Operação
Sombra (Jack Ryan). A Serviço do Establishment.
O cinema a serviço da
justificação da espionagem americana. Essa é a proposta de “Operação Sombra
(Jack Ryan)”. Não adianta. Por mais que os escândalos de espionagem façam meio
mundo (ou todo?) torcer o nariz, os gringos ainda exaltam tais práticas,
inclusive no cinema, insistindo num estado de permanente complô contra os
filhos da grande águia estadunidense.
E a bola da vez são
novamente os russos. Só que, dessa vez, não existe mais a ameaça comunista de
destruir o capitalismo e dominar a Terra. Vemos agora a Rússia como uma grande
corporação que não quer ter prejuízos financeiros impostos por certas atitudes
comerciais dos Estados Unidos. Assim, na surdina, um atentado terrorista será
maquinado simultaneamente com uma operação financeira que afetará o valor do
dólar e levará os Estados Unidos a uma segunda “Grande Depressão”. O
encarregado disso é o pernicioso Viktor Cherevin (interpretado pelo
extremamente competente Kenneth Branagh, que também assina a direção). Para
combater esse plano contra os Estados Unidos, entra em cena o agente Jack Ryan
(interpretado pelo nosso “capitão Kirk” Chris Pine), com formação em economia e
com experiência militar como fuzileiro, que se alistou voluntariamente após o
atentado às Torres Gêmeas. Assim, ele é o homem ideal para lidar com esse
complô russo. Ryan contará com a ajuda de Thomas Harper (interpretado por um
envelhecido – mas ressuscitado – Kevin Costner), agente da CIA. O problema é
que a namorada de Ryan, Cathy Muller (interpretada por Keira Knightley), se
envolverá nessa intriga internacional regada a muita espionagem. O resto do
filme não é muito diferente dos filmes de espionagem mais convencionais: muitas
cenas de ação, roubo de informações, evitar atentados no último instante,
tiroteios. O detalhe interessante é a ajuda que Ryan recebe de toda uma equipe
por trás dele, inclusive de sua namorada. Assim, Ryan não é uma espécie de
James Bond tradicional que resolve tudo sozinho sem desarrumar o penteado. Ele
precisa da ajuda de outras pessoas para ter êxito na sua missão. Mas a melhor
coisa mesmo é o Kenneth Branagh que, além de dirigir o filme, como já falamos,
também dá vida de uma forma muito eficaz ao vilão Cherevin. Um ator inglês
fazendo um verdadeiro russo, semblante fechado, olhos penetrantes, interpretação
contida e elegante, até quando ameaçava a mocinha Cathy. Mas, como a América
tem que ser salva das forças do mal, Ryan salva o dia (será que um dia o
inimigo vai vencer num blockbuster
desse? É mais fácil uma galinha criar dente). O final do filme é emblemático:
Ryan e Harper batendo um papinho com o Obama no gabinete. O mesmo Obama que se
embanana todo na hora de se justificar com meio mundo (inclusive seus aliados!)
com relação aos casos de espionagem, dando a mesma desculpa cinematográfica:
precisamos espionar para garantir nossa segurança. E resta a galera fingir que
acredita. Abençoada seja Hollywood, que dá a justificativa ideológica para os
abusos americanos pelo mundo. E Jack Ryan faz seu dever de casa direitinho...
Cartaz do Filme.
Nosso “capitão Kirk”,
salvando a América.
Kenneth Branagh
arrebentou!!!
Um envelhecido Kevin
Costner teve boa participação no filme.
Keira Knightley como a
namoradinha sensível...
Protagonistas na
apresentação para a imprensa.
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