As
Maravilhas. Apicultura Poliglota Com Camelo.
Uma boa produção italiana
na área. O filme “As Maravilhas” é uma história muito fofa escrita e dirigida
por Alice Rohrwacher e ganhou o prêmio do júri em Cannes no ano passado. Temos
aqui uma história terna de uma família italiana do interior, que se dedica à
atividade da apicultura de forma bem tradicional e artesanal. É uma família
para lá de cosmopolita. O pai, Wolfgang (interpretado por Sam Louwyck), é alemão;
a mãe, Angelica (interpretada por Alba Rohrwacher), é francesa. Eles têm quatro
filhas, todas italianas. E a irmã de Wolfgang, Cocò (interpretada por Sabine
Timoteo), também é alemã. Assim, podemos ter a oportunidade de ver diálogos em
vários idiomas, refletindo a característica multicultural europeia. Essa família
passará por uma grande dificuldade, já que a agência de vigilância sanitária da
Itália passa a fazer uma série de exigências de higiene, que será impossível de
ser cumprida por esse pequeno núcleo familiar. Nesse momento, a filha mais
velha, Gelsomina (interpretada por Maria Alexandra Lungu) vai dar a sugestão de
a família participar de um “reality show” que dará um prêmio em dinheiro para o
melhor produtor familiar em alguma atividade agropecuária. O programa é todo
inspirado em tradições ancestrais italianas, se remetendo aos tempos dos
etruscos. A apresentadora do programa, Milly Catena (interpretada por uma
envelhecida mas ainda belíssima Monica Bellucci), irá ciceronear os
participantes. O problema é que Wolfgang era radicalmente contra a participação
nesse programa. Assim, aos trancos e barrancos, essa simpática família
cosmopolita luta no dia-a-dia para sobreviver do seu ofício.
O grande barato desse
filme são as menininhas, as verdadeiras maravilhas do filme. Elas são muito
fofas! Além de Gelsomina, a mais velha e a protagonista, temos Marinella (interpretada
por Agnese Graziani), uma linda lourinha de olhos azuis e duas menininhas
pequenininhas, mas muito espevitadas. O problema é que elas tinham que se
submeter à rotina de trabalho pesada e estressante da apicultura. Wolfgang
inclusive participará de um programa de intercâmbio onde a família vai conviver
com um adolescente delinquente alemão para ajudá-los nas tarefas mais pesadas,
o que trouxe uma química toda nova à película.
Outro elemento
interessante é o já conhecido embate entre tradição e modernidade, onde a
família representa as produções agropecuárias artesanais. A própria estrutura
do “reality show” reforça essa impressão, já que lança mão de motivos etruscos.
O cosmopolitismo é uma característica curiosa, pois ele se manifesta numa
pequena cidade de interior, onde é dada a ideia de que a interação entre várias
culturas não fica presa à obstáculos espaciais. Viver no interior não significa
necessariamente viver isolado, ainda mais num continente que é um verdadeiro
caleidoscópio cultural como o europeu.
E o camelo do título?
Essa é a parte hilária da coisa, onde Wolfgang prometia presentear Gelsomina
com o bichinho. Mas vamos parar por aqui para evitar os “spoilers”.
Assim, o filme “As
Maravilhas” pode ser considerado um drama que prende sua atenção do início ao
fim, onde essa simpática família é a atração principal. É uma história terna, engraçada
e que tem personagens que tomam nossos corações. Esse filme vale muito a pena!
Cartaz do filme
Uma família muito simpática.
Gelsomina e as abelhas...
As maravilhas!!!
Monica Bellucci. Tudo de bom!!!
A diretora Alice Rohrwacher.
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