Jornada
Nas Estrelas. Radiografando Um Longa. O Filme.
“Jornada nas Estrelas,
o Filme”. O primeiro longa da série que havia feito muito sucesso na segunda
metade da década de 1960 e suas reprises na década de 1970, foi dirigido pelo
consagrado diretor Robert Wise, responsável por obras como “O Dia em que a
Terra Parou”, “Noviça Rebelde” e “O Dirigível Hindenburg”. Nome à altura da tão
esperada ressurreição da franquia, após o fracasso de se tentar levar a série
“Jornada nas Estrelas, Fase II” ao ar nas tvs. Reza a lenda que o sucesso de
“Guerra nas Estrelas” levou a Paramount a optar por fazer um longa.
Dos seis longas-metragens
da tripulação da série clássica, esse talvez tenha sido o mais cerebral e
artístico de todos. Para relembrarmos seu enredo, uma imensa nuvem
desconhecida, que consome tudo à sua frente, vai em direção a Terra. O agora
almirante James Tiberius Kirk mexe seus pauzinhos para retomar o controle da
Enterprise, que passou por dezoito meses de reforma. Para isso, ele terá que
rebaixar Decker (interpretado por Stephen Collins), o atual capitão da
Enterprise, a primeiro oficial e oficial de ciências, o que provoca conflitos
entre os dois. Enquanto isso, em Vulcano, Spock atinge o Kolinahr, o expurgo
total de suas emoções e o alcance à lógica total, mas ao receber a honraria,
ele a recusa, pois sentiu uma poderosíssima consciência totalmente lógica em
busca de perguntas. Ele se unirá à tripulação da Enterprise, que irá em direção
à misteriosa nuvem e desvendar seus segredos.
Mas, o que é essa
nuvem? Nela existe uma grande nave espacial, comandada por V’Ger, uma máquina
que busca respostas para sua existência. V’Ger busca seu criador e quer
transformar as unidades carbono que infestam a Enterprise e a Terra (os
humanos) em meros bancos de dados, por serem consideradas mais uma praga do que
formas de vida. Kirk e seus comandados descobrirão que V’Ger é na verdade a
Voyager 6, uma sonda enviada pela NASA ao espaço mais de trezentos anos antes,
que tinha a missão de coletar dados e enviá-los à Terra (ao seu criador). Por
coletar uma quantidade enorme de informações e acumular conhecimentos, a
Voyager 6 acabou desenvolvendo consciência. Mas a nave entrou num buraco negro,
saindo do outro lado da galáxia, caindo num planeta de máquinas vivas que
construiu a nave gigante para que a intrépida Voyager cumprisse sua missão. E
ela retornou a Terra em busca de uma integração (física, inclusive) com seu
criador. Como não recebia respostas de seu criador, já que o sinal era antigo
demais e não entendido por seus criadores terrestres, a Voyager resolve acabar
com todas as unidades carbono que infestam o planeta, entendidas por ela como a
causa da obstrução do encontro da nave com seu criador. Nossa tripulação então
tentará fazer esse contato.
Essa história foi escrita
para ser utilizada em “Jornada nas Estelas, Fase II”, e enredo semelhante já
havia sido utilizado no episódio “Nômade”. O longa quase teve um desfalque
grave, pois Leonard Nimoy não queria participar do filme, mas depois de muitos
apelos desesperados, ele aceitou. Em contrapartida, a bela Persis Khambatta,
que havia interpretado a personagem Ilia na Fase II, participa do filme, assim
como o ator David Gautreaux faz uma ponta como comandante da estação Epsilon 9,
que foi sugada pela nuvem. Gautreaux seria o novo vulcano da Fase II, Xon, pois
Nimoy não se incorporou ao cast da
nova série. Xon seria totalmente vulcano e recém-saído da Academia de Ciências
de Vulcano, sendo mais um fator para ressaltar o lamento pelo fracasso da Fase
II.
Após esse pequeno
inventário de informações sobre o primeiro longa de “Jornada nas Estrelas”, eu
falarei, no próximo artigo, quais são as principais virtudes desse memorável
filme. Até lá!
Cartaz do Filme: a
velha tripulação de volta.
Antigos rostos, alguns
novos. Figurino a desejar...
Uma maquete de três
metros de comprimento para ser melhor filmada, com a câmera fazendo um travelling ao longo de sua carcaça.
Ilia e Decker:
envolvimento amoroso.
Persis Khambatta
raspando a cabeça para interpretar Ilia. Choro com a perda dos longos cabelos
negros.
Ilia na Fase II.
David Galtreaux como o
vulcano Xon em Fase II.
E sua ponta no longa...
Enterprise e a
misteriosa nuvem.
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