Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Resenha de Filme - Fassbinder, Amor Sem Cobranças.

Fassbinder – Amor Sem Cobranças. Recordando Um Grande Cineasta.
O Festival do Rio tem a tradição de agradar a todos os gostos. E esse ano, não foi diferente, mesmo com a quantidade menor de filmes. No documentário, podemos presenciar boas produções. É o caso de “Fassbinder – Amor Sem Cobranças”, do diretor e pesquisador Christian Braad Thomsen, um dinamarquês que manteve uma relação bem estreita com o famoso diretor alemão Rainer Werner Fassbinder, um dos mais importantes do pós Segunda Guerra Mundial. Thomsen fez o documentário baseado em suas impressões pessoais e entrevistas valiosíssimas do próprio Fassbinder e de algumas das pessoas envolvidas com sua produção cinematográfica altamente compulsiva, que beirava a neurose.
Nascido em 1945, o ano do fim da Segunda Guerra Mundial, Fassbinder cresceu como uma criança mimada numa família altamente caótica, sem a presença paterna por perto (o pai foi embora). Quando seu núcleo familiar começou a se dispersar, ele perdeu a redoma que o protegia dos duros anos do pós guerra. Para piorar a situação, ele notou que nem sempre o mundo poderia se submeter aos seus caprichos. Mas mesmo assim, estava aprendendo ao ir constantemente ao cinema, segundo as palavras da própria mãe, Lilo, que trabalhava em seus filmes. Sua obra cinematográfica mostrava os resquícios de uma sociedade arrasada pela guerra e pelo nazismo, onde o preconceito racial ainda era latente. Sua condição homossexual somente agravou as tensões que mantinha com seu tempo. As películas de Fassbinder mostravam ainda situações de parricídio, como se fosse um castigo contra a geração anterior que havia apoiado os nazistas (sua mãe somente interpretava papéis degradantes em seus filmes). Os filmes jamais tinham algum “happy end” e eram altamente melancólicos. Seu tema-chave era a forma como as pessoas poderiam ser destruídas por outras quando estivessem apaixonadas. Como é falado no título de uma de suas películas, “O Amor é Mais Frio que a Morte”. A compulsão pelo trabalho vinha do fato de que ele somente sentia que existia e interagia prazerosamente com as pessoas no ambiente de trabalho. Os atores de seus filmes geralmente eram pessoas dos setores marginalizados da sociedade (negros e imigrantes procurados pela polícia), que também eram seus amantes. Sua personalidade magnética colocava as pessoas à sua volta numa condição de dependência, como a atriz Irm Hermann, que chegou a tentar o suicídio após ter um problema com Fassbinder. O diretor, se tinha o seu lado crítico aguçado, no campo pessoal podia ser um manipulador das pessoas que o cercavam, agindo, inclusive, de forma bem cruel. É de se lamentar a ausência de Hanna Schygulla nos depoimentos e entrevistas, grande atriz polonesa que fez carreira no cinema alemão, e que era uma das principais atrizes de Fassbinder, trabalhando em vários de seus filmes como “O Casamento de Maria Braun”, “A Terceira Geração” e o antológico “Lili Marlene”, dentre outros. Pelo menos, tivemos muitas imagens da atriz quando jovem no documentário, uma estonteante loura de olhos azuis.
Infelizmente, Fassbinder deixou este mundo muito cedo, lá no longínquo ano de 1982, aos 37 anos, vitimado pelas drogas e pelo trabalho compulsivo, que realmente o deixava esgotado. Numa das entrevistas dadas a Thomsen, Fassbinder estava visivelmente exausto. E noutra entrevista, Fassbinder havia dormido por 24 horas seguidas antes de conversar com o diretor do documentário. Fassbinder chegava a cheirar oito gramas de cocaína por dia. Sua morte foi uma grande perda e deixou desorientado todo um grupo de pessoas que o orbitava.

Dessa forma, “Fassbinder – Amor Sem Cobranças”, é um documentário importantíssimo para aqueles que admiram o trabalho desse grande cineasta do pós guerra. Procure no Youtube depois, já que parece que esse filme não será lançado comercialmente por aqui. 

Cartaz do documentário

Christian Braad Thomsen, o diretor do documentário

Uma raríssima entrevista de Fassbinder

Com Hanna Schygulla, belíssima

Irm Hermann, que tentou o suicídio...

Um diretor com compulsão pelo trabalho...



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