Aliyah.
Rumo A Raízes Desconhecidas.
Um filme francês lá do
longínquo ano de 2011 chega só agora às nossas telonas. “Aliyah”, dirigido por
Elie Wajeman, é um filme sobre judeus que vivem em Paris. Judeus que estão
estabelecidos e que se questionam se é melhor abandonar a vida que têm na
França para viver uma nova realidade em Israel. Dentre eles, quem tem a maior
dúvida é Alex (interpretado por Pio Marmai), que chegou aos 27 anos sem muitas
perspectivas em sua vida. Ele viveu por um tempo da venda de drogas juntamente
com seu amigo Mathias (interpretado por Guillaume Gouix) e tinha que
seguidamente desenrolar as más situações em que seu irmão Isaac (interpretado
por Cédric Kahn) se metia, tendo que pagar as dívidas que ele tinha com pessoas
muito mal encaradas. Numa festa de
família, Alex reencontra um primo que disse a ele que vai abrir um restaurante
em Israel. Alex gostou da ideia e viu tal oportunidade como a chance de
abandonar sua vidinha sem vergonha e dar a ela um novo rumo. Mas nada seria
fácil. Ele teria que arrumar quinze mil euros para investir no negócio e
mergulhou de cabeça no tráfico de drogas que havia abandonado. Ainda, não era
muito desenvolto no idioma hebraico, tendo que voltar a ter aulas com uma
antiga namorada. E, para piorar a situação, ele conheceu uma garota que estava
perdidamente apaixonada por ele.
O filme levanta uma
questão curiosa. A palavra “Aliyah” significa o retorno de todos os judeus a
Israel após a diáspora. A maioria dos judeus que voltava a Israel já conhecia o
país razoavelmente bem e fazia isso por convicções ideológicas. No caso do
nosso Alex, um judeu esquerdista de Paris, ele fazia esse retorno a um país que
mal conhecia mais por opção financeira. E aí, podemos ver entre os conhecidos e
parentes de Alex, que uns voltariam para Israel por convicção como seu primo e
outros não voltariam de jeito nenhum, por achar um país só com judeus “muito
chato”, como dizia Esther, sua antiga namorada que ensinava novamente o
hebraico para ele. O próprio Alex não queria fazer parte do serviço militar
para “matar palestinos”. Assim, podemos presenciar nesse microcosmos de judeus
parisienses, posições variadas com relação à questão árabe-israelense, o que
foi o detalhe mais interessante do filme.
É uma situação muito
estranha a de Alex, já que ele vai para um país que é o símbolo de sua cultura
religiosa, mas com o qual ele não possui a menor identificação. O problema é
que a vida em Paris é completamente sem perspectiva para ele e, assim, Alex se
arrisca numa nova realidade que ele presenciou como também cheia de problemas.
Infelizmente, o filme
tem uma cadência lenta e é meio sonolento em alguns momentos, com um desfecho
que soou muito como um anticlímax. Apesar disso, a película ainda é
recomendável, pois faz uma reflexão em torno da diversidade de opiniões entre
os próprios judeus com relação ao Estado de Israel e à questão
árabe-israelense.
Cartaz do filme
Alex vai tentar vida nova em Israel
Resolvendo pepinos do irmão...
E ele terá que deixar para trás uma grande paixão...
Nenhum comentário:
Postar um comentário