Bistrô
Romantique. Não Vá Se Estiver Com Fome.
Um restaurante lá na
Bélgica, no dia dos namorados. Várias historinhas pessoais ocorrendo de forma
paralela. E, na cozinha, muita comida requintada sendo preparada. Entradas,
pratos principais, sobremesas. Ah, não esqueça o vinho, ele não pode estar com
gosto de rolha. Temos aí delineado, em linhas gerais, o bom filme “Bistrô
Romantique”, dirigido por Joël Vanhoebrouck e produzido em 2012, só agora em
nossas telas. Uma comédia leve como os pratos do filme, mas com tons de drama.
A sobremesa fica a sua escolha. Tem framboesa, se quiser.
O simpático restaurante
é dirigido pelo casal de irmãos Pascaline (interpretada por Sara de Roo) e
Ângelo (interpretado por Axel Daeseleire). A noite do dia dos namorados é especial,
e somente casais são recebidos. Mas eis que chega um antigo amor de Pascaline,
Frank (interpretado por Koen De Bouw), que a havia abandonado vinte e três anos
antes e agora aparece do nada para levá-la para a viagem de seus sonhos a
Buenos Aires, que eles fariam quando eram jovens. Isso já é suficiente para a
cozinha ficar em polvorosa, com brigas entre os dois irmãos. Mas o filme não
fica somente nesse núcleo. Ao longo das mesas, várias historinhas paralelas
ocorrem, umas com mais destaque, outras com menos. Há o casal maduro em crise,
onde o marido que não dá atenção à esposa e é sem noção está perturbado pela
possibilidade de traição da mulher; há o casal do homem muito velho, pretenso
enólogo perante à ninfetinha; há o jovem casal com altos níveis de libido; há o
funcionário público inseguro que vislumbra a mulher de seus sonhos num encontro
marcado pela internet, que toda hora se recolhe ao toiellet para falar com sua própria imagem no espelho, onde sua imagem
é impetuosa, vigorosa, segura de si e só quer sexo e o funcionário é inseguro e
romântico; há a moça que foi traída pelo marido e pela melhor amiga, que já
sofre há sete anos e é confortada pelo garçom, que insiste que ela deve levar a
vida adiante; é há a fofinha filha de Ângelo, muito apegada à tia Pascaline.
Não podemos nos esquecer da belíssima Ingrid (interpretada por Anemone Valcke,
mas ela não mandou dar um chute no nosso traseiro), que trabalha na cozinha,
sendo um verdadeiro deleite culinário! Mulher bonita no cinema é sempre um
prato cheio! Todas as histórias têm um andamento paralelo e nenhuma tem mais
destaque que a outra, inclusive a de Pascaline que, teoricamente deveria ser a
mais enfocada, por tratar-se da protagonista. A comédia e o drama transitavam
nessas pequenas narrativas, sendo que, em algumas, como a do casal maduro em
crise, os ápices cômicos e dramáticos eram mais intensos. Já a jovem deprimida
tinha uma história mais triste. E a do rapaz inseguro, a comédia dava mais o
tom. Aliás, o ator que interpreta Walter, esse funcionário público inseguro
(Mathijs Scheepers) teve excelente atuação, fazendo papéis muito díspares (o
jovem tímido e o homem cheio de si).
Assim, “Bistrô
Romantique”, apesar do nome totalmente francês, é uma produção belga de dar
água na boca, na beleza das comidas, na beleza das mulheres, no bom gosto e
requinte de boas histórias contadas, em pequenas doses homeopáticas como os
mais finos pratos. Nada de feijoadas pesadas.
Os irmãos Ãngelo e
Pascaline.
Frank. Antes tarde do
que nunca
Aparando as arestas do
passado.
A bela Ingrid e o
ajudante de cozinha apaixonado.
Misturando vinhos para sumir o gosto da rolha.
Walter, o rapaz
inseguro
E a mulher de seus
sonhos
Esposa deprimida
E o marido sem noção
Vai um vinhozinho aí?
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