Blog Mantido por Carlos Eduardo Lohse Rezende. Aqui serão feitas algumas reflexões e tentativas de se escrever alguma coisa que preste ou faça sentido. Me perdoem se eu não conseguir...
Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
domingo, 21 de fevereiro de 2016
Resenha de Filme - Anomalisa
Anomalisa.
Animação Existencial.
Mais um filme que
concorre ao Oscar nas telonas. “Anomalisa” disputa a estatueta de melhor
animação e é uma película dedicada a adultos. Um filme que trata de
relacionamentos humanos e de crises existenciais. Um filme que é um libelo
contra a estreiteza de visão que às vezes nós manifestamos. Feito no sistema de
stop motion, sem computação gráfica (os bonequinhos eram filmados quadro a
quadro, como nos velhos tempos), esse filme vem da cabeça do controvertido Charlie
Kaufman, que fez filmes polêmicos como “Brilho Eterno de Uma Mente Sem
Lembranças”.
Vemos aqui a história
de Michael Stone (interpretado por David Thewlis), um famoso palestrante
motivacional especializado em profissionais que atendem o cliente. O cara é uma
personalidade e amado por seus leitores, que sempre aumentam a sua
produtividade em 90% depois que leem seus livros. Ou seja, Stone é um expert em
ensinar como se deve relacionar com humanos. O problema é que, em sua vida
pessoal, ele se comporta de uma forma totalmente inversa, ou seja, não consegue
se relacionar direito com ninguém, o que provoca muita dor não só nele, como
também nas pessoas que o cercam. Para Stone, todas as pessoas se parecem
incrivelmente iguais, sejam homens e mulheres, com as mesmas feições de rosto e
com a mesma voz masculina (interpretada por Tom Noonan): sua esposa, seu filho,
uma antiga namorada, o recepcionista do hotel, a garçonete do bar do hotel e
por aí vai. Até que, numa viagem que Stone faz para Cincinnati, ele conhece uma
moça, Lisa Hesselmann (interpretada por Jennifer Jason Leigh) que é
completamente diferente das outras pessoas, tendo, inclusive, uma voz feminina.
Stone fica perdidamente apaixonado por Lisa, que tem uma autoestima muito
baixa, e fica maravilhada com a forma em que o seu ídolo Michael Stone a admira
e valoriza. Mas esse relacionamento ainda iria sofrer muitos percalços.
O filme tem uma enorme
carga simbólica. A forma como Michael Stone vê as outras pessoas, simplesmente
todas iguais na sua aparência, o que lhe dava uma enorme sensação de desespero,
é, obviamente, produto da mente do protagonista que, na sua enorme dificuldade
de se relacionar com os outros, não consegue enxergar mais as peculiaridades
das pessoas e só tem uma visão plana de todos que estão à sua volta. Ao
enxergar uma pessoa diferente das demais, justamente outra pessoa frágil e
insegura, ele se identificou e se entusiasmou. Mas Stone era extremamente
reprimido por seus problemas existenciais e, por mais que tentasse se libertar,
ele não conseguia. E o pior, ele não conseguia identificar seu problema
psicológico e não conseguia resolvê-lo. Suas crises se manifestavam
curiosamente na queda de parte de seu rosto, como se ele fosse um boneco que
revelava um vazio por dentro. E o pior de toda a situação é que a sua falta de
capacidade de se expressar provocava ainda mais dor em todos os que o amavam à
sua volta, seja o filho, a esposa, a ex-namorada, aqueles que o idolatravam
como palestrante. É o tipo do filme que mostra que quando você tem uma
dificuldade de relacionamento com muitas pessoas, o problema está dentro de
você e não nos outros, o que sempre é difícil para a gente admitir.
Dessa forma,
“Anomalisa”, apesar de ser uma animação, é um filme, acima de tudo, adulto, e
de temática complexa como a natureza das relações humanas. É um daqueles filmes
que acende a luzinha de alerta em nossa cabeça, chamando a atenção para como
nos relacionamos com os outros e a nossa parcela de culpa nas falhas que
acontecem nesses relacionamentos. Mais um filme que nos faz refletir. Mais uma
indicação merecida ao Oscar. E não deixe de ver o trailer depois das fotos.

Cartaz do Filme

Michael Stone. Um homem em crise existencial.

Problemas de relacionamento com um antigo caso.

Até em aviões, Stone passa por difíceis situações.

O encontro com Lisa transformará a sua vida

A moça é doce e insegura...

Stone não consegue se livrar de suas crises

Fazer o filme deu um trabalho danado...
sábado, 20 de fevereiro de 2016
Resenha de Filme - Deadpool.
Deadpool.
E A Marvel Extrapolou A Porralouquice.
Mais um super-herói da
Marvel em nossas telonas. Quer dizer, super-herói??? Até agora, tenho minhas
dúvidas, já que o próprio protagonista não se sente tão herói assim. “Deadpool”
é um filme que já vinha sendo esperado há algum tempo. E a espera valeu a pena.
É um personagem para lá de hilário. Ninguém escapa das zoações do sujeito que,
cá para nós, não é flor que se cheire. Mas que tem um baita de um carisma e
conquista a todos com seu senso de humor e sarcasmo, digamos, muito peculiares.
Vemos aqui a história
de Wade Wilson (interpretado por Ryan Reynolds), um carinha com um senso de
justiça um tanto “sui generis”, que ameaça entregadores de pizzas que flertam
com menininhas. O diálogo entre Wade e seus demais conhecidos é carregado de
ofensas e palavras de baixo calão, mas é tudo numa boa. Um belo dia, conhece
uma deslumbrante mulher, Vanessa (interpretada pela atriz carioca Morena
Baccarin, que é sobrinha do falecido ator Ivan Setta). Tudo vai muito bem, até
que ele descobre que sofre de um câncer terminal. Desenganado, recebe a
proposta de uma misteriosa organização para não só se curar de sua doença, mas
também adquirir poderes nunca vistos para um humano. Só que o tal processo de
cura não será algo tão fácil e era, na verdade, uma tremenda de uma armadilha
que pode até ter curado Wade, mas o desfigurou completamente. Para cobrir seu
rosto, Wade adotou um uniforme e um pseudônimo, Deadpool, buscando sua vingança
contra o “médico” que provocou todas as mudanças em seu corpo.
O grande ingrediente
dessa película é o seu humor, em muitos momentos um humor que se pode dizer
muito negro. Existem coisas no filme que agridem frontalmente a moral WASP
americana e, confesso que em alguns momentos, guardadas as suas devidas
proporções, parecia que eu via uma pornochanchada brasileira daquelas bem
escrachadas da década de 70, com o diferencial de que o protagonista usava uma
roupa vermelha e preta. Havia algumas cenas de sexo (inclusive anal!), até mais
pesadas que as pornochanchadas e uns nus frontais, menções livres e
despudoradas sobre masturbação, etc. Devemos confessar que isso não é visto em
filmes da Marvel todo o dia. Apesar de todo o tom escrachado, o filme não fica
vulgar, principalmente pelo carisma de Deadpool e suas falas rápidas, numa
torrente de piadas infames que rapidamente nos faziam esquecer de qualquer
coisa que parecesse mais ofensiva, o que foi uma boa estratégia para falar de
muita baixaria sem agredir.
Mas o grande detalhe
cômico do filme era que o personagem nada perdoava com suas piadas, nem ele,
nem o Universo Marvel, nem o seu próprio filme. Ele sacaneava a tudo e todos e
temos que tirar o chapéu para os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick, que
acertaram na mosca, fazendo um baita de um trabalho. Até nos pós créditos o
homem zoa com a nossa cara. E já esperamos que esse personagem apareça por aí
nos próximos filmes da Marvel, pois ele é muito diferente do que é visto nos
demais filmes de super-herói. Aliás, essa componente cômica na Marvel é muito
bem-vinda, pois os filmes já estavam caindo numa mesmice. Se rimos muito com “O
Homem Formiga”, agora chegamos às gargalhadas com “Deadpool”. Para se ter uma
ideia, a gente ri com o filme até na hora de sair da sala. Ao fim da sessão, lá
no Espaço Itaú 6, em Botafogo, eu passava pelo pessoal da limpeza do cinema e
uma senhora comentava para os colegas mais novos que o Deadpool era um chato,
que parecia um “Homem Aranha boiola”. Definitivamente, um bônus para o filme,
tipo pós-pós-créditos.
Agora, não podemos nos
esquecer que “Deadpool” ainda é um filme da Marvel, com direito a muitas cenas
de ação imersas em CGIs, participações de outros heróis e aquela tradicional
ponta do Stan Lee, aparecendo no lugar mais inusitado que se possa pensar. Mas
só que desta vez, o filme teve um tempero de malandragem, de sacanagem que é
muito conhecido aqui abaixo da linha do Equador, mas um tanto exótico lá no
hemisfério de cima. Isso é que é o grande atrativo dessa película. E,
independentemente do filme ter sido fiel aos quadrinhos ou não, a coisa ficou
muito legal.
Assim, “Deadpool” é um
filmaço da Marvel, que está mostrando que pode se renovar e se reciclar, saindo
de uma mesmice que já ficava perigosa para a franquia. Apesar do comportamento
esquisito e pouco ortodoxo de nosso herói, vá sem medo. Você não vai se
arrepender. E não deixe de ver o trailer depois das fotos.

Cartaz (?) do Filme.

Um herói muito inusitado...
Tudo parecia que ia bem para Wade

Mas, como sempre se sabe, a vida dá muita merda

Assim, Wade buscará sua vingança...

Ele gosta de desenhar... que fofo!!!

Convocado pelos X-Men...
Um humor muito negro...

Encontre Deadpool no cinema. Opa...
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
Resenha de Filme - Lobo do Deserto
O
Lobo Do Deserto. Imperialismo Destruindo Culturas Locais.
Uma interessante co-produção
que envolve a Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Catar e Reino Unido, que
concorre ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “O Lobo do Deserto”, dirigido
por Naji Abu Nowar, é um daqueles filmes históricos que mostram a nós os
efeitos nocivos do colonialismo no meio privado. E essa película a faz de forma
muito impactante e instigante, dando um peso em nossa consciência ao fim da
sessão.
Vemos aqui a história
de Theeb (interpretado por Jacir Eid Al-Hwietat), um menininho que vive com seu
irmão mais velho, Hussein (interpretado por Hussein Salameh) numa tribo beduína
no Império Otomano. Estamos na época da Primeira Guerra Mundial e, um belo dia,
chega à tribo um militar inglês e seu guia. Hussein, que sabe onde estão os
poços ao longo do deserto, irá guiar os dois forasteiros. Mas Theeb não quer
ficar afastado do irmão e segue o grupo. A viagem é muito perigosa, pois os
turcos otomanos veem os ingleses como inimigos, assim como outras tribos
beduínas. E Theeb de repente se verá no meio de um enorme conflito.
Já dá para perceber
qual é o tema principal do filme: a intervenção estrangeira nos povos de
cultura árabe no Oriente Médio. A presença inglesa, por exemplo, traz as
ferrovias, o que facilita a peregrinação dos muçulmanos a Meca, mas, por outro
lado, acaba com uma profissão que os beduínos praticavam, que era guiar os
peregrinos pelo deserto. Assim, como é citado no próprio filme, irmãos lutam
contra irmãos, já que algumas tribos beduínas ficam ao lado dos ingleses e
outras tribos beduínas ficam ao lado dos turcos quando, ao fim das contas,
todas as tribos são muçulmanas. Percebemos claramente que o Imperialismo criado
pelos europeus acaba atuando de forma desastrosa em regiões consideradas
subdesenvolvidas, onde a tecnologia chega, não também sem levar a guerra, a
discórdia e a exploração econômica.
As locações do filme
eram uma atração à parte, onde o deserto se mostrou em todo o seu esplendor.
Confesso que me recordei um pouco de “Lawrence da Arábia” ao ver essa película.
Outro elemento que desponta curiosidade no filme é o uso dos camelos, algo que
a gente não vê todo o dia. Algumas sequências também eram impregnadas de
moscas, o que provocava enorme aflição, pois os insetos pousavam calmamente nas
bocas, narizes e orelhas dos atores. E não pareciam ser moscas cenográficas.
Tudo isso contribuía para aumentar o ambiente de decadência na guerra entre
irmãos que o processo Imperialista provocava.
Agora, um fato que chama
demais a atenção é a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas indicar para
melhor filme estrangeiro um filme que critica o processo imperialista usando,
ainda por cima, elementos da cultura árabe e muçulmana, tão criticada pelo
Ocidente (por exemplo, outro filme indicado para o Oscar de Filme Estrangeiro,
“As Cinco Graças”, critica o machismo na cultura árabe e muçulmana).
Dessa forma, “O Lobo do
Deserto” é mais um filme que concorre ao Oscar em nossas telonas e seria muito
legal ver essa película ganhar o prêmio, já que ela faz uma crítica ao
Imperialismo do Ocidente no que se refere a provocar guerras em culturas locais
em virtude de interesses econômicos de potências europeias. E não deixe de ver
o trailer após as fotos.

Cartaz do Filme

Theeb e Hussein. Unha e Carne

Querendo viajar com o irmão

Guiando um inglês

Uma viagem que pode ter muitos perigos.

Fotografia esplendorosa...
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
Resenha de Filme - O Regresso
O
Regresso. Será Que Agora Vai Dar Para O Leozinho?
E finalmente estreou
nas nossas telonas “O Regresso”, o recordista de indicações ao Oscar desse ano.
Esse filme concorre a, nada mais, nada menos que doze estatuetas (melhor filme,
direção, ator, ator coadjuvante, fotografia, montagem, figurino, maquiagem,
mixagem de som, edição de som, efeitos visuais e produção), já ganhou três
Globos de Ouro (melhor filme de drama, ator e diretor) e é um filme cercado de
grande expectativa, pois pode finalmente render um Oscar de melhor ator a
Leonardo DiCaprio e, assim, reparar uma injustiça histórica. Dos atores de
carinha bonitinha de sua geração, que contém nomes como os de Brad Pitt e, mais
anteriormente, Tom Cruise, DiCaprio é o melhor, e não é à toa que a parceria
entre o ator e o diretor Martin Scorsese rendeu um caminhão de filmes. Já está
mais do que na hora de DiCaprio ganhar sua estatueta. E isso é o que é o mais
esperado na festa do dia 28 de fevereiro. Alejandro Iñárritu assina a direção e
vemos aqui uma trama baseada numa história real.
No que consiste “O
Regresso”? Vemos aqui o personagem Hugh Grass (interpretado por DiCaprio), um
caçador que vive numa região de fronteira no ano de 1820, e conduz um grupo de
militares americanos numa caça por lucrativas peles de animais. Mas o grupo foi
atacado por um grupo de índios da etnia Arikara. Os poucos sobreviventes
tiveram que fugir em virtude da perseguição dos índios. Grass vai ser atacado
por um urso e ficará seriamente ferido, o que vai comprometer a fuga do grupo. John
Fitzgerald (interpretado por Tom Hardy) vai propor que Grass seja morto pois,
além de atrapalhar a viagem, Grass está passando por um sofrimento
desnecessário. Foi decidido, então, que o filho de Grass, que era um menino de
origem indígena, um jovem caçador e Fitzgerald ficariam tomando conta de Grass,
mediante uma soma em dinheiro, enquanto o restante do grupo voltaria para o
forte onde estavam os outros militares para organizarem um resgate. Mas
Fitzgerald tinha planos de matar Grass e dizer que ele tinha morrido em virtude
dos ferimentos.
Esta é uma trama muito cativante,
pois nos exibe vários elementos da vida na fronteira dos Estados Unidos com o
Canadá no século XIX. Sabemos que, durante o século XVIII, ainda antes da
Independência dos Estados Unidos, houve a chamada Guerra dos Sete Anos, entre
colonos ingleses e franceses, pela disputa de peles de animais silvestres. Ao
que tudo indica, essa disputa se estendeu para o século XIX, pois víamos
inclusive colonos franceses ainda interessados por essas peles, assim como os
colonos americanos. E, ainda, tribos indígenas envolvidas nessas querelas. Aliás,
já que mencionamos os índios, num primeiro momento, pareceu que o elemento
indígena seria somente um inimigo sem rosto dos americanos, mas ao longo da
exibição da película, reparamos que as coisas não seriam bem assim e pudemos
presenciar várias etnias sendo citadas no filme, além de expor os motivos pelos
quais os Arikaras tinham tanta bronca dos americanos. O próprio protagonista,
Grass, teve um filho com uma índia.
E os atores? Será que
DiCaprio merece um Oscar? Bom, como ele foi seriamente ferido num ataque a um
urso, pode-se dizer que ele mais gritou, gemeu e grunhiu que teve falas.
Honestamente, a situação de seu personagem lhe deu poucas opções dramáticas.
Mas como o Oscar geralmente dá os seus prêmios em virtude de se obter boas
possibilidades de retorno financeiro e lucro para o futuro, eu creio que
DiCaprio dessa vez tem boas chances. Mas ele já pôde demonstrar seu talento de
forma mais completa em outras películas, indo desde sua atuação em “Titanic”,
passando pelas películas do Scorsese, e chegando até sua ótima atuação como J.
Edgar Hoover num filme dirigido por Clint Eastwood. Agora, a atuação de Tom
Hardy como John Fitzgerald foi para lá de primorosa. Seu personagem destilava
um preconceito e um ódio muito forte contra os índios. Mas o ator não ficou
somente nesse ranço demasiadamente óbvio. Fitzgerald era, também, um cara de
muita lábia e sabia dar argumentos convincentes para alcançar seus objetivos,
por mais escusos que fossem. Se Tom Hardy ganhar esse Oscar, será uma premiação
mais do que merecida. Confesso que estou torcendo por ele e por Mark Ruffalo em
“Spotlight”. Stallone em “Creed” a meu ver, tem cada vez menos chances. E nunca
é demais lembrar que ele já ganhou um Globo de Ouro, sendo isso um possível
indício de que ele não ganhará o Oscar. Mas vamos ver.
Agora, cá para nós, “O
Regresso” é uma boa película, mas não chega a ser sensacional como “Spotlight”,
“A Grande Aposta” ou “Trumbo”. Eu vou torcer mais pelo êxito dessas.
Assim, “O Regresso” é
mais um filme que concorre ao Oscar, sendo esse o centro das atenções por
concentrar o maior número de indicações e por estar cercado da expectativa de
DiCaprio ganhar a sua primeira estatueta de melhor ator, embora o maior
merecedor de uma estatueta ser Tom Hardy. Esperemos ansiosamente pelo dia 28 de
fevereiro. E, enquanto isso, dê uma chegadinha ao cinema para curtir essa nova
película, sempre não esquecendo de ver o trailer aqui depois das fotos.

Cartaz do Filme

Leonardo DiCaprio numa jornada épica pelo Oscar...

Tom Hardy arrebentou!!!

Gritos, gemidos e grunhidos excessivos...

Amor índio...

O verdadeiro Hugh Grass, à esquerda

O Globo de Ouro já foi. E o Oscar???

Making of...

Iñárritu e DiCaprio num bom filme (mas há melhores).
domingo, 14 de fevereiro de 2016
Resenha de Filme - A Garota Dinamarquesa
A
Garota Dinamarquesa. Um Primor De Delicadeza.
Mais outro filme que
briga pelo Oscar. “A Garota Dinamarquesa” concorre a quatro estatuetas: melhor
ator, melhor atriz coadjuvante, melhor figurino e produção. Independentemente da
disputa pelos prêmios, esse é um filme de relevante importância, pois, apesar
de se passar no ano de 1926, trata de um tema para lá de atual: o preconceito
contra o homossexualismo.
Vemos aqui a história
de Einar Wegener (interpretado por Eddie Redmayne), um conceituado pintor
dinamarquês, e sua esposa Gerda (interpretada por Alicia Wikander), também
artista plástica, mas que ainda busca afirmação em sua carreira. Eimar desde
cedo mostra uma certa atração por roupas femininas, mas isso não é visto com
estranheza por Gerda. A moça, inclusive,
coloca roupas femininas no marido para que ele sirva de modelo para seus
quadros, algo ao qual Eimar não se opõe. Pelo contrário, até um nome fantasioso
é dado para o personagem criado: Lili. Os dois chegam a levar Lili para um
evento social, onde o pintor travestido de mulher recebe um flerte de Henrik
(interpretado pelo “Q” Ben Wishaw), o que choca Gerda. Com o tempo, Einar progressivamente
desaparece e Lili se torna cada vez mais frequente na vida do casal. Até que é
tomada a decisão drástica de uma operação de mudança de sexo, algo pioneiro
para a época.
Dá para perceber que
essa película, inspirada numa história real, trata de um tema bem delicado, já
que fala de uma época em que o preconceito e a homofobia eram muito fortes,
quase tão violentos como os que vemos no nosso selvagem Brasil de hoje em dia. O
filme exibe situações tacanhas, indo desde a inerente estreiteza de visão dos
médicos da época, que chegavam a considerar a homossexualidade inclusive
esquizofrenia, até os típicos casos de agressões na rua que conhecemos muito
bem. Mas, por um outro lado, pudemos presenciar também situações tolerantes com
o homossexualismo, principalmente por parte de Gerda e do amigo de Eimar, Hans
(interpretado por Matthias Schoenhaerts).
E se pudéssemos resumir
esse filme em apenas uma só palavra, qual seria ela? “A Garota Dinamarquesa” se
traduz numa grande e singela delicadeza. Eddie Redmayne esteve simplesmente
magnífico, num papel talvez ainda mais difícil do que ele interpretou em “A
Teoria de Tudo” e lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator ano passado, que foi o do
cientista Stephen Hawking. Só é uma pena que o efeito Leonardo DiCaprio este
ano pareça diminuir as chances desse brilhante trabalho. A forma com a qual
Redmayne tocava as vestimentas femininas com as pontas dos dedos, nutridos de
uma enorme suavidade, serão inesquecíveis, e uma marca na carreira desse jovem,
mas já muito bem conceituado ator. A atriz concorrente a estatueta de
coadjuvante também não ficou atrás. Alicia Wikander, destacada por sua atuação
em “O Amante da Rainha” e “O Agente da U.N.C.L.E.”, agora se consagrou. De uma
pintora em busca de seu espaço, com atitudes levemente masculinizadas, até a
frágil esposa que sofre pela opção sexual de seu marido, Wikander não perdeu o
ritmo e segurou toda a carga dramática nas costas da personagem. A troca de
olhares dela com Redmayne são memoráveis. Quando ficava magoada, seu olhar fixo
de onde brotavam tenras lágrimas era de dar dó! Aquela mocinha sabia como
cativar o público com seu olhar sofrido de vítima! Aliás, o olhar nesse filme
tem algo de mágico, tem algo de altamente expressivo, sendo uma característica
gritante aqui. O páreo está realmente duro para atriz coadjuvante: Kate
Winslet, Jennifer Jason Leigh, Rachel McAdams e Rooney Mara, concorrendo com
Wikander. Qualquer uma será um prêmio merecido. Mas torço pela Winslet, pois a
amo com todas as minhas forças, e, também, pela Wikander.
Assim, “A Garota
Dinamarquesa”, se não ganhar qualquer Oscar, ainda assim será uma película
inesquecível por ser um digno e lindo filme de arte que trata um tema ainda
muito polêmico com uma delicadeza altamente singela, o que faz tudo fluir com
uma suavidade de nível celestial, suavidade essa coroada pelas atuações
magníficas de grandes atores. Às vezes, tem um significado muito maior ter um
DVD ou blu ray de um filme desses na estante do que uma estatueta dourada e
careca. O filme é arte pura, já a estátua é apenas um prêmio que recorda a
arte. Prêmio maior é o reconhecimento do público, que se deleitou com a arte
que o filme produziu. Filosofias à parte, “A Garota Dinamarquesa” é um daqueles
filmes para se ver, ter e guardar. E não deixe de ver o trailer após as fotos.

Cartaz do Filme

Einar, um homem com muitas dúvidas sobre si mesmo

Descobrindo sua sexualudade

E eis que surge Lili!

Em flertes homossexuais

Alicia Wikander e sua esplêndida atuação. De dar dó...

A delicadeza da película é impressionante

Recebendo a ajuda de um amigo

A verdadeira Lili e a caracterização de Eddie Redmayne
sábado, 13 de fevereiro de 2016
Resenha de Filme - Brooklyn
Brooklyn.
Paixão Dos Irlandeses.
Mais um concorrente ao
Oscar em nossas telonas. “Brooklyn”, baseado no romance de Colm Tóibín, disputa
três estatuetas (melhor filme, atriz e roteiro adaptado), e é um filme que,
acima de tudo, fala de um povo, personificado na figura de sua protagonista,
Eilis (interpretada por Saoirse Ronan, que concorre ao Oscar de Melhor Atriz). Ou
seja, o povo irlandês.
A história de
“Brooklyn” fala como Eilis, sem perspectivas em seu pais natal, precisou migrar
para os Estados Unidos em busca de um futuro melhor, com a ajuda do padre Flood
(interpretado pelo ótimo Jim Broadbent, conhecido por películas como “Harry Potter”,
onde interpretou o professor Horace Slughorn e “Dama de Ferro”, onde
interpretou o marido de Margaret Thatcher, dentre muitos outros). Eilis se
instala no Brooklyn, como acontece com muitos irlandeses que se estabelecem nos
Estados Unidos e nas cercanias de Nova York. A moça trabalha durante o dia numa
loja de departamentos em Manhattan e à noite estuda na Faculdade do Brooklyn
para ser escriturária. Com o tempo, Eilis se adapta à realidade local, conhece
um rapaz italiano e se apaixona. Mas uma tragédia familiar a forçará a voltar
ao seu país natal, não sem antes se casar com seu namorado italiano.
Entretanto, a realidade que ela encontrará na Irlanda não vai tornar seu
retorno aos Estados Unidos tão trivial assim.
Existem dois pontos
básicos neste filme que são grandes virtudes. Em primeiro lugar, há toda uma
descrição da situação dos imigrantes irlandeses em solo americano. É
impressionante como a visão da América como terra das oportunidades consegue
ser recorrente aos povos europeus desde os primórdios da colonização até meados
do século XX (a história se passa nas décadas de 40 e 50). Mas nem sempre essas
histórias têm um final feliz. Eilis, a convite do padre Flood, distribuía
comida para os necessitados no Natal, sendo que todos eram irlandeses que já
estavam nos Estados Unidos há uns 50 anos e ajudaram a construir o país, não
tendo qualquer oportunidade desde então. A forte segmentação social que os
imigrantes estrangeiros sofrem nos Estados Unidos também se faz bem presente no
filme, onde rixas entre comunidades de italianos e irlandeses eram
apresentadas.
O segundo elemento que
é uma grande virtude da película é a diferenciação cultural entre os americanos
e os imigrantes. Se há uma insinuação de preconceito dos americanos para com os
imigrantes, a película preferiu não enveredar mais profundamente por esse viés
e sim pela interação gradativa entre os americanos e imigrantes, onde o modelo
de cultura “desenvolvida” era a americana. Vemos isso muito presente em Eilis,
que passa a se comportar dentro de uma lógica mais capitalista e passa a
estranhar, quando retorna à sua terra natal, as práticas culturais e sociais
dos irlandeses, mais pautadas em relações pessoais. Fica colocado de forma bem
descarada que a vida na América “modernizou” nossa protagonista e a fez se
livrar dos vícios tradicionalistas de sua terra natal. Assim, vemos mais uma
vez aqui o embate entre a tradição e modernidade, que desqualifica totalmente a
primeira e glorifica totalmente a segunda.
Mas fica aqui a
pergunta: Saoirse Ronan merece a estatueta de atriz? Seria legal (mais uma
carinha nova com o rótulo de premiada com o Oscar, a indústria gosta disso),
embora eu tenha gostado mais de Jennifer Lawrence em “Joy”. Como ela já ganhou
um Oscar, quem sabe Ronan não tenha mais chances? Cate Blanchett e Charlotte
Rampling também seriam excelentes escolhas do ponto de vista artístico. As duas
correriam por fora? Quanto às indicações de melhor filme e roteiro adaptado,
creio que existem concorrentes mais fortes que essa película. “A Grande Aposta”
é minha favorita para o roteiro adaptado e, para melhor filme, está uma
verdadeira briga de cachorro grande.
Dessa forma “Brooklyn”
é mais uma grande película a ser vista nesses dias que antecedem ao Oscar e,
apesar de glorificar a cultura capitalista americana do “self made man”, também
teve tato suficiente de falar sobre as batalhas cotidianas dos imigrantes
irlandeses em solo americano. Embora seja uma história de cadência romântica em
torno da protagonista, o filme também se lembrou desses fatores sociais de
importância. Vamos ver como Saoirse Ronan se sai na premiação. E não deixe de
ver o trailer depois das fotos.

Cartaz do Filme.

Eilis vem à América para buscar um futuro melhor

Logo a moça se adapta ao seu emprego.

As amiguinhas ajudam a "americanizar" a moça...

Ela se apaixona por um rapaz da comunidade italiana

Uma senhoria que exige boas maneiras...

Precisando voltar ao seu país natal...

Na Irlanda, flertando com o General Hux. Traidora!!!

Será que ela ganha o Oscar???
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