O
Exótico Hotel Marigold 2. Velho e Novo Mundo.
Uma interessante
sequência em nossas telas. “O Exótico Hotel Marigold 2” traz de volta uma turma
de velhinhos bem simpática que no primeiro filme, havia viajado à Índia para um
hotel que se revelou um verdadeiro fiasco. Seu proprietário, Sonny
(interpretado por Dev Patel) é um jovem meio sem noção que metia os pés pelas mãos
na hora de administrar o hotel. Ele também tem uma namoradinha, Sunaina
(interpretada pela berlíssima Tina Desai), que o ajuda no hotel. O primeiro filme (que,
seguindo uma lógica das continuações é melhor que o segundo) mostrou toda uma química
entre Sonny e os hóspedes europeus e idosos do hotel, transformando a trama num
drama divertido, que entretinha bastante. Dessa forma, tentou-se repetir a
receita nesse segundo filme.
E a coisa ficou meio
parecida como antes. A história se apoia num bom elenco, capitaneado por Judi Dench,
mas que também conta com figuras como Maggie Smith, Richard Gere e Bill Nighly.
Cada personagem do filme traz peculiaridades referentes a problemas com a idade
avançada. A personagem de Judi Dench, Evelyn, busca reconstruir a sua vida
depois de ter perdido o marido. A personagem de Maggie Smith, Muriel, tem
constantes problemas de saúde, bem ao estilo da fase condor (com dor no pé, na
coluna, na cabeça, nas juntas, etc.), mas ela é uma verdadeira aliada e
conselheira para evitar que Sonny se enrole em suas trapalhadas. Douglas, o
personagem de Bill Nighy, busca um affair
com Evelyn, mas sua insegurança embola o meio de campo. E por aí vai...
Nesse segundo filme,
Sonny precisará comprar um novo hotel para expandir seus negócios, já que o
Hotel Marigold está praticamente todo ocupado com os idosos simpáticos, que
resolveram se estabelecer por lá. Ele irá fazer uma viagem aos Estados Unidos
para convencer uma grande rede hoteleira que pode abrir uma franquia dela na
Índia. E aí uma espécie de inspetor chegará de surpresa para analisar as instalações.
Um belo dia, chega um tal de Guy Chambers (interpretado por Richard Gere), que
Sonny desconfia que é o tal inspetor, mais uma vez se enrolando todo. Para
piorar, um parente de Sunaina, que provoca muitos ciúmes em Sonny, comprou o
hotel que ele queria comprar.
A história é bem
simpática, embora não conte com a boa presença de Tom Wilkinson, como ocorreu
no primeiro filme. Cabe dizer aqui que, apesar da boa vontade com a cultura
indiana, onde figurinos e locações lindíssimas são exaustivamente usados (as
cenas de casamento à indiana já valem o ingresso), ainda há aquele olhar
estereotipado europeu, onde o indiano é visto como uma criatura caricata e
submissa. O papel de Sonny é emblemático. Ele é um carinha que se enrola todo,
provoca risos e constrangimentos e precisa ser orientado pela civilizada
Muriel. Os demais personagens indianos assumem uma postura muito periférica
perante os primeiro mundistas. A mãe de Sonny é uma senhora muito bonita, mas
tem um gênio muito forte. O motorista de Madge (interpretada por Celia Imrie),
a velhinha mulherenga que seduz dois figurões indianos ao mesmo tempo (a
europeia esperta aplicando o golpe nos indianos trouxas), é um personagem muito
educado e solícito, mas numa dose que beira a submissão. Há, ainda, uma
funcionária indiana do hotel que nem inglês fala e segue a mesma linha. Ela chega
a derrubar o chá numa das hóspedes “civilizadas” e é tomada pelo desespero,
sendo repreendida pela hóspede. Lamentável. Uma verdadeira aula de olhar
europeu imperialista sobre os povos “inferiores” colonizados da Ásia. E isso
porque o filme quer deixar a cultura indiana bem na fita. Imagine se não fosse
assim...
Querelas históricas e
sociológicas à parte, o filme ainda é indicado para quem quer uma historinha
leve, divertida e terna, cuja grande atração, ao fim das contas, é as locações e
figurinos, muito bem cuidados e estudados. Vale a pena dar uma conferida nessa continuação.
Cartaz do filme.
Judi Dench como Evelyn. Buscando recomeço numa carreira profissional.
Douglas. Buscando se aproximar de Evelyn.
Muriel e a indiana para lá de submissa, ao olhar da bela Sunaina, ao fundo
Sonny, o estereótipo do trapalhão, querendo convencer Chambers de que pode ser um bom dono de hotel.
Locações e figurinos. As grandes vedetes do filme.
Um casal muito fofo, apesar dos estereótipos...
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