Uma
Promessa. História de Amor Em Tempos De Guerra.
Uma típica história de
amor. Mais um triângulo amoroso. Mas, qual é o diferencial de “Uma Promessa”?
Em primeiro lugar, é baseada num livro de Stefan Zweig. Já é um belo cartão de
visitas. Outro detalhe interessante é que a história se passa na Alemanha da
Primeira Guerra Mundial, que dá um tom a mais nesse romance.
Vemos aqui o personagem
Friedrich Zeitz (interpretado por Richard Madden), uma espécie de menino
prodígio que começa a trabalhar numa siderúrgica, comandada pelo sisudo e
austero Karl Hoffmeister (interpretado pelo sempre excelente Alan Rickman). O
presidente da siderúrgica encontrará o jovem funcionário fazendo serão, o que
chamará a sua atenção. Uma doença grave, entretanto, levará Herr Hoffmeister
para um repouso forçado em casa e Friedrich será o eleito para relatar tudo o
que acontece na fábrica, assim como também para ditar as ordens do patrão para
os empregados. Isso forçará Friedrich a frequentar a casa dos Hoffmeister, onde
ele conhecerá a bela esposa de Karl, Lotte (interpretada por Rebecca Hall). O
convívio com os Hoffmeister fará com que Friedrich se torne cada vez mais
íntimo da família e o inevitável triângulo amoroso surgirá, num cenário
conturbado com a Alemanha prestes a entrar na Primeira Guerra Mundial, algo que
irá afetar os relacionamentos dos três protagonistas.
As características que
mais chamam a atenção no filme são várias. Em primeiro lugar, a ótima
caracterização de época, com excelentes figurinos e locações. O filme visualmente
é muito elegante, principalmente quando vemos a mansão dos Hoffmeister. Mas há
miséria também, seja no sótão sombrio de Friedrich, seja na siderúrgica, onde o
proletariado alemão aparece com toda a sua força. Com relação à interpretação
dos atores, Alan Rickman deu um show à parte. Sua interpretação contida e
levemente sarcástica era cheia de entrelinhas, mostrando as suas suspeitas do affair entre Friedrich e Lotte. Deu
gosto de ver o trabalho desse ator que geralmente interpreta vilões. O filme também
chama a atenção por um voyeurismo total. Friedrich vê Lotte às escondidas, Karl
vê Lotte e Friedrich às escondidas. Lotte vê o sótãozinho miserável de
Friedrich às escondidas. Karl e Friedrich espreitam Lotte ao piano. Toda essa
situação voyeur atiça desejos implícitos nos personagens, alimentando possíveis
situações de conflitos que não chegam a se concretizar na sua forma mais
explosiva. Do ponto de vista técnico, o filme também mostra pequenos movimentos
de câmara levemente vertiginosos. Os enquadramentos não são estáticos. Sempre
há algum movimento de câmara, discreto, mas que se faz notar, incomodando a
percepção do espectador. Esses movimentos de câmara ficarão muito intensos
quando o pequeno filho dos Hoffmeister, Otto, desaparece num parque de diversões
para o desespero de Friedrich e Lotte. O desespero dos dois está manifesto nos
bruscos movimentos de câmara que simulavam a busca do menino pelo casal.
A história não empolga
muito, embora ela fique mais angustiante no período da guerra. O final poderia
ter sido mais bem trabalhado e menos óbvio. Mas parece que a intenção foi fazer
algo meio água com açúcar aqui. De qualquer forma, o filme tem os méritos
citados acima. E, para quem gosta de um drama amoroso típico, esse filme é um
prato cheio.
Cartaz do filme.
Lotte e Friedrich. Um amor às escondidas.
Karl, o esposo e patrão austero.
Mais um triângulo amoroso no cinema...
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