A
Filha Só: Ingenuidades Desorientadas.
Falta de Rumo.
Incapacidade de tomar decisões. Precipitação. Essas podem ser as palavras que
definem “A Filha Só”, um filme de Benoît Jacquot lá de 1995. Nem sempre estamos
preparados para enfrentar as rasteiras que a vida nos dá. E podemos meter os
pés pelas mãos.
O filme conta a
história do jovem casal formado por Valérie Sergent (interpretada por uma
belíssima Virginie Ledoyen) e Remi (interpretado por Benoît Magimel). Esse
casal se encontra num bar e já percebemos a tensão entre eles. Discussões bobas
provocadas por uma falta de comunicação e por visões estreitas de vida. Valérie
está grávida. Remi, desempregado. Valérie consegue um emprego de camareira num
hotel. Após o encontro com Remi, Valérie vai para seu novo hotel e passa pelas
situações mais inusitadas, seja com os hóspedes, seja com os colegas de
trabalho. Ela lida com tudo isso com bastante displicência e risinhos de quem
não percebe o que está a sua cara. Até que uma de suas colegas a alerta: preste
atenção na sua vida! Você acha que tudo está correndo às mil maravilhas e, de
repente, BUM! Tais palavras impressionaram Valérie, que decide romper com Remi.
O medo do namorado abandoná-la ou o casamento naufragar impele Valérie a acabar
com a relação sem ao menos tentar. Ou seja, ela tomou a decisão no ímpeto, na
base da precipitação. E assim permaneceu sozinha. Seu filho nasceu, os anos
passaram e ela continuou sua rotina de mãe solteira com um emprego,
aparentemente não arrependida de suas decisões. Vemos, ao longo do filme, uma
ligação muito forte entre Valérie e sua mãe, para quem ela liga constantemente
até no horário de trabalho. A parte final vai finalmente mostrar a mãe de
Valérie para o espectador numa conversa entre as duas num parque. Nesse
momento, vemos como as duas são muito parecidas. Inseguras com relação a vida
amorosa, com pequenos traços de fragilidade. A mãe mais emotiva, já Valérie um
pouco mais segura de si. Mas a impressão que as duas passam é a de fragilidade
e insegurança que, mais hora, menos hora, pode acometer a todos nós, independente
da idade e experiência de vida que tenhamos...
Cartaz do Filme
A bela Valérie (Virgine
Ledoyen)
Valérie e a amiga que
vai lhe dar conselhos sobre a vida
Valérie e Remi
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