Lucy.
Cuca 100%!!!
Luc Besson tem uma
grande virtude. Seus filmes são doidíssimos e fogem sempre do convencional. É só
ver pérolas do naipe de “Quinto Elemento” ou seu “Joana D’arc”. E o mais legal
é ver um bom elenco que dá sempre credibilidade a seus delírios. É o que
podemos ver em sua nova produção, “Lucy”. A mocinha do título, interpretada
pela incansável Scarlet Johansson (ela tem aparecido bastante nas telonas e é a
musa da vez de Besson), está em Taipei com um carinha que conheceu há apenas
uma semana. Ele vai obrigar a moça a entregar uma valise num prédio, cujo
conteúdo ela desconhece. Mas Lucy mal sabia que a encomenda era para um grande
líder criminoso extremamente cruel, que mata seu acompanhante. O conteúdo da
valise? Uma droga poderosíssima, que será colocada dentro da barriga da moça
cirurgicamente para ela transportá-la como mula para a Europa. Mas, no
cativeiro, ela é agredida pelos bandidos e o saquinho da droga se rompe dentro
de sua barriga. A partir daí, ela acumula poderes dignos de um Anakin
Skywalker, pois a droga estimula o uso do cérebro. Como dizia o cientista Professor
Norman (interpretado por Morgan Freeman), numa história paralela à trama de
Lucy, o ser humano só utiliza 10% de seu cérebro. Não se sabe quantos poderes
ele teria se usasse 100% de sua capacidade. Lucy saberá. E terá poderes como a
telecinese, a abstração total de sentimento de dor, enxergar e ouvir coisas que
os humanos não podem perceber e adquirir conhecimento de forma imediata. Mas as
transformações em seu corpo, de tão violentas que são, vão destruí-lo em poucas
horas. Assim, ela vai atrás da droga, que pode prolongar sua vida, e está em
outras mulas controladas pelos mafiosos asiáticos que também irão a seu
encalço. A moça, obviamente irá ao cientista para ajudá-la. O resto são as
loucuras de Besson. Não vou dizê-las aqui para estragar a surpresa. Pode-se
dizer que “Lucy”, apesar da boa ideia, é mais um filme de ação exótico, com um
heroísmo no estilo “Femme Fatale”, que passa de uma menininha indefesa e
chorosa para uma assassina fria e calculista. Há muitas cenas de tiroteios, ao
melhor estilo dos filmões americanos de ação. E há excelentes closes, muito
bons até no rosto cheio de pintas de Morgan Freeman (imaginem em Scarlet
Johansson!). Há alguns preconceitos no filme também. Uma máfia asiática que
mata em plena luz do dia, como se tivesse o controle total da situação,
mandando em tudo no país em que está sediada. Só vemos força policial lutando
contra os bandidos na “civilizada Europa”. O percentual de uso do cérebro de
Lucy é outra fonte de preconceito. Em alguns momentos do filme, um número
indicando o percentual de uso do cérebro de Lucy cobria toda a tela. E, embora
os seres humanos usem 10% da capacidade do cérebro, Lucy, usava inicialmente só
1%. Será porque ela é loura? Porralouquices de Besson...
O filme também tem a
grande virtude de usar composições de imagens da natureza, muito bonitas e vívidas,
principalmente nas palestras do cientista Morgan Freeman, e que dão todo um colorido
à materialidade visual da história, constituindo-se num elemento bem original.
Dessa forma, “Lucy” poderia
ser mais um filmeco de ação, não fosse um Besson cheio de suas loucuras e
delírios. O filme tem boa plasticidade, mas dá ainda para rir um bocado pelo
seu alto grau de exotismo. Uma diversão garantida.
Cartaz do Filme
Usada como mula pelos vilões.
De mocinha indefesa a uma assassina insensível.
Superpoderes a fazem enxergar tudo
O Professor Norman a ajudará a lidar com seus poderes.
É tudo vilão de Taipei...
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