Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Resenha de Filme - Tudo Acontece em Nova York

Tudo Acontece Em Nova York. Sonhos E Pragmatismos.
Um filme fofíssimo! Talvez um conto de fadas contemporâneo, cujo pano de fundo é a moderníssima cidade de Nova York. Essa é a melhor definição de “Tudo Acontece em Nova York”, da dupla Rubem Amar e Lola Bessis. Uma história que te pergunta o que é sonhar, o que é ser feliz. E como buscar essa felicidade na frieza de um mundo tão pragmático, movido pelo dinheiro e por necessidades impostas pelo capitalismo.
O filme começa com uma mocinha com nome de flor, Lilás (interpretada pela própria Lola Bessis, uma menina muito, muito estonteante, de beleza angelical e gestos delicados), que trabalhava como modelo amarrada e nua num atelier de pintura moderna. Ela tem uma pequena filmadora antiga e colhe depoimentos de todos que encontra. Seu sonho é ser artista plástica em Nova York. Sua mãe, uma consagrada artista plástica francesa (interpretada por Anne Consigny), desencoraja todos os passos da filha, sendo altamente castradora. Lilás tem uma amiga que trabalha num pequeno bar. Os donos do bar são um casal que mora no apartamento acima. A mulher, Mary (interpretada por Brooke Bloom), é uma enfermeira que trabalha duro para sustentar a família, já que o marido, Leeward (interpretado por Dustin Guy Defa), é um músico que vive com a cabeça no mundo da Lua. Com sua bandinha, que tem instrumentos musicais infantis, o maridão compõe, mas não por dinheiro. E ainda tem ideias anticapitalistas de doar bens para a humanidade. No meio do casal, a filhinha de quatro anos. E nos sofás da sala, Lilás, que sem ter dinheiro e onde ficar, passará alguns dias no apartamento, assim como sua amiga, que já mora regularmente por lá. Obviamente você deve estar se perguntando por que a mãe enfermeira não expulsou o marido maluco beleza de casa a pontapés. Mas, bom, isso é cinema e eles se amam. Apesar de tudo, há conflitos. Os sonhos da mãe se baseiam em coisas concretas, como uma casa própria. Mas, para isso, é necessário dinheiro. Já o marido doidinho, que poderia ganhar mais dinheiro que a sua esposa compondo jingles para comerciais, só quer ficar compondo e gravar um CD para distribuir de graça na rua. E ainda assim porque Lilás, também doidinha, o encorajou a fazer isso.
O filme é um libelo a favor da esperança e do sonho. Os personagens são altamente humanizados e frágeis, mesmo quando eles aparentam ser fortes, caso de Mary. Os olhos dela brilham ao ver a casa que tanto deseja ter, sendo uma presa fácil para o corretor inescrupuloso. O pai é a delicadeza, fragilidade e infantilidade em pessoa, assim como Lilás. A menininha de quatro anos é meio que uma síntese daquele ambiente de personagens tão quebradiços que vão desmoronar todos ao mesmo tempo em um ponto chave do filme. A única personagem dura parece ser somente a mãe de Lilás que, mesmo assim, sucumbe à doçura da filha e reconhecerá seu talento. A estrutura de sonho também aparece nas obras artísticas de Lilás, onde seus vídeos são verdadeiras compilações de sons e imagens de pessoas que falam de suas vidas e sonhos. E a fusão do rosto da mãe artista com a filha que ainda aspira à mesma carreira é emblemática, botando um ponto final no distanciamento entre as duas.
O encanto do filme só se quebra um pouco quando sabemos que o pai doidinho é de família judia e a excessiva proteção ao músico por parte dos pais foi colocada como a explicação de sua alta infantilidade, como se ele fosse um bebezão mimado. A coisa ficou inoportuna e desnecessária, desvalorizando o personagem e colocando-o como um idiota facilmente manipulável. Não casou com o estilo lúdico da mensagem que o filme pretende passar.

De qualquer forma, “Tudo Acontece em Nova York” ainda é um grande filme, cuja temática altamente romantizada e sonhadora é rara de se ver por aí. É uma história tocante e doce. É uma história que enche nossos corações de alegria e esperança, pois mostra que ainda as grandes virtudes do ser humano se fazem presentes: delicadeza, alegria, o simples, o prosaico, infantil, pueril. Uma prova de que a verdadeira felicidade está ainda nas coisas simples da vida, que estão mais ao nosso alcance do que podemos imaginar. 


Cartaz do filme


Lilás, Leeward e sua filhinha. Ambiente infantil


Ensaios no sofá de casa


Instrumentos musicais infantis.


A jovem artista passará por decepções


Mary, mais pragmática, também é frágil na busca por seus sonhos


Mãe se rende ao ambiente lúdico

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