Ídolo.
Homenagem A Uma Lenda.
Um bom documentário
brasileiro nas telonas. “Ídolo” nos traz a trajetória de Nilton Santos, eleito
pela FIFA o maior lateral-esquerdo de todos os tempos, que jogou 17 anos pelo
Botafogo (foi o único clube de sua vida) e ganhou duas copas do mundo para o Brasil,
sendo um verdadeiro bicampeão mundial, já que foi campeão em 1958 e 1962. O documentário
de Ricardo Calvet fora exibido no Festival do Rio de 2014 e somente agora
estreia no circuito comercial, sendo exibido em pouquíssimas salas com o horário
reduzido. Uma pena, pois a sala estava cheia e com muitos torcedores do
Botafogo assistindo ao nosso querido “Enciclopédia” como era chamado, tamanha
sua habilidade com a bola.
O filme começou com o
cotidiano de Nilton Santos nos seus últimos anos de vida, quando já estava
acometido do Mal de Alzheimer e mostrava a sua rotina de tratamentos,
fisioterapias e clínicas, que era enfrentada com toda a serenidade do mundo
pelo ex-jogador. Com muitas imagens de arquivo, fotos e depoimentos dentre eles
de Zagallo, Amarildo, Carlos Alberto Torres, Luiz Mendes, Ruy Solberg, Júnior, Evaristo
de Macedo, Pepe, Coutinho, Gerson, etc., o documentário passa então a
descortinar a vida de Nilton, desde os seus tempos de juventude na Ilha do
Governador, onde ele morava num bairro onde hoje fica o Aeroporto Tom Jobim, passando
pelos seus dias de Aeronáutica e chegando até ao Botafogo, clube que aprendeu a
amar fervorosamente. Dono de uma técnica altamente refinada, Nilton era um
jogador de defesa que gostava de sair para o ataque e causava pavor nos
técnicos da época, que achavam que jogador de defesa só servia para destruir
jogadas dos atacantes adversários na base dos chutões. Foi também feita uma descrição
das quatro copas do mundo das quais Nilton Santos participou: 1950, 1954, 1958
e 1962. Nesse momento, o documentário mais parecia sobre as copas em si do que
do próprio Nilton Santos, o que foi um fator um tanto negativo, embora nos
deleitássemos com jogadas do Garrincha, por exemplo. Mas, passadas as copas do
mundo, voltamos à velha “Enciclopédia”, que também falou em depoimentos
gravados em 2002. Lá, pudemos rir muito com as palavras de Nilton Santos sobre
seus imbróglios com o árbitro Armando Marques, ou toda a sua digressão sobre o
momento de encerrar a carreira. Muito tocante foi um trecho onde, já doente,
foi feita uma festa para ele com direito a convidados para lá de ilustres como
Zagallo. Amarildo, todo um olimpo botafoguense de contemporâneos de Nilton e
até flamenguistas como Júnior, outro lateral-esquerdo talentoso que serviu à seleção
brasileira, a reverenciarem o mestre.
Enfim, “Ídolo” se
mostra um documentário obrigatório para os botafoguenses ou amantes do futebol
em geral, numa época contemporânea em que a seleção brasileira passa por um período
de ostracismo, algo semelhante ao que é mostrado no documentário, pois atravessávamos
um igual momento de desgosto após o fiasco de 1950. Mas naquele contexto, o
Brasil deu a volta por cima. E produziu um futebol divino, exibido nesse
documentário que nos faz matar as saudades dos bons tempos e lamentar, e muito,
os momentos atuais de nosso futebol. O filme também se mostrou uma linda
homenagem a um dos maiores jogadores de futebol do Botafogo de todos os tempos.
Só é de se lamentar que, em certo trecho do documentário, se tenha dado um
tratamento maior às copas do mundo em detrimento do homenageado da película. De
qualquer forma, não nos podemos nos esquecer de que era muito difícil e caro
captar imagens no campo de futebol naquela época. E assim, as jogadas de ataque
eram mais destacadas. E como Nilton Santos jogava na defesa, ele não aparecia
tanto. Quer dizer, ele aparecia mais defendendo seu campo do ataque adversário,
onde temos boas cenas dele interceptando as bolas com uma elegância e maestria
inigualáveis. É um documentário altamente recomendado também para aqueles que não
gostam de futebol, pois conta a trajetória de Nilton de forma enxuta e não piegas.
Programão que vale a pena.
Cartaz do filme
Nilton Santos, o cara!!!
Já no fim da vida, uma linda homenagem que contou com a presença de figuras ilustres como Zagallo e Júnior.
Fãs fervorosos se tornaram verdadeiros amigos
Peregrinação pelas clínicas...
Na juventude, em copas do mundo...
... e atuando magistralmente no Botafogo.
Comemorando a primeira copa do mundo na Suécia com o goleiro Gilmar...
Com o eterno compadre, Mané Garrincha...
Olimpo alvinegro!!! Babem, tolos mortais!!!
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