Darkman,
Vingança Sem Rosto. Super Herói Exótico De Suspense e Terrir.
A década de 1990 nos
produziu excelentes filmes, alguns muito carregados de um exotismo bem característico.
Foi o caso de “Darkman, Vingança sem Rosto”, com o excelente Liam Neeson no
papel principal. O grande detalhe da história é a sua alta dose de humor (a
gente ri demais ao ver essa película), disfarçada numa roupagem que é um misto
de suspense e terror. Recordar é viver, vamos lá!
Temos aqui uma trama de
um cientista de nome Peyton (interpretado por Neeson), que busca desenvolver
uma pele artificial. O problema é que a estabilidade dessa pele não dura mais
do que cem minutos, se deteriorando em seguida. A namorada do cientista, Julie
(interpretada por Frances McDormand, que não é o melhor exemplo de carinha de
porcelana do “star system”) trabalha para uma empresa que fez vários pagamentos
de propinas com a intenção de construir um bairro repleto de torres de vidro. O
chefe de Julie, Strack (interpretado por Colin Friels) pede à moça os
memorandos em poder dela que comprovam a fraude, mas os papéis estão na casa do
cientista. O patrão então mandará seu capanga Durant (interpretado por Larry
Drake) ir à casa de Peyton para pegar os papéis, não sem antes desfigurar o
rosto e as mãos do coitado com fogo e elementos químicos de suas experiências,
além de explodir o apartamento, com o corpo de Peyton sendo lançado no rio em
frente. Só sobrou a orelha para o enterro! Mas nosso cientista foi resgatado
como indigente por um hospital que fazia experiências com pessoas esquecidas. Seus
nervos foram cortados para que ele não mais sentisse dor, mas isso também provocava
(não me perguntem por que!) uma alta ansiedade (ops, já vi esse título!) no
indivíduo, que se tornava uma criatura violenta, agressiva e sinistra. O nosso
agora cientista cobaia consegue fugir do hospital e volta ao seu apartamento, não
sem antes abordar a namorada na rua, que sai correndo daquela figura horrenda
cheia de ataduras no rosto e mãos. A partir daí, nosso herói buscará a vingança
contra seus inimigos, mas também terá de lutar contra si mesmo, onde um homem
racional e inteligente duela com um ser violento e sádico, bem ao estilo de “O
Médico e o Monstro”.
Esse filme tem características
interessantes. Em primeiro lugar, vemos um ritmo muito rápido em alguns
momentos, marcado por uma rápida e bem elaborada composição de imagens. Podemos
ver isso muito bem na sequência em que o cientista é desfigurado pelos capangas.
Socos e cabeça lançada ao vidro, mergulhada no ácido, queimada no fogo, tudo
isso mostrado de forma bem frenética, com um tom até cômico. Mas engraçada mesmo
é a sequência do parque de diversões, onde Peyton inicia uma discussão com o
carinha da barraquinha de acertar as latas com a bolinha. Ao ter um elefante
cor-de-rosa de pelúcia negado pelo sujeito da barraca, o cientista começa a
bater boca e as imagens vão mostrando o estado de nervos crescente do herói, o
sarcasmo do cara da barraca e a cara boba de “deixa disso” da namorada. Ao tocar
com seus dedos no protagonista, o carinha não espera que Peyton torcerá seus
dedos, causando-lhe uma fratura exposta. Ocorre, então, o que eu acho o melhor
momento do filme. A câmera desliza do rosto do carinha para o do herói e,
finalmente, da namorada. Três gritos: um de dor, outro de raiva e um último de
pavor. Peyton então pega o elefante e joga raivoso contra a namorada, aos
gritos de “Toma logo esse elefante!”. Hilário!
A forma sádica como o
protagonista liquida os vilões e joga uns contra os outros também é muito engraçada.
O primeiro capanga ele mata colocando a cabeça para fora de um bueiro numa rua
movimentada (os dois estavam no esgoto, onde o cientista dava ao vilão um banho
de excrementos). Veio o caminhão e... ploft! Ele fotografou todos os rostos dos
vilões e fez máscaras de pele artificial, infiltrando-se na quadrilha e
provocando conflitos entre os membros desta. O líder dos capangas, Durant é que
teve a morte mais inusitada. O helicóptero em que estava foi enganchado por
Peyton num caminhão e puxado até a boca de um túnel onde chocou-se e explodiu. Tudo
isso regado a gargalhadas sádicas de nosso herói coberto de ataduras.
Assim, “Darkman” é um
filme muito interessante e engraçado por sua rapidez de ritmo, sua composição frenética
de imagens e toda a graça envolvida nisso, beirando em alguns momentos a
caricatura, mas não sem perder o carisma ou parecer uma produção mais chula.
Cartaz do Filme.
Um herói cheio de ataduras.
Realmente, é melhor com as ataduras.
Um par romântico e tanto.
Raiva no parque de diversões.
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