Caçadores
de Obras Primas. Parece, mas não é.
Uma boa ideia. Um
elenco estelar. Tudo para dar certo. Mas, na hora H... bom, “Caçadores de Obras
Primas” poderia dar mais o que falar, mas foi menos do que se esperava. Uma
pena. Parecia um filmaço de ação. Mas foi bem monótono. Será que dá para
destrinchar o motivo da decepção? Vamos ver aqui...
O filme conta a
história de um grupo de militares aliados com experiência em obras de arte que
irão tentar recuperar as obras de arte tomadas pelos nazistas já no fim da
Segunda Guerra Mundial. Liderados por Frank Stokes (interpretado por George
Clooney, que também assina a direção), eles se enfiam Europa adentro na busca
pelos patrimônios da humanidade. A missão é vista com descrédito e ceticismo
por praticamente todos, que insistem na importância de salvar vidas humanas ao
invés de salvar quadros ou esculturas. Mas Stokes insiste que salvar tais obras
é salvar nossa própria cultura, que é o que nos define, que é o que marca nossa
história e essência. Aí, parece que teremos um grande filme de ação, onde os
eleitos (com direito a Matt Damon, John Goodman, Bill Murray, Jean Dujardin e
Cate Blanchett) irão organizar grandes ações conjuntas para lutar contra os
nazistas e salvarão a cultura da humanidade com lances espetaculares e
pirotécnicos. Tudo o que se espera de um bom filme de ação e de guerra. Mas...
bom, os personagens se dividiram em núcleos, eles andavam para lá e para cá, o
que tornou o filme arrastado, tendo somente um pouco mais de ação em sua parte final
quando, após seguir muitas pistas, eles finalmente descobrem os esconderijos
nazistas onde estão muitas obras de arte. Apesar da atitude heroica, nem todas
as obras foram recuperadas e algumas até destruídas, algo que doía de ver. A
impressão que dá é a de que o filme não lançou mão da licença poética que
Hollywood usa para apimentar histórias baseadas em fatos reais, e o filme
pareceu ficar mais fiel ao que realmente aconteceu, sem grandes lances
mirabolantes. Para nós, que estamos acostumados e apreciamos a mentirada toda
que o cinema joga em cima da gente (o cinema é ilusão até em sua essência, não
podemos nos esquecer), um filme mais preso aos fatos reais parece chato. Mas,
bom, às vezes reclamamos quando o filme “mente” demais também (principalmente
os historiadores!!!), então talvez seja melhor não achar que o filme foi
moroso, mas sim mais fiel aos fatos, sendo isso uma exceção e, talvez, uma
virtude (depende do gosto do cliente). Prova dessa suposta fidelidade é a
presença de fotos reais das obras recuperadas nos créditos finais. Um detalhe
que torna o filme mais delicioso é o seu estilo meio retrô, no sentido de que
os antigos filmes de guerra tinham uma música mais em tons de bandas marciais
(o longínquo “Fugindo do Inferno” é um exemplo), assim como os créditos finais
aparecendo junto com os rostos dos atores. Isso deu um gostinho de filme mais
antigo que a gente gosta.
Portanto, “Caçadores de
Obras Primas” é um filme que, se parece ter defeitos num primeiro momento, pode
ser relativamente virtuoso numa análise mais profunda. Depende muito do ponto
de vista em que você aborda o filme.
Cartaz do Filme. Grande
elenco!!!
George Clooney na
direção.
Cate Blanchett em
momento deslumbrante.
A equipe em ação.
Imagem real da operação
militar que salvou várias obras de arte.
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