La
Sapienza. Arquitetura, Psicologia e Amor À Vida.
Um interessante drama
escrito e dirigido por Eugène Green está nas nossas telonas. “La Sapienza” é
aquilo que podemos dizer um verdadeiro filme de arte, na mais literal acepção
do termo. Mas também é uma película que reflete sobre a condição humana e a
arte de viver. Um filme que lembra que a sabedoria não é nada sem o sentimento,
o amor e a paixão.
Vemos aqui a história
de um casal. Alexandre, o arquiteto (interpretado por Fabrizio Rongione), tem o
seu projeto vitorioso num concurso para erguer um conjunto habitacional numa
área carente. Mas seu projeto é totalmente violado pela empresa que o fará com
a intenção de cortar custos. Desiludido, ele sai de seu país, a França, e
embarca numa viagem à Itália para rever as obras de uma de suas grandes inspirações,
o arquiteto Borromini, que viveu no século XVII. Sua esposa, Aliénor
(interpretada pela bela Christelle Prot Landman), vai com ele. O relacionamento
entre os dois esfriou depois de algumas tragédias ocorridas no passado. Na Itália,
eles encontrarão dois irmãos, Goffredo (interpretado por Ludovico Succio) e
Lavinia (interpretada por Arianna Nastro). A moça tem problemas de saúde e logo
despertará a comoção de Aliénor. Goffredo tem paixão pela arquitetura. Foi o
pretexto para Aliénor convencer Alexandre a fazer o resto da viagem com
Goffredo, enquanto que ela continuava com Lavinia, que recuperava sua saúde. Esse
encontro vai provocar uma reviravolta na vida de todos.
Esse filme tem boas
virtudes. A viagem de Alexandre e Goffredo em busca das obras arquitetônicas de
Borromini vale o ingresso, já que podemos presenciar construções lindíssimas,
sobretudo as igrejas projetadas pelo antigo arquiteto. Alexandre, ao buscar
Borromini, volta às suas origens e paixões que o tornaram arquiteto, numa fuga
dos modelos presos aos grilhões econômicos que seu projeto atual sofre na
França. Com isso, ele se torna um professor de Alexandre na sua iniciação à
arquitetura. Mas Goffredo também se torna um professor de Alexandre, pois com
sua mente jovial e sonhadora de um rapaz de 18 anos, ajuda o frustrado
arquiteto com seu ofício e sua vida a retomar o caminho da felicidade com sua
esposa. O mesmo ocorre com Lavinia e Aliénor. A esposa trabalha com psicologia
coletiva e projetos sociais para pessoas carentes. Lavinia, por sua vez, ama o
idioma francês e “toma aulas” de psicologia de Aliénor. A moça também revigora
o amor da esposa pelo marido. E os dois irmãos unidos desde muito cedo recebem
do casal a visão de que devem superar a infância e cada um seguir o seu próprio
caminho. Assim, o casal maduro e o casal de irmãos saem ganhando nesse conjunto
de relacionamentos. Os jovens recebem a experiência acadêmica e os maduros o
vigor e o sonho da juventude.
Cinematograficamente falando,
a película trabalhou muito os closes, explorando a beleza dos atores. Olhos com
íris e pupilas vívidas. Era uma espécie de beleza humana como alternativa à
grande beleza arquitetônica de Borromini. Só é de se lamentar que às vezes, os
atores mais jovens tenham interpretado como robôs nesses closes. Mas foi uma
interessante ideia do diretor, que também fez uma pontinha como refugiado
iraquiano.
Dessa forma, “La
Sapienza”, se é um filme de ritmo lento, é também uma excelente reflexão sobre
a vida que se leva, as belezas da arquitetura italiana e uma pitadinha de
psicologia. O filme vale muito pela sua beleza, arte e senso de solidariedade. Uma
pequena joia perdida em nossas salas.
Cartaz do filme
Alexandre, um arquiteto frustrado com seu ofício e com a vida...
Aliénor. Uma esposa marcada pelo passado.
Um casal perdido
Goffredo e Lavinia. Casal de irmãos cheios de sonho e vigor
Alexandre Goffredo. Descobertas...
Aliénor e Lavinia. Mais descobertas...
O filme é um show de arquitetura...
Mais um exemplo...
Sensacional!!!
Show!!!
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