O
Segredo Dos Diamantes. Aventura Juvenil À Mineira.
Helvécio Ratton, o
mesmo diretor de “O Menino Maluquinho”, traz mais uma história juvenil para o
cinema, carregada de mineirice. Vemos aqui a história de Ângelo (interpretado por
Matheus Abreu), um garoto que viaja com os pais para uma cidade do interior de
Minas com o objetivo de visitar a avó. Durante a viagem, a família conversa
sobre um antigo padre da cidade que era contrabandista há 200 anos e que teria
escondido uma caixinha com moedas de ouro e diamantes. A suposta caixinha fora
achada por um morador da cidade com as moedinhas, mas sem os diamantes.
Infelizmente, o interessante papo foi interrompido drasticamente por um
acidente, onde o pai ficou em estado de coma, com traumatismo craniano. Sem
dinheiro para fazer uma cara cirurgia, a vida do pai de Ângelo fica em risco.
Resta a ele procurar os diamantes com seus amigos Julia (interpretada por
Rachel Pimentel) e Carlinhos (interpretado por Alberto Gouvêa), onde ele
seguirá as pistas contidas num papelzinho dentro da tal caixinha. Mas eles
terão que driblar o maldoso Silvério (interpretado pelo lendário Rui Rezende, o
professor Astromar de “Roque Santeiro”), o dono do antiquário local,
descendente do padre e que buscou os diamantes pela vida inteira.
É um filme
engraçadinho, a começar pelos atores pré-adolescentes. Eles interpretaram muito
bem, embora o português castiço deles, com todas as concordâncias e tempos
verbais corretos pareça soar muito artificial num país com tantos problemas
educacionais. É uma história de aventura num ritmo lento, onde o grande barato
é desvendar as pistas na busca pelos diamantes. A coisa não é tão elaborada
assim, mas o filme tem o mérito de dar algumas pequenas informações históricas
sobre a mineração no Brasil e de usar como base das pistas a obra “A Divina
Comédia”, de Dante Alighieri. Toda pequena informação cultural é válida para o
público-alvo desse filme, que são justamente os pré-adolescentes. De destaque
somente a presença de Rui Rezende (como ele estava sumido!) fazendo um bom
vilão que, embora fosse ameaçador, não foi violento, e a trilha sonora cantada
pelo grupo Skank. Outra atriz mais conhecida foi Dira Paes, fazendo o papel da
mãe de Ângelo que, pelas circunstâncias da história, infelizmente não aparece
muito. Mas deixou a sua marca pelo talento.
Apesar de ser uma
história morna, “O Segredo dos Diamantes” é uma boa contribuição para o cinema
brasileiro, pois ajuda justamente na variação de gêneros e temas em nosso país.
Um cinema mais monotemático e recorrente mostra uma pobreza. E “O Segredo dos
Diamantes” ajuda na variedade. Mas não é um grande filme, não. Coisa de “Sessão
da Tarde”. À mineira.
Cartaz do filme
Uma viagem drasticamente interrompida
Um trio atrás de um tesouro
Mistério com direito a investigação em sebo.
Rui Rezende fazendo um bom vilão depois de muito tempo sumido.
Em Gramado
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