Cinquenta
Tons de Cinza. Mas Foram Só Uns Dois Ou Três.
Mais um filme baseado
num best-seller. Só que, dessa vez,
nada de aventuras para o público adolescente. A coisa agora é bem mais adulta.
E bem mais quente: o livro “Cinquenta Tons de Cinza”, de E. L. James que, ao
contrário do que a nossa cultura sexista possa dar a impressão, é uma escritora
do sexo feminino. Pois é, ainda parece que, para serem mais aceitas no mercado,
as escritoras colocam somente as iniciais de seus nomes para esconder o sexo da
qual fazem parte, assim como a escritora Dorothy Fontana fazia (ela escreveu
várias das melhores histórias da série clássica de Jornada nas Estrelas com os
créditos de D. C. Fontana). Mas a história de “Cinquenta Tons de Cinza” fez
muito sucesso, principalmente sobre o público feminino.
Temos aqui a história
de um jovem e grande empresário, Christian Grey (interpretado por Jamie Dornan),
que agendou uma entrevista com a também jovem Anastasia Steele (interpretada
por Dakota Johnson). Obviamente, os dois ficam interessados um no outro e
começam um caso. Não começaram um romance, pois os gostos sexuais do “sr.
Cinza” são um tanto exóticos. Ele adora uma parada sadomasoquista e tem
cinquenta técnicas para isso. Só que, para rolar as tais práticas, ele
estabelece um contrato com Anastasia, ao bom estilo do empresário capitalista.
E aí, o filme vai fluindo, em meio a muitas pegações e tapas na bunda da
menina.
À despeito das reações
do público feminino com o filme (o Ancelmo Góes disse no O Globo que um monte
de velhinhas gritou num cinema aqui no Rio quando o Grey tirou a camisa,
endossando que “há testemunhas”, e uma mulher foi presa no México, pois se
masturbava durante uma sessão do filme), não temos uma grande película. Algumas
cenas de sexo com poucas genitálias à mostra em flashes muito rápidos (mal
podemos ver os pêlos pubianos da moça), uma insinuação de sexo oral que chegava
somente até o umbigo de Anastasia, e não muito mais que isso. A única cena mais
forte foi uma pegada por trás... é a coisa que já foi dita aqui: as visões de
erotismo da cultura amglo-saxã são um tanto quanto restritas. Qualquer DVD das
“Brasileirinhas” é muito mais eficiente que esse filme. O livro deve ser muito
melhor que isso, já que a leitura dá mais asas à imaginação.
No mais, o filme
lembrou os tempos áureos da pornochanchada tupiniquim, quando o tal empresário
foi à loja de ferragens onde a moça trabalha para comprar cordas e fitas
adesivas, numa insinuação dos gostos sexuais do rapaz. Os tapas na bunda também
lembravam muitos de nossos filmes eróticos lá de meados da década de 1970.
Agora, o nome do
empresário é que é o fim da picada. Christian Grey é uma alusão clara aos
perfumes Christian Gray, que juntamente com a Avon, eram vendidos por muitas
mulheres na década de 1980 (a minha avó vendia as duas marcas). Só para vocês
terem uma ideia do impacto que isso teria hoje, era como se o empresário do
filme se chamasse Jequiti ou coisa parecida...
Dessa forma, se você
quer ver “Cinquenta Tons de Cinza” no cinema, sugiro também que leia o livro
(se ainda não leu), pois a história contada nas telonas o fez de uma forma
decepcionante. Se o negócio é erotismo, qualquer DVD erótico brasileiro dá de
mil a zero. Ficou um gostinho de “Já acabou??? Cadê???”.
Um casal exótico
Pose sensuallll..
Pegação no elevador
Poucos momentos de nudez
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