Para
Sempre Alice. Moore, Moore E Moore.
O título acima já nos
diz qual é o foco principal. A maravilhosa Julianne Moore conseguiu o Oscar de
melhor atriz esse ano interpretando nessa película a linguista e professora
universitária Alice Howland, que contrai mal de Alzheimer prematuramente, aos
quarenta anos. Ela é casada com o médico John Howland (interpretado pelo sempre
eficiente e presente Alec Baldwin) e ainda tem três filhos, dentre eles, a
atriz de teatro Lydia (interpretada pela vampira Kristen Stewart). Apesar do
bom elenco, nesse filme não tem para ninguém. Moore colocou todo mundo no bolso
com sua interpretação, onde vemos gradativamente a professora definhando na sua
doença degenerativa. No início são apenas alguns lapsos de memória. Mas, com os
exames e o diagnóstico, vem o desespero, seguido por uma resignação e desânimo.
E aí a espiral descendente, onde a profissional competente, mãe e esposa vai
gradativamente desaparecendo, ao mesmo tempo que os familiares se esforçam para
manter a memória da ente querida e sua dignidade.
O filme é muito
doloroso, pois sabemos que muitas pessoas passam na vida real pelas situações
lá expostas. Ele lembra das agruras que doenças cujas curas ainda não foram
encontradas e que provocam muito sofrimento, deixando as pessoas num beco sem
saída. Essa amarga lembrança que “Para Sempre Alice” nos traz só ratifica a
importância dos avanços nas pesquisas científicas na medicina para a busca das
curas de doenças tão terríveis. E a lista desses males é grande. Não podemos
nos esquecer, por exemplo do câncer e da diabetes. Ainda, devemos gritar contra
a busca insana dos laboratórios por lucros que, ao descobrir remédios que curam
doenças graves, colocar lá nas alturas o preço de tais medicamentos. Assim,
enquanto há pessoas bem favorecidas que desfrutam da tecnologia do século 21,
há pessoas menos favorecidas que simplesmente morrem pela falta de acesso a
tais medicamentos pela falta de condições financeiras. Mesmo que “Para Sempre
Alice” não trate desses assuntos de forma tão direta, os simples devaneios que
o filme provoca já o tornam tão importante.
Agora, nunca é demais
repetir. A película chama tanto a atenção graças a atuação para lá de primorosa
de Moore. Sentir a professora se esvaindo, sumindo, desaparecendo,
gradativamente, até a sua cena final, onde ela é uma caricatura dela mesma, foi
de despedaçar o coração, expressando o quanto a condição humana pode ser
frágil. E de como nós temos apenas a nós mesmos e a quem nos cerca. Numa
situação onde as memórias simplesmente desaparecem, preservá-las é fundamental,
sobretudo para manter a dignidade da pessoa humana, a dignidade de quem
simplesmente é deletado por tamanho mal que ainda não tem cura. Tomara que um
dia haja. A impressão que essa doença dá é que não há uma destruição do corpo,
mas sim da alma...
Cartaz do filme
No início, uma família feliz
Mas depois... Alice. Desesperada com sua doença
Carinho na filha
Fazendo de sua luta um exemplo.
Apoio no marido
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