Vamos continuar a
refletir sobre o Episódio VII. Snoke... quem é esse líder supremo? Seria o
Imperador ressuscitado? No Universo expandido, fala-se que o Imperador teria
deixado um clone prontinho para que a sua alma pudesse ocupar esse corpo caso
ele morresse. Ainda, o Imperador tem os mesmos poderes de Ben Kenobi para
manter seu espírito vivo, daí a possibilidade de “reencarnar” nesse novo clone.
Será que essa ideia poderia ser aproveitada? Eu acharia ótimo... E não podemos
nos esquecer de que o líder supremo quer Rey, assim como o Imperador queria
Luke. É muito curioso também notar que o cenário em que o líder supremo fica
(ou pelo menos sua imagem holográfica) é muito parecido com o cenário do líder
imperioso dos cilônios (ou “cylons” para os mais novos) da série Galáctica (não
a mais recente, mas a mais antiga de fins da década de 70). A disposição é a
mesma: quem vai falar com o líder fica num plano inferior, olhando-o de baixo
para cima. Outra homenagem de Abrams? Ainda falando de “Galáctica” e “Guerra
nas Estrelas”, é interessante notar a alusão ao Império Romano em ambos os
filmes, embora em Guerra nas Estrelas haja uma referência maior a Republica e
ao Império, ao passo que na série antiga de “Galáctica” haja uma alusão da
perseguição dos romanos aos judeus.
Continuando a falar
sobre os novos personagens, muito me incomodou o estilo excessivamente cômico
dado ao personagem de John Boyega, o Finn. Vou repetir aqui: o filme tem boas
ideias e sacadas, mas que cansaram por ser excessivamente usadas. E esse também
foi o caso de Finn. Ele passou muito rapidamente de figura atormentada para um
dos heróis principais. E, nesse meio tempo, fez uma espécie de papel de “bobo
da corte” que o aproximaria mais dos eternos personagens cômicos R2D2 e C3PO.
Tudo bem que a gente possa dar umas risadas com esse personagem, mas isso tem
que ficar muito bem medido, pois ele será um dos protagonistas, ele será um dos
heróis. Em suma: ele não pode ser tão “lerdinho” o tempo todo. Vamos ver se o
personagem se desenvolve ao longo dos outros episódios. Uma curiosidade
extraída do “Almanaque Jedi”: o número 2187 de Finn é o mesmo número da cela de
Leia na Estrela da Morte em “Uma Nova Esperança”. Mais uma boa referência
implícita ao Episódio IV. E, segundo Chris Taylor, em seu excelente livro “Como
Star Wars Conquistou o Universo”, “2187” foi o título de um filme de arte que
muito chamou a atenção de Lucas em sua juventude, que teria, inclusive, ajudado
o diretor a cunhar o conceito de força.
Vamos falar mais um
pouquinho de Rey? Essa sim é uma personagem cheia de complexidades desde o início,
o que abre muitas possibilidades. Ela é que provoca o tal “Despertar da Força”,
sentido por Ren e Snoke. Já ficou bem claro que ela tem os midchlorians
correndo no sangue e é uma jedi em potencial, puxando essa característica da
suposta mãe, a princesa (ou general) Leia. Mas a moça ainda está imersa em
muito medo e ódio, características que Ren notou enquanto a aprisionava e,
principalmente no duelo entre os dois, quando Rey praticamente subjugou Ren e
iria destruí-lo com todo o seu ódio, o que fatalmente a levaria direto para o
lado sombrio. Por isso, na minha cabeça fica bem claro que aquela enorme
cratera surgida entre Rey e Ren que evitou que a moça matasse o homem da
Primeira Ordem mais salvou Rey do que Ren. E aí fica a dúvida: a cratera foi obra
do acaso ou alguma manifestação da Força para evitar que Rey descambasse para o
lado sombrio? Prefiro a primeira opção.
Um detalhe interessante
foi a forma como Rey tateou o uso da força. Enquanto ela estava prisioneira de
Kylo Ren, ela tentou convencer um stormtrooper (que estão dizendo por aí que
era Daniel Craig, o atual James Bond, fazendo uma ponta) a soltá-la. Mas não
tinha controlado o soldado. Dava para perceber que seu tom de voz era mais alto
e com raiva. E ela não conseguiu o seu objetivo. Quando ela deu a ordem
novamente, só que de forma mais delicada e pausada, sem raiva, ela conseguiu
dominar a mente do stormtrooper, num indício de que ela deve controlar a sua
raiva. Fazendo um trocadilho infame, ela não devia usar a Força, mas sim jeito.
Mas a coisa não parou
por aí. Lembrando muito “O Retorno de Jedi”, quando Vader explorava a mente de
Luke enquanto eles duelavam com os sabres de luz, e o senhor sombrio descobriu
a existência de Leia, Ren também fazia o mesmo e torturava psicologicamente Rey,
dizendo que ela é solitária e tem medo de partir. A moça sonha com uma ilha
onde tem Han como figura paterna (algo que aconteceria ao fim do filme, mas com
Luke; seria o cavaleiro jedi essa nova figura paterna e mestre, com Solo sendo
o pai biológico?). Rey, por sua vez, usa o mesmo poder em Ren e diz que ele tem
medo de não ser como Vader. A semelhança entre os dois aí chega a ser gritante
(ambos têm medo e raiva, além de explorarem a mente um do outro com o uso da
força) e é um fato que ajuda na hipótese de que os dois são irmãos.
No próximo artigo,
falaremos mais sobre a morte de Han Solo e de mais alguns personagens da
trilogia clássica. Até lá!
Quem é o líder Snoke???
Finn não pode ser muito engraçado...
Rey. Muito medo...
... e muito ódio...
Guerra psicológica entre Rey e Ren. Irmãos???
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