Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Resenha de Filme - Táxi Teerã

Táxi Teerã. Táxi Do Panahi.
Um novo filme iraniano nas telas. E justamente, mais uma produção de Jafar Panahi, cujo filme “O Balão Branco” foi uma espécie de introdutor do cinema iraniano no Brasil há alguns anos atrás. Muito cultuado por alguns que o comparavam ao neorrealismo italiano por não usar atores profissionais nas filmagens, a presença do cinema iraniano aqui em nosso país não deixava as pessoas indiferentes. Ou ele era amado, ou odiado. Os detratores das películas de origem persa acabaram vencendo a queda de braço e os filmes do Irã acabaram sendo um tanto que abolidos daqui, somente dando o ar de sua graça em Festivais como o do Rio. Mas a força desse cinema que questionava o regime dos aiatolás e o Estado Teocrático se mostrou com a conquista do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro pelo filme “A Separação”. E o cinema iraniano voltou a ser apreciado em nossas terras. Jafar Panahi tornou-se uma espécie de ícone da resistência contra a censura dos aiatolás. Condenado à prisão domiciliar e proibido de fazer cinema por vinte anos, Panahi resiste. E, por isso mesmo, torna-se uma figura atraente. Desde que ele foi proibido de fazer filmes, essa já é a sua terceira película que sempre sai de forma clandestina o Irã, de onde o diretor é proibido de sair, e ganha prêmios mundo afora. Algumas pessoas questionam a “facilidade” com que Panahi manda seus filmes para o exterior. Outros questionam esse quê de neorrealismo, onde atores profissionais estariam fazendo papéis de pessoas simples do cotidiano. De qualquer forma, o cinema de Panahi é desafiador e extremamente corajoso, por enfrentar todo o autoritarismo de um Estado Teocrático.

"Táxi Teerã” venceu o Urso de Ouro do Festival de Berlim desse ano. E, qual é o tema principal dessa película? Panahi se disfarça com um bonezinho, óculos e se põe nas ruas dirigindo um táxi e falando com supostos passageiros ou atores que encenavam falas pré-determinadas? Creio que foi a segunda opção. Um modelo já batido por aqui reproduzido por pessoas como Gugu Liberato, Luciano Huck e até o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Mas que, no caso de Panahi, foi utilizado para espelhar a situação social, política e econômica do Irã contemporâneo. Assim, podemos testemunhar o depoimento de pessoas que, por exemplo, defendem a pena de morte pelo descumprimento das palavras sagradas; um atropelado que filma com o celular um depoimento que é um testamento que garanta uma vida confortável para a esposa, numa prova de como a situação da mulher ainda é vista com muita discriminação; a amiga que fora presa com suas colegas porque queria assistir a um jogo de vôlei e leva flores para a prisão onde uma de suas colegas faz greve de fome para pedir a sua liberdade; ou ainda a sobrinha de Panahi, que precisa fazer um minidocumentário como trabalho de escola, desde que ele seja “exibível”, ou seja, não tenha trechos que sejam censurados pelo governo, o que obriga a menina a decorar uma cartilha cheia de restrições à filmagem, que para ela não têm o menor sentido. Panahi instalou duas câmaras no carro e ainda sua “sobrinha” manuseou uma terceira. A impressão que se deu é a de que todas as situações do filme foram ensaiadas com o intuito de se fazer uma digressão sobre o autoritarismo latente no país. De qualquer forma, o fato da coisa ter sido toda pré-concebida não diminui a relevância do tema, e o diretor, mais uma vez, peitou a galera dentro do olho do furacão, provando ser uma pessoa de muita coragem. Por motivos óbvios, mais uma vez Panahi não pôde dar os créditos finais, com a intenção de proteger a equipe de filmagens de perseguições. Já ele... Assim, vale muito à pena darmos uma força para esse corajoso realizador de filmes sob as mais adversas condições, que enfrenta o autoritarismo de frente usando sua arte que, no caso do cinema iraniano é singela e, por isso, mesmo, muito tocante. Pelo simples expediente da coragem de Panahi, a tua presença já é válida nas salas.

Cartaz do filme

Panahi volta a atacar!!!

Estranhas simpatias...

Compra de DVDs piratas

Flores para as prisioneiras

Uma sobrinha que precisa fazer um filme exibível...

Discutindo a pena de morte...

Ditando um testamento...

O homem sabe fazer imagens tocantes!!!

Vamos pegar um táxi???



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