Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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domingo, 23 de março de 2014

Resenha de Filme - A Gaiola Dourada

A Gaiola Dourada. Jogo de Interesses em Tons de Comédia.
Excelente. Essa é a impressão que “A Gaiola Dourada” nos dá. O filme é muito envolvente para nós, pois os personagens protagonistas são de uma família portuguesa. E logo a gente se identifica. É uma comédia deliciosa, mas que aborda temas muito atuais, tanto em nível particular como em nível mais geral.
O filme conta a história da família Ribeiro, formada pelo casal de emigrantes portugueses Zé (interpretado pelo sempre excelente Joaquim de Almeida) e Maria (interpretada por Rita Blanco). Esse casal sai de Portugal para viver em Paris, fugindo da pobreza e em busca de oportunidades. Maria irá se tornar a zeladora de um edifício e Zé um mestre de obras de uma construtora. O casal sempre adotou uma postura muito submissa perante seus patrões e até perante seus amigos e parentes portugueses. O casal tem dois filhos, Paula (interpretada por Bárbara Cabrita) e Pedro (interpretado por Alex Alves Pereira), que praticamente viveram toda a sua vida em Paris e têm pouca identificação com Portugal. A vida da família Ribeiro continuaria a mesma não fosse uma carta que receberam de Portugal, que dizia que o irmão de Zé havia morrido e deixado uma grande herança para ele, que era constituída de uma fábrica de vinho e muitas terras. Assim, o casal pobretão de emigrantes se torna muito rico da noite para o dia. Mas essa riqueza só seria desfrutada se Zé assumisse o controle de tudo e passasse a viver em Portugal. Com uma rede muito eficiente de fofocas, todos ficam sabendo da herança do casal e vão impedir a viagem dos dois para Portugal, em virtude dos mais variados interesses. A irmã de Maria quer que ela a ajude no molho da bacalhoada de seu restaurante. O patrão de Zé quer que seu mestre de obras continue no emprego para tocar a construção de um shopping center que o salvará da falência. Para piorar a situação, Paula se apaixona pelo filho do patrão de Zé. A partir daí, o filme assume uma série de situações engraçadas das mais variadas, onde o casal terá que superar vários obstáculos para poder retornar a Portugal e pegar sua herança. A cena mais engraçada foi o jantar na casa de Zé e Maria, com o patrão de Zé e sua esposa, para aproximar as duas famílias cujos filhos iniciavam um relacionamento. Cada casal queria agradar o outro e vimos o casal mais pobre se comportando como o mais rico e vice-versa.
A comédia meio que adoça temas espinhosos da sociedade europeia contemporânea. O mais proeminente deles é a migração. Fica bem claro no filme como o continente europeu está dividido entre uma Europa mais pobre e uma Europa mais rica. Essa cisão acaba levando a uma visão preconceituosa, onde portugueses (da parte mais pobre do continente) acabam se submetendo a condição de cidadãos de segunda categoria em países mais ricos (no caso, a França) e acabam realizando serviços e tarefas braçais que os franceses não querem fazer. O tempo excessivo fora do país de origem acaba fazendo com que o emigrante perca uma certa identificação com sua terra. Se Zé queria com certeza retornar ao país, Maria já era mais reticente. Ela se preocupava em deixar seus patrões na mão e não sabia o que fazer ao morar sozinha com o marido numa grande propriedade em Portugal. Dessa forma, víamos os próprios emigrantes presos dentro de sua “gaiola”, não conseguindo num primeiro momento sair daquela vida servil que lhes foi imposta por tantos anos. Mas isso iria mudar quando Paula os alertasse de sua condição subserviente. E aí os pais começarão uma espécie de rebelião que irá deixar todos os que se aproveitavam deles boquiabertos, algo que dá muita graça ao filme.
E quanto aos filhos? Esses irão sofrer um outro impacto da migração. Filhos de portugueses, passaram praticamente todas as suas vidas em Paris e a identificação com o país de origem dos pais é menor ainda. Haverá ainda o agravante de eles esconderem dos amigos e namorados a condição humilde dos pais, para não sofrerem discriminações, o que provocará mágoas entre pais e filhos.

O diretor do filme, Ruben Alves, que também teve a ideia original do filme, preferiu o happy end, com todos voltando à “terrinha”. Assim, a questão social da migração e do preconceito, que poderia ter sido abordada mais profundamente, ficou apenas num plano superficial, algo mais adequado para uma comédia. Se esse tema social tivesse sido mais profundamente enfocado, o filme tomaria mais um aspecto de drama, algo que não se enquadraria na proposta de comédia. De qualquer forma, o tema foi mencionado e isso torna o filme válido além da fronteira do entretenimento puro e simples. Vale a pena dar uma conferida nessa comédia.

Cartaz do Filme.


Zé e Maria.


Paula e namorado: conflito social no relacionamento.


Fofocas fazem parte do contexto do filme de forma divertida.


Divertida coletiva de imprensa. 

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