Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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sábado, 18 de janeiro de 2014

Resenha de Filme: Além da Fronteira

Além da Fronteira: Homossexualismo na Linha de Frente.
Uma história de amor impossível entre um advogado israelense e um estudante palestino. E, entre ele, muita homofobia alimentada SÓ pelo conflito árabe-israelense. Esse é o tema central de “Além da Fronteira”, uma produção de 2012 que só chega ao Brasil agora. O filme fala do estudante palestino Nimr Mashrawi (interpretado por Nicholas Jacob) que conhece num night club gay o advogado Roy Schaefer (interpretado por Michael Aloni). Os dois iniciam um affair que se transformará num caso amoroso, pois Nimr consegue uma licença de permanência em Israel como estudante para fazer faculdade em Tel-Aviv, Israel. A opção de Nimr por estudar em Israel é malvista por seu irmão, Nabil (interpretado por Jamil Khoury), que faz parte da resistência palestina contra os israelenses, inclusive guardando armas em segredo no porão da casa da família, algo que Nimr sabe e não concorda, sendo esse outro ponto de tensão entre os irmãos. Mas isso não é tudo nos conflitos entre Nimr e Nabil. Um amigo de Nimr, Mustafá (interpretado por Loai Noufi), homossexual palestino que vivia ilegalmente em Tel-Aviv e era pressionado pelo agente de segurança israelense Gil (Alon Pdut) a dar informações, acaba sendo extraditado para a Palestina por Gil e é assassinado por Nabil. Nimr mantém seus encontros secretos com Roy (Nimr esconde de sua família o homossexualismo), mas o estudante palestino passa a ser pressionado por Gil para delatar possíveis atividades terroristas dos palestinos em Tel-Aviv. Para convencer Nimr, Gil consegue cassar a licença do palestino e ainda ameaça contar a família do estudante sobre seu homossexualismo. Mas o “serviço de informações dos palestinos” é mais rápido e Nabil descobre o homossexualismo do irmão. Cabe aqui fazer uma pequena pausa na história para analisarmos como o filme abordou a questão do homossexualismo nas sociedades palestina e israelense. Na sociedade israelense, Roy apresenta Nimr aos seus pais, que vivem de uma forma bem burguesa e os pais têm consciência do homossexualismo de Roy, embora não o aceitem de todo, com uma resistência maior da mãe de Roy. No caso da família de Nimr, ele foi obrigado a esconder o homossexualismo da família e, quando foi descoberto, foi expulso de casa pela mãe e, principalmente pelo irmão, embora a irmã, em prantos pela opção sexual do irmão, não o quisesse fora de casa. Nimr implorou por perdão para seus familiares (como se sua preferência sexual fosse um crime) e ele não poderia mais retornar ao seu lar, sendo que Nabil ainda simulou o assassinato do irmão para ele não ficar mal perante seus capangas. Ou seja, o filme retratou a sociedade palestina de forma muito mais homofóbica do que a sociedade israelense (um dos países produtores do filme foram os Estados Unidos, o que ajuda a explicar essa visão tendenciosa). Os judeus numa civilidade burguesa, levemente intolerante. Os palestinos na barbárie homofóbico-religiosa sem limites. Sem ter para onde ir, Nimr se esconde na casa de Roy, até o momento em que os dois veem na TV a invasão a casa de Nimr e a apreensão de armas. Roy fica indignado por Nimr não ter relatado esse detalhe em sua família e eles se desentendem, com Nimr saindo sem rumo pelas ruas de Tel-Aviv. Mas Gil trata Nimr como um caso de queima de arquivo, pois tem medo que o palestino denuncie sua chantagem. Assim, Nimr será perseguido e somente escapará com a ajuda de Roy, vai atrás de Nimr, depois de receber uma visita dos capangas de Gil. Roy salvará Nimr e se sacrifica para que o estudente consiga fugir para o exterior.
O filme tem o mérito de expor toda a crueza do conflito árabe-israelense e toda a intolerância de parte a parte, quando o tema é o homossexualismo. Tem também a coragem de mostrar cenas leves de sexo entre Nimr e Roy, algo que ainda choca o grande público. Ainda, o personagem de Mustafá é interessante, pois deve ser uma das primeiras vezes em que um homossexual de origem árabe-muçulmana é representado de forma tão afetada, com Mustafá inclusive vestido de mulher. Entretanto, o filme peca por mostrar uma sociedade israelense mais “civilizada” que a palestina, que rechaça o homossexualismo com muito mais violência, como se não houvesse uma homofobia do mesmo nível também em Israel. No caso dos judeus, os homofóbicos extremos estavam no núcleo mais “gorila”: a agência de segurança israelense, principalmente na figura de Gil. Mas no caso dos palestinos, essa homofobia era vista em toda a sociedade, inclusive no choro compulsivo da doce irmã de Nimr. Isso nos deixa um pouco indignados...

Cartaz do Filme


Nimr e Roy

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