A
Dama Dourada. A Incrível Saga De Uma Pintura.
Mais uma vez, o tema da
Segunda Guerra Mundial volta às telonas. Dessa vez, no bom filme “A Dama
Dourada”, estrelado por Helen Mirren e Ryan Reynolds, com a boa participação de
Daniel Brühl e uma pontinha para lá de charmosa de Jonathan Pryce. Um filme que
trata de memórias esquecidas. Um filme que busca uma reparação.
Vemos aqui a história
de Maria Altmann (interpretada por Helen Mirren), uma judia sobrevivente da
Segunda Guerra Mundial que, em seus tempos de juventude, tinha em sua casa um
quadro de Gustav Klimt, “O Retrato de Adele Broch Bauer”, que por sinal era a
tia de Maria e foi pintado na própria casa da família na Áustria. Os parentes
de Maria eram amantes das artes e tinham muitas pinturas em casa. Com a invasão
dos nazistas à Áustria, a casa de Maria foi invadida e todas as obras de arte
foram roubadas. Muitos anos depois, os retratos pintados por Klimt que estavam
na casa de Maria estão num museu na Áustria, como patrimônio do país. O
“Retrato de Adele Broch Bauer” foi renomeado como “A Dama Dourada” para
encobrir o roubo feito pelos nazistas. E aí, em pleno ano de 1998, Maria quer reaver
os quadros da família. Mas os austríacos não darão o braço a torcer, já que “A
Dama Dourada” é considerada a Mona Lisa da Áustria. Para ajudá-la na
recuperação das pinturas, Maria vai contar com a ajuda de um jovem advogado
inexperiente, Randy Schoenberg (interpretado por Ryan Reynolds), por um acaso
neto do famoso compositor Arnold Schoenberg. Os dois viajarão à Áustria para
buscar reaver os quadros. E lá irão contar com a ajuda do austríaco Hubertus
Czernin (interpretado por Daniel Brühl), envergonhado com o passado nazista de
seu país.
Esse filme toca num
assunto delicado já mencionado no filme “Caçadores de Obras-Primas”: o roubo,
por parte dos nazistas, de obras de arte quando do momento da guerra. A saga de
Maria Altmann pela restituição de seu patrimônio particular, com a ajuda de
Randy Schoenberg, mostra como a questão do antissemitismo ainda é bem viva nos
países teutônicos, já que os austríacos eram irredutíveis quanto à uma
negociação com Maria Altmann, e podíamos ver até alguns comentários racistas
contra Maria nas ruas. O filme também fazia “flash-backs” que se remetiam aos
tempos de juventude de Maria e toda a perseguição dos nazistas naquela época. Outro
detalhe interessante da película foi presenciarmos todos os meandros dos
processos judiciais e as estratégias que Schoenberg tinha que elaborar para
buscar os melhores caminhos para sua cliente ter êxito na conquista das
pinturas. Todos os atores estavam ótimos. Helen Mirren fez uma Maria forte, mas
com lampejos de fragilidade. Ryan Reynolds fez um advogado determinado, mas com
lampejos de insegurança. Ambos os protagonistas fizeram papéis de heróis bem
humanos, com momentos de força e vacilação. Daniel Brühl excelente como sempre,
um ator germânico que é uma excelente surpresa, que tanto sucesso fez
interpretando Nikki Lauda em “Rush”. Só é de se lamentar que ele tenha
trabalhado mais como um ator coadjuvante. Mas o bom ator faz qualquer papel. E
Brühl mais uma vez deu conta do recado. Jonathan Pryce fez uma pontinha, mas
cheia de charme, como o divertido juiz da Suprema Corte, que sempre descontraía
um ambiente tenso com piadas oportunas durante as sessões da corte.
Assim, “A Dama Dourada”
é um excelente filme baseado numa história real, que conta com excelentes
atores, fala de arte e denuncia o roubo da mesma por parte dos nazistas,
lembrando que ainda existem muitas obras de arte roubadas e não restituídas aos
seus verdadeiros donos. Um filme altamente recomendável.
Cartaz do filme
A incrível história de uma pintura.
Maria e sua tia Adele, que serviu de modelo para o quadro.
Maria foge da Áustria com seu marido
Randy e Maria tentando reparar o passado
Muitas pesquisas em arquivos.
Randy, Maria e Hubertus. Muitos momentos de tensão
E, também, de vitórias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário