Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Resenha de Filme - Casamento Proibido

Casamento Proibido. Filme Policial Com Temática Social Vira Comédia Romântica Sensacional!
O bom filme de Fritz Lang “Casamento Proibido” (1938) pode ser entendido como contendo vários gêneros engendrados. Uma história de cunho policial, pois aborda a vida de ex-presidiários que estão em dúvida se se mantêm no bom caminho ou não. Uma temática social, pois um dono de loja de departamentos tem entre a maioria de seus empregados os ex-presidiários da história, já que o patrão acredita na recuperação do ser humano. E uma história de amor que, apesar de mostrar muitos momentos de tensão no casal protagonista, termina de forma hilária, ao bom estilo de uma comédia romântica água com açúcar. O casal em questão é Joe (interpretado por George Raft) e Helen (interpretada pela maravilhosa Sylvia Sydney). Ambos trabalham na loja de Mr. Morris (interpretado por Harry Carey) que, como vimos, acredita no ser humano e sua capacidade de se recuperar, contratando muitos ex-presidiários. Joe era constantemente assediado por antigos companheiros de prisão que queriam trazê-lo de volta ao crime. Mas Joe resistia ferrenhamente por causa de Helen. Joe e Helen se casam e vão morar no apartamento alugado da moça. Tudo parecia que ia ser um mar de rosas, mas Helen tinha um segredo não revelado a Joe, que odiava mentiras: ela também era uma ex-presidiária e as regras da liberdade condicional a proibiam de casar. Helen era constantemente visitada pelo agente da condicional, o que começou a despertar dúvidas em Joe. À medida que o relacionamento se desgastava com as dissimulações de Helen, Joe ficava mais impaciente, violento e até mais seduzido por seus antigos companheiros de crime que, sentindo-se explorados pelo dono da loja de departamentos, queriam roubar o estabelecimento à noite. Mas Helen descobre o plano e sabota o assalto. Apesar de tudo, o dono da loja perdoa os bandidos, que não foram presos e tiveram os seus empregos mantidos, mas tomaram um esporro federal de Helen, que provou, fazendo contas num quadro negro, que o chefe da quadrilha que contratou o grupo era o verdadeiro explorador, pois o que eles ganhariam com o assalto era muito menos que os seus salários. Joe ficou furiosíssimo com a atitude de Helen, que saiu da loja aos prantos. Nesse momento, os tons de comédia entram no filme, com a própria quadrilha exaltando Helen e repreendendo Joe pelo seu comportamento tão grosseiro, o que deixa nosso protagonista simplesmente louco, saindo à rua. Helen, por sua vez, abandona o lar, pois havia decepcionado muito Joe. O problema é que a moça está grávida e quando Joe sabe disso, surta desesperadamente e bota toda a quadrilha à procura de Helen, que é encontrada num hospital dando a luz ao filho. A cena da sala de espera é hilária, com todo um bando de gângsters à espera de notícias do parto. Ah, e obviamente Joe e Helen viveram felizes para sempre.

Esse filme lembra um pouco “Vive-se Só Uma Vez”, do mesmo Fritz Lang, onde Henry Fonda faz as vezes do ex-presidiário e a mesma Sylvia Sydney faz a esposa, agora de ficha limpa. Mas aqui o desfecho é trágico, pois o personagem de Fonda não tem qualquer chance, em virtude do preconceito contra aqueles que passaram parte de sua vida na cadeia, e o casal acaba morto. Em “Casamento Proibido”, o cinema “noir” e pesado vai, aos poucos, se tornando leve e termina de forma muito cômica, principalmente a partir da “aula” de Helen no quadro negro, culminando com a hilária cena da maternidade. Essa mescla de gêneros torna-se, portanto, a principal e mais atraente característica desse filme de Fritz Lang, lá do longínquo ano de 1938.


Belo cartaz do filme.


Joe e Helen. Casal cheio de conflitos.



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