Praia
Do Futuro. Boa Ideia, Mas Pouco Dito.
Uma boa ideia mal
aproveitada. Essa é a sensação que “Praia do Futuro” nos deixa. É uma produção
brasileira e alemã, dirigida por Karim Ainouz, estrelada por Wagner Moura e
Clemens Schick, com tudo para dar certo. Só que o filme não empolga muito.
Faltou mais diálogo e trabalho em cima dos personagens. Se isso fosse feito,
talvez tivéssemos um grande filme. Mas o trailer altamente pirotécnico nos deu
uma falsa impressão do que iríamos assistir.
Moura interpreta o
papel de Donato, um salva-vidas do Ceará que resgata um turista alemão, Konrad
(interpretado por Schick), da Praia do Futuro, extremamente perigosa. O amigo
de Konrad morreu afogado. Donato decide ir pessoalmente ao hospital onde Konrad
está internado para lhe dar a notícia, seus pertences pessoais e o de seu
amigo. No hospital, Donato oferece uma carona a Konrad e, já no próprio carro,
começará a primeira das fortes cenas de sexo entre os dois. Com o tempo, o
casal vai se envolvendo cada vez mais, o que provoca o afastamento de Donato de
sua família e, principalmente de seu irmão, Ayrton (interpretado em sua fase
adulta por Jesuíta Barbosa). Donato larga tudo e vai para a Alemanha com
Konrad, que insiste que ele fique, quando Donato quer regressar ao Brasil. E
assim, Donato permanece na Europa, abandonando definitivamente a família. Até que Ayrton vai
em busca dele na Alemanha. O que vemos, então, é uma série de pequenos
conflitos entre Donato e Ayrton (o encontro entre os dois é marcado por uma
pancadaria só) e pequenos bate-bocas bilíngues entre Ayrton e Konrad. Quando
pensamos que o trio irá interagir mais profundamente nos conflitos pessoais, a
coisa não engrena. Os dilemas, expectativas e sofrimentos dos personagens
deveriam ter sido mais bem trabalhados. E o que vemos? Passeios na praia com
diálogos áridos ou nossos personagens balançando os esqueletos em danceterias
para descarregar a tensão. O filme termina com os três andando de moto e um
monólogo de Donato dizendo da importância de seu irmão para que ele, Donato, se
descubra como pessoa. Muito pouco para uma ideia recheada de boas perspectivas.
Uma pena... De bom mesmo, só o “Heroes”, de David Bowie nos créditos finais...
Cartaz do filme.
Wagner Moura, como o
salva-vidas Donato. Sempre eficiente.
Jesuíta Barbosa na pele
do irmão Ayrton.
Esse trio poderia ter
sido mais bem aproveitado, senhor diretor!!!!!
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