Um
Golpe no Golpe.
O filme “O Grande
Golpe”, de Stanley Kubrick, realizado em 1956, é um “thriller” policial que vai
rezar a máxima de que “o crime não compensa”. É um filme muito focado na trama
com menos destaque nos elementos técnicos. Cinematograficamente, ele é um tanto
usual (nada de experimentações com montagem, como já foi visto em outros filmes
do diretor).
A história conta um
plano elaborado por uma quadrilha para assaltar um hipódromo e levar todo o
dinheiro das apostas. O filme se concentrará na elaboração e execução do plano.
Mas também abrirá espaço para a construção dos personagens que compõem a
quadrilha. Assim, vemos um bartender do hipódromo que tem uma esposa doente, um
policial que deve dinheiro, um caixa do hipódromo cuja esposa interesseira quer
melhorar seu nível de vida, etc., como se essas situações nos fizessem entender
porque houve a formação daquela quadrilha e a realização do assalto. Toda a
trama e a realização do plano são narradas em 3ª pessoa, mas também são apresentadas
do ponto de vista dos personagens. O plano não dará certo, pois a esposa
interesseira denunciará ao amante, pertencente a outra quadrilha, que o marido
participava da tramoia. E, ao tentar roubar o dinheiro, o amante, sua quadrilha
e a quadrilha do marido são praticamente dizimadas pelo marido traído. O membro
da quadrilha que ficou com o dinheiro tentou fugir de avião, mas a mala com o
dinheiro teve que ser embarcada no “check-in”. Quando a mala estava no carrinho
de carga que a levaria ao avião, um cachorrinho pulou do colo de uma passageira
e invadiu a pista, o que obrigou o motorista do carrinho a fazer uma manobra
brusca, que jogou a mala ao chão. Ela se abriu e as notas voaram, voaram e
voaram (“dinheiro na mão é vendaval”, diziam os mais antigos). Isso provocou a
prisão do último membro da quadrilha vivo. Ah, sim, a esposa interesseira
também foi assassinada por seu marido moribundo, ferido no tiroteio. Filmes
como esse não são uma novidade (um assalto bem planejado que acaba mal em
virtude dos imprevistos). Talvez fossem uma novidade em 1956. Mas vamos e
convenhamos: o tiroteio que mata praticamente todo o mundo e o lance do
cachorrinho foram geniais e muito engraçados! Houve, também, uma cena de briga
no bar do hipódromo que ficou muito engraçada. De qualquer forma, o filme só
nos deixa aquela mensagem anglo-saxônica de que “o crime não compensa”, algo
que nem sempre é tão certo por aqui nos trópicos. Filme mais para entreter. E ele
cumpre a sua missão.
Cartaz do Filme
Planejando o assalto
Marido traído e esposa interesseira
O assalto.
Fuga obstruída pelo
“check-in”
Cena de morte: crime não compensa
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