O
Homem Duplicado. O Perigo É Um Tomar A Vida Do Outro.
Mais uma vez a
literatura e o cinema dão as mãos. O filme “O Homem Duplicado” é baseado na
obra homônima de José Saramago e nos bota para pensar. Vamos falar um pouco
dessa trama, mas já aviso: ainda não li o livro. Dessa forma, a minha leitura
do filme é meio kamikaze.
Vemos aqui a história
de dois personagens de aparência idêntica. Um se chama Adam Bell e é professor
de História. Outro se chama Anthony Claire e é ator de terceira categoria. A
vida do professor é altamente repetitiva: mesma aula, trajeto para casa, transa
incompleta com a namorada. Um dia, um amigo lhe indica um filme para ver, com o
objetivo de sair da mesmice. O professor aluga o filme na locadora e fica
perplexo ao ver um ator aparentemente igual a ele fazendo uma pontinha bem
ordinária. Adam então mergulhou no Google para encontrar o paradeiro de
Anthony. E o mestre conseguiu o endereço
e telefone do ator. O que vai se seguir é uma série de perseguições, intrigas,
com desfechos trágicos e imagens cheias de simbologias.
Qual parece ser o tema
central do filme? Dois homens idênticos na aparência têm comportamentos
totalmente opostos. O ator é seguro de si, mulherengo e com arroubos de mau
caratismo. Já o professor é inseguro, compenetrado e sensível. Foi um bom
exercício para Jake Gyllenhaal, que deu a sua face a personagens tão distintos.
No que essas duas figuras começam a interagir, um acaba vivendo a vida do
outro, numa troca de casais que não será boa para nenhum dos dois,
principalmente o ator. O único elemento que os distinguia fisicamente era a
marca de aliança nas mãos do ator, percebida pela namorada do professor, que
rechaça o artista durante uma transa bem tórrida. Já o professor terá uma noite
de amor com a esposa do ator, que está grávida (de verdade, a atriz aparece nua
com o barrigão), não sem ser tomado por um sentimento de culpa e arrependimento
que atrai a mulher grávida, pois ela se ressente da falta de sensibilidade do
marido.
Infelizmente, o filme
deixa muitos pontos soltos que, se fossem bem amarrados, poderiam acrescentar
mais qualidade à história. A suspeita de que o professor e o ator fossem
irmãos, sendo que até os dois possuem a mesma cicatriz (por que? Eram siameses?
Isso também não fica explicado!), foi levantada, mas mal esclarecida na visita
do professor a sua mãe (interpretada por Isabela Rosselini, numa participação
especial, ainda bem em forma). O medo e a insegurança do professor em relação à
hipótese do ator ser seu irmão foi outro
ponto mal contado, assim como a função de uma estranha chave do ator que cai
nas mãos do professor. Havia, também, a imensa aranha que aparecia em algumas
partes do filme, talvez a representação simbólica do perigo do encontro dos
duplos. Sei não, mas o fato de essas partes da história ficarem mal contadas
podem proporcionar ao espectador grandes viagens ao interpretar o filme. Só não
sei se no livro é assim.
Apesar de muito
intrigante e mal explicado, “O Homem Duplicado”
merece ser visto, principalmente pelo belo trabalho de Jake Gyllenhaal,
onde dois personagens idênticos em sua aparência são muito diferentes em seu
interior. O perigo que circunda a troca de vida dos dois é outra característica
marcante e atraente também.
Cartaz do filme. Aranha na cuca.
Professor. Vida vazia.
Um ator cheio de
defeitos.
Professor e ator. Vidas
em conflito.
Ator perseguindo a
namorada do professor.
Professor se envolvendo
com a esposa do ator.
Mestre José Saramago, o
responsável por esse rolo todo...
Eu amo Jake Gyllenhaal ❤️ É um ator lindo, carismático e talentoso. Adoro esse tipo de histórias de ficção científica e horror. LIFE é um dos seus filmes mais recentes. Tem um bom roteiro, e é resultado de uma grande produção e muito bom elenco! Para uma tarde de lazer é uma boa opção! :)
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