Fique
Comigo. Visões Do Humano No Condomínio.
Um filme francês muito
fofinho em nossas telonas. “Fique Comigo” traz a superdiva Isabelle Huppert de
volta. Só isso já era mais do que um motivo para a gente prestigiar esse filme.
Mas a película tem muito mais do que isso. É um filme cheio de ternura e que
celebra as relações humanas, por mais inusitadas que elas apareçam aqui.
A história se passa num
condomínio de periferia, muito maltratado. Na reunião de moradores, é decidido
que todos pagarão uma taxa para trocar o elevador, que vive dando defeito. Mas
Sterkowitz (interpretado por Gustave Kervern), um morador do primeiro andar se
nega a pagar, pois não o usa. Os condôminos, então, decidem que ele não pagará
a obra, mas também não pode usar o elevador. O problema é que o homem comprou
uma bicicleta ergométrica e, ao se exercitar, teve uma espécie de AVC, ficando
preso a uma cadeira de rodas e dependente do elevador. Para que ninguém o veja
usando o transporte, Sterkowitz sai à noite e vai a um hospital próximo pegar
batatas fritas na máquina de guloseimas. Lá, ele conhece uma enfermeira (interpretada
por Valeria Bruni Tedeschi) por quem se apaixona e decide visitá-la todas as
noites, quando ela faz uma pausa em seu serviço para fumar. Paralelamente a
essa história, temos Jeanne Meyer (interpretada por Huppert), uma atriz
fracassada e abandonada pelo namorado, que faz amizade com Charly (interpretado
por Jules Benchetrit), um jovem que mora no prédio, criando um lindo laço de
amizade. Agora, a terceira história é a mais inusitada, a da argelina Hamida
(interpretada por Tassadit Mandi), que tem o filho na prisão e acaba acolhendo
o astronauta americano John Mckenzie (interpretado por Michael Pitt), que desce
da Estação Espacial Internacional numa cápsula, que mais parecia aquelas do
Projeto Gemini, na cobertura do edifício por engano, e tem que passar dois dias
na casa da senhora até que a Nasa o busque, criando uma relação filial entre um
americano e uma muçulmana.
São três histórias
ternas e divertidas. A do senhor Sterkowitz é a mais dramática, onde o
cadeirante é um personagem extremamente frágil, assim como a enfermeira pela
qual ele se apaixona, uma mulher solitária e muito insegura. Dava dó de ver os
dois tentando se aproximar, assim como os esforços de Sterkowitz para vê-la
todas as noites, superando todas as barreiras impostas a um deficiente físico. Já
a história de Jeanne Meyer teve um grande trunfo, pois a atriz mostrou para
Charly seus filmes antigos e pudemos ver filmes verdadeiros de Huppert quando
ela era muito jovem, com uma cara fofinha de garotinha. Um deleite para os
olhos! Meyer também era uma personagem bem frágil e encontrou no frescor da
juventude de Charly um estímulo para levar sua vida adiante e sua carreira de
atriz. Agora, a história da afeição entre mãe e filho da senhora argelina com o
astronauta americano foi a grande atração. Com o filho na prisão, Hamida
literalmente recebeu um filho do céu quando o astronauta cai no prédio. Ao
criar uma amizade entre os dois, faz-se uma graça com o estado de constante
beligerância e animosidade entre americanos e muçulmanos hoje em dia, o que
resultou nos momentos mais emocionantes da película.
Três histórias, três
emoções diferentes. Muito carinho entre os personagens. É o tipo do filme que
você sai levinho do cinema, configurando-se, por isso, num programa imperdível.
Não deixe de ir ao cinema para ver esse ótimo filme. E não deixe de ver o
trailer após as fotos.
Cartaz do Filme
Uma tensa reunião de condomínio
Jeanne Meyer, uma atriz em busca de um novo rumo
Charlie será um estímulo para Jeanne
Um cadeirante e uma enfermeira
Fazendo fotografias para impressionar sua amada
Fragilidade dos personagens é evidente
Um "filho"que cai do céu.
O astronauta americano vai ficar com saudades da senhora argelina...
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