Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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terça-feira, 8 de setembro de 2015

Resenha de Filme - Campo de Jogo

Campo De Jogo. Velhos Estereótipos.
Um curioso documentário brasileiro na área. Eryk Rocha, o filho de Glauber, lança esse pequeno filme de pouco mais de setenta minutos, intitulado “Campo de Jogo”. O documentário narra a final do Campeonato de Futebol de Favelas no Rio de Janeiro, onde tivemos a partida entre o Geração contra o Juventude. Uma partida que terminou em 0 a 0 no tempo normal e foi para os pênaltis. Quem venceu? Chega de “spoilers”!!!
Entretanto, independente de quem venceu, o documentário levanta outras questões. Em primeiro lugar, por se tratar do filho de Glauber Rocha, fica a pergunta inadiável: até onde o filho se espelhou no pai para fazer seus filmes? Há algum traço de Glauber na produção de Eryk? Podemos dizer que o filho tem um estilo próprio, apesar de o pai aparecer em alguns momentos. Onde Eryk mostra seu estilo?  Houve no filme momentos muito tensos, sobretudo quando a galera discordava de algumas marcações do juiz, onde um enxame composto por jogadores e muitos populares o cercava. Nessa hora de truculência extrema, Eryk colocava músicas extremamente suaves e voltava os fotogramas, dando a impressão de que o juiz encarava e afastava seus algozes justamente quando era o contrário. Por outro lado, o filme tinha uma leitura um tanto glauberiana, remetendo-se, sobretudo, ao que víamos em “Barravento”, quando havia uma busca por raízes ancestrais africanas. Tal busca por essas raízes não só africanas, mas também indígenas é vista nos times das comunidades envolvidas. Não só os times quanto os integrantes das torcidas eram vistos como pertencentes a uma grande aldeia, repleta de exotismo, onde chegamos ao cúmulo de ver adolescentes com uniformes de futebol pulando dentro de florestas ao som de batuques. Tal ponto de vista pareceu excessivamente estereotipado, como se a ideia que o povo do “asfalto” tem das comunidades fosse de um agregado de pessoas carregado de culturas ancestrais africanas, quando sabemos que a diversidade das comunidades cariocas não é somente isso. Tal ponto de vista, se no início do Cinema Novo nos ajudava a ter uma perspectiva mais multicultural do Brasil, onde a cultura dos segmentos menos favorecidos era assinalada, parece hoje mais uma forcação de barra, pois tal ideia estereotipada pode aumentar uma segregação. Sabemos que a população das comunidades sofre um violento processo de exclusão social e aspira por cidadania e direitos. Rotular a população das comunidades cariocas como meros herdeiros de práticas ancestrais  africanas e indígenas consideradas exóticas aos olhos dos “civilizados do asfalto” pode ser algo prejudicial no processo de inclusão social de tais comunidades.

Assim, se o diretor pretendeu, mesmo que sem más intenções, buscar as raízes culturais de tais comunidades, fica importante frisar que o estereótipo que tal visão pode provocar não deve excluir os povos de tais comunidades dos direitos de cidadania. O documentário poderia ter tido, a título de sugestão, alguns depoimentos de personagens do filme e de seus parentes alternados com as sequências do jogo para, nesses casos particulares, podermos enxergar mais pontualmente as diversidades presentes nas comunidades cariocas, que não tem somente negros descendentes de escravos, mas também outros estratos culturais como imigrantes nordestinos. Nunca é bom generalizar...

Cartaz do filme


Menino com rosto sujo de barro. Pinturas ancestrais?

Várzea hardcore!!!

Disputa de pênaltis. Tons de batalha épica...

Filme prima por uma boa montagem...

Cenas de união...

Eryk Rocha.





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