que deveria bancar isso. Mas a
conhecida burocracia que todos nós conhecemos leva à situação absurda de que
pagamos uma coisa que não nos cobre nos momentos mais difíceis (qualquer
semelhança com os planos de saúde tupiniquins não é mera coincidência). Pois
bem. Depois de ficar de molho esperando horas para ser atendida e de ser maltratada
pelo médico responsável que poderia dar o laudo, Sonia perde a cabeça, segue de
forma escondida o profissional até a casa dele e o rende com uma pistola. A
partir daí, toda uma sucessão de eventos acontece com Sonia que, juntamente com
seu filho, procura buscar o atendimento que o marido tem direito, já que a
droga do seguro foi pago. Nem é preciso dizer que, à medida que as coisas
acontecem, elas se enrolam cada vez mais. Mas vou deixar para o leitor ir ao
cinema e ver como foi essa situação.
É uma pena que o filme
tenha uma duração bem pequena (74 minutos), pois essa história tinha tudo para
ser bem mais trabalhada e dar um pouco mais de caldo, virando uma verdadeira
ópera do absurdo com “O” maiúsculo. De qualquer forma, ela já teve lances inusitados
suficientes, dentre eles, o conflito entre mãe e filho durante os sequestros
que a matrona fazia, empurrando o adolescente para confusões cada vez maiores.
O mais interessante foi a opção pelo desfecho aberto, dando ao público a
alternativa de ele mesmo tirar suas conclusões. De qualquer forma, foi muito
interessante presenciarmos a situação espelhada no filme e concluirmos que a
farra de seguros e planos de saúde com o público não é apenas uma exclusividade
do Brasil e sim, muito provavelmente, um mal que assola toda a América Latina,
quiçá os países do Terceiro Mundo, embora isso não seja nada alentador para
nós.
Assim, “O Monstro de
Mil Cabeças” é mais uma película catártica que está em circuito e que nos
delicia pela desopilação de fígado que é ver uma mulher simplesmente surtar e
buscar os seus direitos na marra contra um grupo de empresários que destrata da cara de todos. Não deixa de ser
uma diversão embora o tema seja bastante agônico. E não deixe de ver o trailer
após as fotos.
Cartaz do Filme
Sonia precisa cuidar de seu marido
Mas o seguro não quer cobrir...
Então...
Indo às últimas consequências!!!
Seu filho é metido em todo o imbróglio...
... o que leva a uma relação de turbulência e paz com a mãe...
Qual será o desfecho dessa mulher desesperada? Com a palavra, o público...
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