O Duelo. Um Garganta Bem Amado.
Uma
deliciosa co-produção brasileira e portuguesa de 2012, somente presente agora
em nossas telas. O filme “O Duelo” já tem a virtude inicial de ser inspirado
numa história de Jorge Amado. E, para coroar o filme, temos as excelentes
presenças de Claudia Raia, Patricia Pillar, todas sempre lindas e elegantes,
nosso memorável José Wilker e, para a cereja do bolo, o “popstar” português
Joaquim de Almeida, ator de primeiríssima categoria. O filme começa com a
chegada do comandante português Vasco Moscoso de Aragão (interpretado por
Almeida) a pequena cidade litorânea chamada Peri-Peri. Lá, o comandante chama a
atenção da população local, com quem estabelece laços de amizade e começa a
contar mirabolantes histórias, prendendo a atenção de todos. A personalidade
magnética do comandante logo cativa a cidade e ele passa a ser o principal
assunto de lá. Mas um morador, Chico Pacheco (interpretado por Wilker) chega à
cidadezinha depois de uma temporada fora. Pacheco era o homem mais admirado da
cidade até a chegada do comandante e, obviamente, não gostará da popularidade
do novo forasteiro. Pacheco então começa a por em dúvida a veracidade das
histórias do comandante, chegando a fazer uma investigação da vida dele e
expô-la para todos. Alguns acreditarão na versão de Pacheco, outros não. E aí o
filme se desenrola em várias situações, onde a vida do comandante é
descortinada e a força das circunstâncias leva a história a lances
completamente inesperados.
Seja
o comandante um garganta de marca maior ou não, ele nunca perde a pose. Ele até
chega a passar uns maus bocados durante o filme, mas não perde de jeito nenhum
a simpatia e é um personagem altamente cativante. Tudo isso porque temos um
virtuose do porte de Joaquim de Almeida para o papel. Só isso já faz a gente ir
ao cinema. É o tipo do ator que nos faz deslocarmos de nossas casas para
podermos apreciar seu talento nas grandes telas. E foi muito instigante
podermos testemunhar Almeida contracenando com José Wilker, cujo personagem
Pacheco sempre desafiava o comandante a provar que ele já havia entrado num
navio. Ou vermos Almeida contracenando com atrizes do porte e da beleza de uma
Claudia Raia ou Patrícia Pillar. A coisa ficou tomada por todo um clima de alta
elegância, onde os efeitos especiais em fundo azul, apesar de artificiais,
davam um tom de beleza, algumas vezes a
la Titanic, já que, dentre as muitas histórias do comandante, até desvios
de icebergs eram mencionados.
Se
nosso Vasco Moscoso Aragão era comandante ou um grande mentiroso? Isso fica
para o filme. Nada de spoiler aqui. O
que vale mesmo é a simpatia do personagem, para quem torcemos, independente de
seu caráter.
Portanto,
se você quer ver uma história bem escrita (não é todo dia que vemos um texto de
Jorge Amado no cinema), com a presença de bons atores e boas interpretações,
vale a pena dar uma conferida nesse filme simpático que já deveria ter estreado
no cinema há mais tempo. É lamentável que uma película brasileira de 2012 só
tenha espaço em nossas telonas agora.
Cartaz do filme
Wilker e Almeida juntos!!!!
A chegada do comandante
Um povo impressionado com as histórias do forasteiro
Mas Pacheco quer desvendar quem foi esse comandante...
Claudia Raia, em papéis camaleônicos
Marcio Garcia também atua no filme
Nas filmagens...
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