Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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segunda-feira, 17 de março de 2014

Resenha de Filme - Uma Família em Tóquio

Uma Família em Tóquio. Homenagem Singela e Justa.
Imagine um filme que é considerado o maior de todos os tempos por diretores como Woody Allen, Martin Scorsese, Quentin Tarantino, Manoel de Oliveira e Walter Salles. Esse filme é “Era Uma Vez em Tóquio”, de Yasujiro Ozu, rodado em 1953. Sessenta anos depois, foi feito “Uma Família em Tóquio”, de Yoji Yamada, numa homenagem ao filme de Ozu. E uma justa homenagem.

Vemos aqui a história de um casal de idosos que vem do interior para Tóquio para visitar os filhos. E cada filho está numa situação de vida bem diferente. O mais velho é médico, tem o consultório em casa e é uma pessoa bem séria. A filha do meio tem um salão de beleza também em casa e pensa muito em si mesma. E o filho caçula trabalha em cenografia de teatro não tendo uma condição estável, além de manter um romance escondido da família. A chegada dos pais vai afetar a vida desses filhos que precisam se revezar para hospedar pai e mãe. Aí vemos todo um jogo de empurra entre os filhos, pois a vida deles numa cidade grande como Tóquio os torna muito ocupados para cuidar dos pais. Vemos aqui duas discussões interessantes: a oposição entre a vida mais lenta e prosaica do campo e a vida rápida e agitada da cidade, além do conflito de gerações, pois os pais querem estar perto de filhos e netos e esses filhos não podem dar a atenção necessária. O filme permeia todas as relações entre os membros dessa família, abrindo todo um leque de memórias de como o simpático casal idoso cuidava de seus filhos. Tudo isso dentro da serenidade que só os japoneses conseguem imprimir. Serenidade essa que é quebrada pela morte da mãe com um mal súbito, o que une a família que agora se preocupará com o pai que ficará sozinho, ao que ele retruca firmemente:” eu me viro, não dependerei de meus filhos”, ficando em sua cidadezinha de interior e nunca mais voltando para Tóquio. Em sua pequena cidade, ele terá apoio dos parentes e amigos, não precisando dos filhos. É interessante notar como o recente tsunami que abalou o Japão é citado nesta refilmagem, seja com o filho caçula trabalhando como voluntário, seja com a morte da sogra de um dos amigos do pai. No mais, temos outra oportunidade de tomar contato com a cultura japonesa onde serenidade, responsabilidade, honra e respeito são as grandes virtudes. Chama a atenção toda a preocupação que existe por parte do filho caçula e sua namoradinha em ter seu relacionamento aceito pela família, mostra de que algumas instituições tradicionais ainda fazem parte da cultura japonesa, apesar dela abraçar toda a modernidade do ocidente. Apesar disso, “Uma Família em Tóquio” é um filme delicado, sensível e, acima de tudo, emotivo e sereno, onde as relações humanas dão o grande sabor. Vale a pena dar uma conferida.

 A Família.


Casal do Interior na Cidade Grande.


Desolação na morte da mãe.


Romance que precisa da aprovação da família: Tradição.


Mãe e filho caçula. Relação tocante e terna.

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