O
Último Cine Drive-In. Mais Uma Declaração De Amor Ao Cinema.
Mais um bom filme
brasileiro nas telonas. “O Último Cine Drive-In” é um daqueles filmes onde o
cinema faz uma declaração de amor ao próprio cinema, bem ao estilo de pérolas
como “Cinema Paradiso”, “Splendor” ou “Cine Majestic”. Dessa vez, a película
dirigida por Iberê Carvalho e estrelada por Othon Bastos, uma lenda viva do
cinema brasileiro, vai novamente falar do hábito de se frequentar o cinema, mas
com um atrativo a mais: fala-se, agora, de um cinema drive-in, daqueles que
somente tinham sessões noturnas ao ar livre, onde as pessoas iam de carro para
assistir aos filmes. O filme se passa em Brasília, bem ao lado do Estádio Mané
Garrincha, onde há um cinema drive-in. Pela história da película, aquele é o
último drive-in do país, comandado por Almeida (interpretado por Othon Bastos),
que tem a ajuda de Paula (interpretada por Fernanda Rocha), a operadora
cinematográfica e responsável pela lanchonete, e Zé (interpretado por Chico
Sant’Anna), que fica na portaria. A ex-mulher de Almeida, Fátima (interpretada
por Rita Assemany) está com uma doença terminal, o que faz com que o filho dos
dois, Marlon Brando (interpretado por Breno Nina) retorne à Brasília. Depois de
ouvir a mãe falar da saudade dos velhos tempos do cinema, que era muito
frequentado, Brando decide tirar a mãe do hospital para assistir a uma última
sessão de cinema do drive-in, que fechará suas portas devido à falta de
público. Assim, Brando e Almeida correrão contra o tempo para fazer uma última
sessão para Fátima.
Um roteiro altamente
previsível, mas sempre cativante, ainda mais porque rende homenagens a paixão
primária de todo cinéfilo, materializado aqui no personagem Almeida, que quer
manter o sonho do drive-in vivo. Mas os tempos são outros e o cinema será
fechado por ser altamente deficitário. O mais irônico é que Almeida tem um
amigo que tem salas de cinema digitais e está bem de vida, enquanto que nosso
protagonista dirige uma Kombi velha e caindo aos pedaços, símbolo da decadência
dos tempos do celuloide de 35 mm. Assim, o filme dá a entender que a paixão
pelo cinema não acabou de fato, mas o que acabou foram as antigas formas de
você amar o cinema, onde o drive-in ainda era uma prática corriqueira, ao lado
do bom e velho 35 mm. A parte mais tocante da história é presenciarmos Fátima
se lembrando dos velhos tempos de funcionamento do cinema a céu aberto e de
todo o espetáculo que ocorria não somente na tela, mas também na audiência,
onde um estacionamento lotado de carros era uma atração à parte.
Dessa forma, “O Último
Cine Drive-In” é um filme que homenageia uma sétima arte já esquecida e
distante no passado, totalmente destoante da sétima arte que estamos
acostumados a ver nos cinemas de shopping. Uma sétima arte que nos dá saudade e
traz lágrimas aos olhos. Lágrimas que só os amantes do cinema compreendem.
Cartaz do filme
Almeida. Levando um cinema aos trancos e barrancos
Marlon Brando. Retornando para o antigo cinema e para o antigo pai por causa da mãe doente.
A velha kombi só pega empurrando
Pai e filho angustiados com o destino da mãe
Fátima e Marlon. Lembranças dos bons tempos do drive-in
Sessão de Gala...
Paula inicia a última sessão.
Equipe do filme...
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