Um
Homem Entre Gigantes. Para Quem Gosta de Futebol Americano.
Um filmaço em nossas
telonas. Will Smith está de volta com todo o seu talento em “Um Homem Entre
Gigantes”, uma película que mexe num tremendo vespeiro e que tem Ridley Scott
entre os produtores. Talvez seja por isso que ela só tenha sido indicada para
um Globo de Ouro (melhor ator de drama) e não tenha recebido uma indicação
sequer ao Oscar? Esse é mais um filme adequado ao discurso do desafio ao qual se
referiu a presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Cheryl
Boone Isaacs, quando ela tentou justificar a ausência de negros nas indicações
ao Oscar. E esse filme estrelado por Will Smith aumenta ainda mais a impressão
de injustiça.
No que consiste a
história da película? Vemos aqui o médico nigeriano Dr. Bennett Omalu
(interpretado por Smith), que trabalha realizando autópsias. Como ele tem a
mania de falar com os cadáveres e não se enturma muito com as pessoas, ele
desperta preconceitos de seus colegas. Um belo dia, o corpo de um ex-jogador de
futebol americano local, outrora considerado uma grande celebridade, vai parar
em sua mesa de necrotério. Omalu estranha a morte precoce do ex-jogador e fará
um exame mais minucioso em seu cérebro, quando descobre uma doença provocada
pelos violentos choques de cabeça que esses jogadores sofrem. Ele publica seu
estudo numa revista de medicina, o que é suficiente para fazer desabar a ira da
Liga Profissional de Futebol Americano sobre sua pessoa. A Liga procurará desqualificar
seu trabalho e destruí-lo em todos os sentidos. Omalu, então, começará uma luta
por aquilo que acha justo.
Dá para perceber como o
tema é espinhoso, ainda por cima porque é baseado numa história real. O Dr.
Omalu comeu o pão que o diabo amassou, mas não esmoreceu, lutando para fazer
prevalecer seu ponto de vista. O filme dá a entender que a Liga Profissional de
Futebol Americano já sabia do problema há muito tempo e acobertou tudo. A
doença que acometia os ex-jogadores era simplesmente horrível e destruiu várias
famílias pelos Estados Unidos, não se sabendo ao certo o número de vítimas,
havendo somente uma estimativa, alta por sinal.
Com relação ao elenco,
Will Smith fez um simpático africano, altamente idealista e inocente para os padrões
culturais americanos, onde ele trabalhou muito bem a questão do sotaque. Ele
realmente não parecia em nada com um americano quando atuava e foi muito bem no
papel. Mais uma injustiça que não tenha sido indicado ao Oscar. O filme ainda
contou com a austera presença de Alec Baldwyn, que interpretou o Dr. Julian
Bailes, um ex-médico de time de futebol que não aguentava mais ver o tormento
dos ex-jogadores e se aliou a Omalu. Baldwyn sempre tem aquele jeito durão
dele, que dá muito respeito aos papéis que interpreta. O elenco ainda contou
com figuras conhecidas como David Morse (que trabalhou em filmes como
“Contato”) e Paul Reiser (que trabalhou na série “Mad About You”).
Assim, “Um Homem Entre
Gigantes” é mais um bom filme que temos esse ano e que aumenta aquela sensação
de injustiça que vimos na festa do Oscar, pois Will Smith desempenhou seu papel
com maestria e poderia muito bem ter uma indicação para o Oscar de melhor ator.
A coragem de criticar uma instituição americana tão sólida quanto a do futebol
americano também é digna de nota. Um filme que, independente de ter premiações
ou não, é essencial e prova a função social do cinema que é a de denunciar
situações injustas e escabrosas como as apresentadas na película. Programa
imperdível! E não deixe de ver o trailer após as fotos.
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Cartaz do Filme
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Dr. Omalu, um médico africano nos EUA
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Uma autópsia irá mudar sua vida
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Uma terrível constatação
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Will Smith, o verdadeiro Dr. Omalu e o diretor Peter Landesman
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