Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Resenha de Filme - Elsa e Fred

Elsa E Fred. Filme De Dois Atores.
Mais um remake nas telas. O bom filme “Elsa e Fred” é inspirado numa versão mais antiga argentina e que se passa dessa vez em Nova Orleans. A história gira toda em volta de um casal já na terceira idade e se apoia inteiramente nas excepcionais atuações de Christopher Plummer (o eterno klingon Chang de “Jornada nas Estrelas VI, a Terra Desconhecida”) e a veteraníssima Shirley McLaine, uma atriz que não tem aparecido muito e a sua presença sempre é bem vinda. McLaine é muito lembrada por suas experiências místicas de alguns anos atrás, estando muito em voga naquela época (meados da década de 1980). Assim, suas aparições sempre servem para que matemos saudades.
E como Elsa e Fred se conheceram? Eles eram vizinhos e Elsa acertou o carro do genro de Fred, para desespero da filha de Fred, Lydia (interpretada por Marcia Gay Harden). Elsa promete entregar um cheque de seu filho, Raymond (interpretado por Scott Bakula, o capitão Jonathan Archer da série Enterprise, esse filme é um prato cheio para os trekkers de plantão!), na casa de Fred para os reparos do carro. Nosso Fred é um personagem extremamente rabugento e desgostoso da vida. Ele perdeu a mulher há sete meses e a foto da esposa com um semblante pesadíssimo é uma dica de que o casamento de Fred não foi lá essas coisas. Elsa, por sua vez, se interessa por aquele ogro durão e tenta se aproximar dele. Já sabemos de antemão que ela conseguirá. Mas a graça, como sempre acontece nessas histórias, está nos percalços.
Qual é a grande virtude de Plummer? A rabugice de Fred dá a ele a oportunidade de fazer muitas observações sarcásticas que são bem hilárias. Mas Plummer também sabe ser bem elegante, alegre e refinado nos momentos certos. Já McLaine tem a sorte de fazer uma Elsa espalhafatosa, alegre, bem-humorada, mas muito, muito garganta, algo que irrita Fred profundamente. A capacidade de Elsa de inventar histórias é ilimitada e Fred quase nunca consegue saber o que é verdade e o que é mentira, ponto principal do conflito do casal.
O filme tem um detalhe muito especial, sob medida para os cinéfilos mais apaixonados. Elsa é totalmente fissurada em “La Dolce Vita”, de Fellini, sobretudo a sequência de Anita Eckberg e Marcelo Mastroianni na Fontana de Trevi, em Roma. Trechos dessa sequência são exibidos no filme no belo preto e branco de anos atrás e nos colocam numa viagem no tempo, carregada de nostalgia. O nosso casal protagonista inclusive reproduzirá a cena felliniana numa viagem à Itália comprada por Fred. Destaque especial deve ser dado ao ótimo trabalho de montagem neste trecho da história, onde tomadas em preto e branco de Elsa e Fred se mesclam com as tomadas de Eckberg e Mastroianni em “La Dolce Vita”. Momentos de pura poesia e emoção que valem o ingresso. Mas chega de spoilers!

O que podemos falar mais aqui, a título de conclusão, é “Elsa e Fred” foi, nas palavras um tanto preconceituosas do diretor Michael Radford (o mesmo de “O Carteiro e o Poeta”), tornado mais sofisticado para o público americano, se comparado com a versão original argentina. Confesso que não vi a versão original, mas soa um pouco inconsequente achar uma plateia americana mais sofisticada que uma plateia argentina, por exemplo. No fim das contas, tudo é mais uma questão de leitura, feita de acordo com necessidades mais mercadológicas, talvez no caso do cinema americano. À despeito das exigências de um público A ou B, dizemos com segurança que Christopher Plummer e Shirley McLaine cumpriram seus papéis com maestria e nos hipnotizaram com suas fortes personalidades magnéticas. Apesar de previsível em alguns pontos, como acontece geralmente nas histórias de amor, “Elsa e Fred” não deixa de ser um bom entretenimento e vale a pena ser visto. Filme em que a grande vedete são os atores e não efeitos especiais. Típico filme em que a gente vai para “ver os caras”. Apologia total ao star system, numa forma mais gostosa e menos pasteurizada de ser fã. Que bom que ainda haja filmes nesse formato!

Cartaz do Filme



Elsa quer novas alegrias para sua vida.



Fred tenta sair da tristeza da viuvez.


Um buscará apoio no outro.



Linda cena na Fontana de Trevi. 



Elsa e Fred originais. Menos sofisticados???
 

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