Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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domingo, 25 de janeiro de 2015

Resenha de Filme - Brincante

Brincante. Caleidoscópio De Talentos E Imagens Lúdicas.
Quando falamos de Walter Carvalho, sabemos que vem coisa boa por aí. Um verdadeiro mestre na arte de confeccionar imagens. É isso que podemos testemunhar nesse filme dirigido por ele, “Brincante”. Um filme que é uma pequena joia, formado por uma sucessão de imagens multicoloridas, cheias de vida, singeleza, delicadeza. E talento, muito talento, sobre elementos da cultura de nosso país. Uma explosão de criatividade e de uma rica linguagem literária.
Vemos aqui uma trupe mambembe, “Brincante”, viajando pelo país e encenando seus números de dança, música e teatro. Antônio Nóbrega e Rosane Almeida, líderes do grupo, dão um verdadeiro show, sendo genuínos artistas na melhor acepção do termo. Eles fazem de tudo: interpretam, cantam, dançam, fazem malabarismo, tocam instrumentos musicais. O talento dos dois é refinadíssimo e, se vemos números artísticos destinados à princípio para o público infantil, a coisa não fica só por aí. Além de teatros com cenários ricamente adornados e cheios de cores, com fantoches praticamente em tamanho natural, testemunhamos verdadeiras coreografias bem hollywoodianas tendo a cidade de São Paulo e suas paisagens ao fundo, seja no alto de grandes prédios, seja nas estações de metrô, passando pelo MASP. Aí, o talento de Walter Carvalho também se faz presente, onde vemos Nóbrega dançando em meio a multidões ou, aparentemente em tetos de ônibus, quando na verdade, ele está em cima do teto de um ponto de ônibus coberto. Atuações dramáticas são outra virtude desse excelente documentário. Nóbrega interpreta dor, sofrimento e angústia sem dizer uma palavra sequer, seminu e cercado por vitrines com um fundo escuro, onde o contato de seu corpo com o vidro achata o artista, tornando a atuação agônica e opressora para quem a assiste. Uma obra prima, que lembra o melhor do que foi visto no expressionismo alemão. Nóbrega também é um excelente violinista e cantor. Os textos são de uma profundidade literária genial, com bastante conteúdo crítico e filosófico. Tamanha qualidade desse produto artístico chamado Brincante é, nas palavras de Nóbrega, manifestação da cultura de seu país.
O filme flui, não por um fio narrativo, mas por uma multiplicidade de situações nos ótimos números da trupe, repletos de criatividade. Os números cativam, emocionam e, ao fim deles, já fica uma expectativa do que vai aparecer de atração em seguida. E assim, a nossa atenção fica presa por todo o filme. É impressionante como “Brincante” consegue ser singelo e sofisticado ao mesmo tempo. Como ele consegue ser popular e erudito. Como ele consegue ser emoção e razão. Devemos dar as nossas palmas de pé para Walter Carvalho e Antônio Nóbrega. E lamentar, mais uma vez, a dificuldade de acesso de um filme brasileiro de excelente qualidade para os próprios brasileiros. E deplorável que um filme que fale de arte popular esteja restrito apenas para uma elite de zona sul. É o tipo do filme que deveria ter exibições públicas e gratuitas em praças. Uma diversão do povo para o povo. Por que tais eventos são feitos de forma tão emergencial no país?

De qualquer forma, fica aqui mais uma vez a dica. E a constatação de que filmes brasileiros não se resumem a comédias blockbusters com atores da Globo.


Cartaz do filme


Antônio Nóbrega, o líder da trupe mambembe...


... acompanhado da bela e igualmente competente Rosane Almeida


O violino é só um dos múltiplos talentos.


Ricos figurinos e interpretações


Shows ao vivo


Uma morte divertidíssima...


Multiplicidade infinita de talentos...


Dor e desespero expressionistas...



Danças urbanas.


Um caminhãozinho viajando pelo país carregando um Universo...



Antônio Nóbrega e Walter Carvalho. Gênios em suas áreas. 

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