Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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domingo, 9 de agosto de 2015

Resenha de Filme - Adeus à Linguagem

Adeus À Linguagem. Godard Num 3D Hermético.
Jean-Luc Godard está de volta! E, ainda por cima, em 3D. Confesso que nunca gostei muito dos filmes do consagrado cineasta francês, exceção feita a “Alphaville”. Sempre achei a maioria de seus filmes herméticos demais e, consequentemente, chatos. Mas o homem é endeusado por críticos e estudiosos de cinema. Este filme aqui, "Adeus à Linguagem", por exemplo, ganhou o prêmio do júri em Cannes. Portanto, deve haver algo de bom lá. E juro, de pés juntos, que toda vez que tenho a oportunidade de ver um novo filme desse amado cineasta, aproveito-a e vou à sala na maior das boas vontades. E dessa vez, o que aconteceu?
Antes de mais nada, devo confessar que vi a versão em 2D da película, perdendo a espacialidade e a plasticidade do 3D, que devem ter sido muito bonitos e que devem ter realçado ainda mais uma característica presente em alguns filmes de Godard: o seu fio narrativo muito tênue que leva a uma fragmentação total da história, se é que havia alguma. O título em si do filme já parece dar a dica das intenções do cineasta. Abandonar a linguagem convencional tal como a conhecemos. Alguns trechos de diálogos, por exemplo, ficaram sem qualquer legenda que os traduzisse, a pedido do próprio cineasta, como ele nos forçasse a preencher aquelas lacunas por nós mesmos. Uma falta de sincronismo entre som e imagem também se fazia transparecer, assim como um uso dobrado de imagens cuja conexão aparentemente não tinha qualquer sentido em termos narrativos.
Mas o que o cineasta queria dizer? Em meio a esse zoo de imagens (algumas delas muito coloridas e belas, devendo ser uma experiência formidável no 3D) e sons, algumas ideias e reflexões soltas, provavelmente extraídas de textos de filósofos, linguistas, ensaístas e afins, se manifestavam no filme, e que são citados nos créditos finais. Vemos, por exemplo, uma reflexão entre a diferença entre ideia e metáfora, ou atentar para o fato de que não há prêmio Nobel para artes plásticas. Ou, ainda, uma crítica ao conceito de personagem, que faz com que nós deixemos de ser nós mesmos. Num determinado momento, é feita uma comparação entre o Estado Fascista e o democrático liberal no que eles têm de semelhante. Esses pensamentos soltos eram debatidos por um casal na intimidade do seu lar, que desfilava nu na frente das câmaras a maioria do tempo. Às vezes, a coisa ficava um tanto provocativa, pois a mulher, inteiramente nua, conversava com o homem, enquanto este fazia, digamos, o número 2 com uma sonoridade bem desagradável. E ele filosofava usando o próprio excremento como tema (argh!). No meio dessa doideira toda, um simpático cachorrinho ia para lá e para cá, se esfregando na neve, aventurando-se numa corredeira, escondendo-se embaixo de um cobertor e olhando assustado para a câmara que o perseguia, provavelmente porque não aguentava mais as maluquices da filmagem, etc. E a filosofia inerente ao cachorro dizia com toda a propriedade que ele é o único animal que tem um amor pelo homem maior que seu amor-próprio. Faz todo o sentido, principalmente para quem tem um cachorrinho de estimação.

Dessa forma, o que dizer desse novo Godard? Como inovação, a bela plasticidade de imagens com o fito de usar o 3D de uma forma criativa. No mais, um cinema excessivamente experimental que pode ficar muito hermético ao grande público, algo que ele já fez outras vezes. Todos têm o direito de filosofar, mas seria bom compartilhar isso com os outros, tornando a coisa um pouco mais compreensível. Quem sabe um fio narrativo um pouco mais tradicional que tolerasse o experimentalismo? Juro que ainda quero falar bem de Godard. Mas, por enquanto, só posso dizer: Saudades de “Alphaville”.

Cartaz do filme

Pequenos momentos lúdicos...

Um simpático cachorrinho...


Loucas experiências com imagem no 3D


Mais um exemplo...


Muucho loco!!!


Algumas imagens um tanto escatológicas...


Fusões. Mais experimentalismo...


Nudismo...


Pelo menos, "Metrópolis" fez uma ponta, na digressão do ódio aos personagens...


Intertítulos em imagens, Fórmula já usada...


Alemão refletindo o ódio fascista...


E o cachorrinho no meio desse rolo todo...


Nas filmagens...

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